Schmigadoon! 2x03 – Bells and Whistles

“Good morning, Josh-shine!”

QUE AVENTURA MALUCA E DELICIOSA PARA FÃS DOS MUSICAIS DESSA ÉPOCA! Eu SEMPRE amei “Schmigadoon!”, e a primeira temporada era um verdadeiro espetáculo visual e musicalmente, episódio após episódio; quando Mel e Josh vão para Schmicago na segunda temporada, no entanto, passamos a nos debruçar sobre musicais de uma era mais dark e mais sensual, que abrange os anos 1960 e 1970, e conhecer mais os musicais dessa época está fazendo com que a experiência de assistir a essa temporada de “Schmigadoon!” seja realmente incrível. Reconhecer melodias e referências enquanto a série continua equilibrando bem o tom de sátira e de homenagem, sendo um grande show para todos que, como eu, são fãs de musicais é muito recompensador.

Josh foi preso em Schmicago depois de encontrar o corpo de uma dançarina no cabaret de Octavius Kratt, mas ele acabou aceitando a ajuda de Topher e seus amigos hippies e escapando da prisão. Agora, Josh assumiu um novo visual e está às voltas com uma tribo claramente baseada em “Hair”, que tem uma das músicas mais divertidas do episódio (e uma das minhas músicas favoritas até o momento): “Gotta Get Naked” brinca com a famosa nudez no fim do primeiro ato de “Hair”, bem como a melodia e a ideia de músicas como “Good Morning Starshine”. Além disso, a sequência de “palavras sem sentido” na música inclui “Rizzo”, “Cha Cha”, “Zuko” e “Kenickie” – todos nomes de personagens de “Grease”. Uma referência dupla PERFEITA.

Devo dizer, no entanto, que é impossível não fazer uma pequena reclamação: com Aaron Tveit cantando uma música sobre “ficar pelado”, não é uma ironia cruel e triste que nós não o vejamos pelado de fato? Quer dizer, NADINHA, nem mesmo o peito nem nada assim. Talvez isso seja, por si só, uma referência a todos que foram ver “Hair” pela primeira vez, se apaixonaram pelo Claude e nunca puderam vê-lo nu, porque ele é o único personagem que mantém suas roupas ao fim do primeiro ato… sei lá. Os hippies também ganham “The Lamb without a Flock”, uma cena a la “Godspell” que tem um quê quase irreversível de vergonha alheia, mas funciona incrivelmente bem por causa das reações hilárias de Josh, que demora poucos segundos para dizer que “já odeia isso”.

Enquanto isso, Mel está tentando descobrir o verdadeiro assassino – até porque, com a fuga de Josh, a sua situação pode ter piorado. E isso a leva até Fleet Quick Street, que é totalmente baseada em “Sweeney Todd” e funciona brilhantemente. Kristin Chenoweth (como diz a Melissa: diferente, mas ainda assim má) interpreta Miss Coldwell e canta “The Worst Brats in Town”, que nos remete tanto a “The Worst Pies in London”, em temática, letra e melodia, que parece quase uma paródia, ao invés de uma homenagem ou uma simples referência. Ganhamos até uma reprise de “The Worst Brats in Town” quando Melissa chega até o açougue e conhece Dooley Blight, e eu estava sorrindo feito um bobo, porque a música é incrível e eu amo esse musical.

Amo como “Schmigadoon!” consegue unir tudo isso em um só lugar.

QUE SÉRIE ESPETACULAR!

E a visita de Melissa até Quick Street consegue revelar algumas coisas importantes… eu amei a maneira como Dooley Blight contou a ela a sua história trágica e sangrenta (“There was a butcher / Who had a wife and daughter” nos relembrando os versos iniciados com “There was a barber and his wife”, em “Sweeney Todd”), fala de sua filha, de sua relação com Elsie Vale e sobre a pessoa que lhe roubou tudo: Octavius Kratt. A mesma rixa de Todd x o juiz. E Melissa se dá conta, então, que o provável assassino de Elsie Vale é Kratt, mas como ela pode contar isso à polícia se, aparentemente, a polícia também está nas mãos dele? De qualquer maneira, quando Melissa descobre que Josh está em uma tribo de hippies (!), ela vai buscá-lo porque o seu julgamento é no dia seguinte…

Deixando para trás, então, os cenários predominantemente baseados em “Hair” e “Sweeney Todd”, retornamos para “Chicago” durante o julgamento de Josh – E É UMA SEQUÊNCIA MARAVILHOSA DO INÍCIO AO FIM. Jane Krakowski arrasa como Bobby Flanagan, desde sua entrada espetacular até toda a performance de “Bells and Whistles”, que traz vários elementos de “Chicago”: a premissa básica nos remetendo a “Razzle Dazzle”, mas também tem o lance de tirar um lenço branco dizendo “Not guilty” da boca de Josh, o que é bem “Cell Block Tango”, e um momento rápido em que Josh parece a marionete de Bobby, no melhor estilo “We Both Reached for the Gun”. Além disso, em algum momento da música, temos uma referência a “Getting Married Today”, de “Company”.

E eu AMO “Getting Married Today”, ficou incrível em “Bells and Whistles” e Jane arrasou!

Agora, Josh e Melissa têm uma vaguinha esperança de que essa seja a oportunidade que eles estavam esperando para ir embora… o duende lhes dissera que eles precisavam “encontrar o seu final feliz”, e Josh acabou de ser inocentado em um julgamento, o que parece um final suficientemente feliz para levá-los para casa, talvez? É claro que, como ainda estamos no meio da temporada, não é hora de dar adeus a Schmicago (felizmente!), e Josh e Mel terão que entender o que o duende quer dizer com “final feliz”. Além disso, Octavius Kratt ainda não fez suas maiores vilanias, e “Two Birds with One Stone” (inclusive, incrível e surpreendente!) mostra que ele está de olho… no que depender dele, Melissa não vai embora de Schmicago tão cedo.

E ele meio que “manda na cidade”.

 

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