Pornographer | The Novelist – Finale: At the End of Lust and Reason

Despedida.

EU ACHEI LINDÍSSIMO! Não é um final excessivamente colorido, fantasioso, tampouco 100% feliz – mas não é um final triste, ao contrário do que muita gente acredita, e tem tanta beleza na sinceridade do seu roteiro final que, particularmente, eu não acho que “The Novelist” poderia ter ganhado um “encerramento” melhor (apesar de que ainda temos uma prequel e, depois, um filme, no qual voltaremos a encontrar Kijima e Kuzumi). “At the End of Lust and Reason”, o último episódio de “The Novelist”, é um episódio dramático, intenso e emocionante, entregando momentos necessários entre nosso casal principal: momentos em que não existem mais segredos e coisas não ditas entre eles… é apenas a partir daqui que algo verdadeiro pode existir entre eles.

Depois de ter descoberto a mentira de Kijima, Kuzumi se afastou sentindo-se enganado, decepcionado ou qualquer coisa assim – por algum motivo, o escritor o vinha fazendo reescrever uma história que já havia sido publicada, o que parece ser uma maneira de fazê-lo de idiota nas últimas seis semanas, e embora esse seja um jogo perverso de Kijima, que teve a “brilhante ideia” quando foi atropelado por Kuzumi lá no primeiro episódio, essa atitude também esconde uma angústia que vem tomando conta de Kijima há algum tempo, porque escrever é a sua vida e ele não tem mais conseguido fazer isso… Kuzumi começa a descobrir mais sobre Kijima no fim do episódio anterior, quando ele tem uma conversa sincera e reveladora com Kido, então ele resolve buscar Kijima.

Antes que Kuzumi possa chegar à casa de Kijima, no entanto, ele recebe um e-mail alarmante – em tom sincero e dramático, Kijima diz coisas que nunca dissera antes, começando a deixar-se ver por completo de uma maneira que denota despedida. O e-mail é um pedido de desculpas, de certa maneira, mas também é um retrato da psique de Kijima e as coisas que o incomodam: é doloroso ouvi-lo dizer, por exemplo, que desejou, quando foi atropelado por Kuzumi, que a sua mão ficasse debilitada para sempre e ele nunca mais pudesse escrever, e que ficou decepcionado quando percebeu que nem era a mão que ele usava para escrever que foi machucada… também é triste ouvi-lo confessar a respeito de sua própria solidão, e como ter Kuzumi com ele o fez bem.

Como se sentiu feliz nas seis semanas em que o teve ao seu lado.

Vemos Kijima com mais clareza durante aquele e-mail do que em qualquer outro momento de “The Novelist” até aqui: ali, ele é uma pessoa real, que deixa de lado seus muros, suas máscaras e expressa seus anseios e suas angústias – de uma maneira que torna o envio quase estranho, e eventualmente descobrimos que “ele enviou sem querer”… quer dizer, pelo menos isso é o que ele diz, mas pode ser que ele tenha escrito, enviado e se arrependido logo em seguida, mas não havia mais nada a ser feito então. Desesperado, Kuzumi corre até a casa de Kijima, usando a chave que pegou com Kido para entrar, quando ninguém o atende, e ele encontra a casa estranhamente vazia, e isso lhe causa uma angústia tremenda ao imaginar o que pode ter acontecido.

Afinal de contas, o e-mail tinha tom de despedida. Kijima dissera “adeus”.

Felizmente, no entanto, Kijima eventualmente aparece, depois de um momento fortíssimo no qual Kuzumi tenta absorver as implicações de tudo o que leu e viu. E aquela é uma sequência interessante que complementa o que víramos anteriormente – sem a chance de “se esconder” atrás de um e-mail, e tendo que confrontar Kuzumi pessoalmente, as proteções de Kijima estão inicialmente subidas novamente… ele fala sobre como está indo embora para a fazenda da família, e ele demonstra uma força que já sabemos que ele não tem naquele momento, tentando se fazer de durão para que Kuzumi não o veja sucumbir aos seus sofrimentos. Mas, mais cedo ou mais tarde, Kijima deixa sua vulnerabilidade vir à tona novamente, e é um momento de partir o coração.

Mas, ao mesmo tempo, gera uma conexão tão sincera entre eles!

Mais do que nunca!

