Pornographer | Mood Indigo – Episode 1: Fate is like Indigo Blue

A proposta de Kido.

Lançado aproximadamente seis meses depois de “The Novelist”, “Mood Indigo” é a segunda produção da série “Pornographer”, e embora comece em algum momento depois do Finale da outra temporada, “Mood Indigo” rapidamente retorna alguns anos no tempo para mostrar a natureza da relação misteriosa de Kijima e Kido, e como Kijima se transformou no autor de livros eróticos que conhecemos em “The Novelist”. É uma proposta diferente, mas igualmente ousada, e com uma promessa dramática que me fascinou desde o primeiro episódio – gosto muito da ideia de “sabermos”, de alguma maneira, como isso vai “terminar”, mas de não termos noção dos eventos que nos levarão às informações que já temos, e existem muitas possibilidades a serem exploradas.

“Fate is like Indigo Blue”, o primeiro episódio de “Mood Indigo”, começa com Kijima e Kido bebendo em um bar, depois do fim de “The Novelist”, quando Kijima anuncia que pensou sobre o assunto e decidiu que vai namorar Kuzumi – o que, eu preciso dizer, me deixa extremamente feliz. Comentei, em meu texto sobre o Finale de “The Novelist”, que eu tinha a impressão de que, mais cedo ou mais tarde, Kijima e Kuzumi ficariam juntos, e essa introdução de “Mood Indigo” é a prova manifesta disso. Kido parece inicialmente surpreso com a notícia, mas eventualmente satisfeito, dizendo que Kijima nunca mais encontrará alguém como Kuzumi, e deveria valorizá-lo… no caminho para casa, quando Kijima adormece em seu ombro, no entanto, Kido sente um desejo de beijá-lo.

Exatamente como sentiu “naquela noite”, segundo ele.

Somos, então, conduzidos a algum momento do passado, onde a história de “Mood Indigo” se concentrará, do ponto de vista de Kido e da sua relação com Kijima, desde o momento em que eles se reencontram no funeral de um antigo professor da faculdade, que cursaram juntos, embora Kijima supostamente não se lembre dele – eu não sei se acredito em Kijima, porque já o vimos mentir descaradamente para Kuzumi em “The Novelist”, mas eu também não descarto a possibilidade de ele estar dizendo a verdade, porque eu mesmo já passei por uma situação parecidíssima de reencontrar, anos depois, alguém com quem eu fiz faculdade e de quem eu não consigo me lembrar na sala de aula… de um jeito ou de outro, os caminhos dos dois se cruzam ali.

E, numa vibe meio “Inception”, de “um flashback dentro de um flashback”, ganhamos uma sequência breve de Kido na época da faculdade, quando ele está nos apresentando a essa faceta de Kijima e essa época de sua vida que ainda desconhecemos, e descobrimos que ele ganhou um prêmio importantíssimo por um livro que escrevera quando ainda era aluno, chamado MOOD INDIGO. Kido decidiu ler o livro, na esperança de provar para si mesmo que não podia ser assim tão bom, mas Kijima é mesmo um mestre escritor, e o livro, maravilhoso, fez com que Kido passasse a questionar tudo a respeito de seus próprios sonhos e sua própria carreira… ele jogou fora todos os rascunhos de coisas que ele pretendia escrever, por exemplo, porque já não pareciam boas o suficiente.

Depois de Kido reencontrar Kijima no funeral do antigo professor e ter uma conversa breve com ele lá, Kido encontra Kijima caminhando para casa, mais tarde, porque ele não tem dinheiro para pagar o trem, e oferece carona – e é aí que as relações se estreitam e eles se aproximam, não de uma maneira emocional, ainda, mas prática: Kijima está sem trabalho desde que brigou com seu antigo editor e, consequentemente, sem dinheiro, e Kido está sem um lugar para morar desde que sua namorada o mandara embora há pouco tempo… então, quando Kido deixa Kijima em casa, Kijima pergunta se ele quer passar a noite na sua casa, e sugere que ele pode ficar morando ali até conseguir um lugar para ficar, desde que ele pague aluguel, e parece uma boa proposta.

As coisas são rápidas, mas convincentes, na verdade, até porque não é forçada uma relação romântica ou mesmo de desejo entre os protagonistas por ora – eles se encontraram por acaso do destino, foram cordiais um com o outro, e aproveitaram o fato de que Kido não tinha onde morar e Kijima poderia usar o dinheiro do aluguel de um inquilino. Isso não quer dizer, no entanto, que Kijima não prenda a respiração por alguns segundos silenciosos quando Kido está tomando banho e o chama para dentro do banheiro para dizer que a água está saindo gelada, e então Kijima explica que não o aquecedor estragou e ele não tem dinheiro para comprar um novo… o trem e o aquecedor não são as únicas coisas pelas quais