Antes de partir, Kuzumi quer que Kijima prometa escrever um livro para ele – algo que ele acredite que vá excitar Kuzumi, e é exatamente aqui que as muralhas de Kijima começam a despencar… ele quer rir, quer falar de ideias que tem para um livro dedicado a Kuzumi, mas a verdade é que ele sente que não consegue mais escrever, e é doloroso vê-lo dizer a Kuzumi que é cruel pedir que ele escreva um livro para ele. Enquanto Kuzumi diz que ele consegue, porque sabe que ele consegue, Kijima desmorona e se permite chorar, pela primeira vez, na frente de Kuzumi, admitindo para si mesmo e para o homem à sua frente que ele quer escrever, que é tudo o que ele quer fazer, para o resto da vida, mas ele não consegue – a frustração e a dor de Kijima são palpáveis.

Surpreendentemente, isso nos conduz perfeitamente a um momento íntimo lindíssimo de Kuzumi e Kijima, porque foi estabelecida uma conexão real entre eles durante toda aquela cena – os sentimentos são verdadeiros, intensos e estão ali, à mostra. Dessa vez, quando eles se beijam, eles não são conduzidos apenas pelo desejo, mas por algo mais íntimo que torna o beijo muito bonito, porque é calmo, romântico e nem por isso menos quente. Agora que Kuzumi e Kijima transam não apenas sexual, mas emocionalmente envolvidos, no entanto, “The Novelist” não nos mostra nada da cena, mas nos provoca com um diálogo interessante logo em seguida, que, confesso, me deixou com um pouco de inveja de Kuzumi… acho que nunca tive uma noite tão satisfatória assim na vida…

Quer dizer… SEIS VEZES?!

Na manhã seguinte, quando Kuzumi desperta, ele está sozinho. Kijima foi mesmo embora. O final imperfeito, no entanto, não é infeliz, de maneira alguma. Kuzumi e Kijima não ficam juntos – mas não ficam juntos naquele momento. O episódio tem um rápido epílogo, que se passa seis meses depois daquela noite, quando o livro que Kijima escreveu para Kuzumi é publicado, finalmente, o que quer dizer que ele conseguiu voltar a escrever… e eu acho que ele precisava desse tempo sozinho de amadurecimento e de reencontro consigo mesmo para poder começar algo saudável e bonito com Kuzumi; e Kuzumi continua ali, lendo o seu livro e escrevendo cartas, com aquela carta lindíssima que encerra “The Novelist”, falando sobre como vai reler o livro até que possa vê-lo novamente.

É um final surpreendentemente maduro, e não sei nem se a palavra “melancolia” se aplica a ele, porque a única parcela de tristeza dessa conclusão vem do fato de que os protagonistas não terminam juntos – mas isso não é de maneira definitiva. No meu entendimento, aquela última noite na casa vazia de Kijima estabeleceu-se uma conexão verdadeira e, a partir de então, eles sabem que podem e querem ficar juntos… mas quando for o momento certo. Antes disso, eles precisam avaliar tudo o que aconteceu, precisam amadurecer independentemente, e Kijima precisa superar alguns fantasmas que o atormentam e, então, criar as condições perfeitas para um relacionamento bonito, saudável e duradouro. Não agora, mas em algum momento. E em breve.

Gostei bastante!

 

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Comentários

  1. Olá moço, não estou encontrando pelas tags, ou ainda não há uma review do filme aqui no blog?!

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    1. Ainda não tem, me desculpa. Está escrito, mas não postado ainda, porque o filme vem depois de "Mood Indigo" e eu estou terminando de postar "Mood Indigo" :)

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    2. Postei o episódio 4 de "Mood Indigo" essa semana, faltam dois ainda.

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    3. Ah tá. Então vamos de Indigo então! Vê se o lindão do Kido também aguenta umas 6 vezes... Kkkk...

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    4. Você ainda não viu "Mood Indigo" então? É importante vê-lo porque ele foi lançado antes do filme, e tem coisas que vão ser importantes para a história do Kijima... acho que você vai gostar, e sobre o "Kido aguentar umas 6 vezes" eu só te digo uma coisa: "Mood Indigo" é ainda mais... QUENTE que "The Novelist" HAHAHAH

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    5. Talvez você goste de saber também que eu acabei de escrever um texto sobre o episódio de "Vice Versa" em "Our Skyy". Vou postar hoje ou amanhã de manhã :)

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    6. Ah claro! Embora eu já tenha assistido, hehehe, quero ler sim o seu texto. Volto mais tarde para conferir. :)

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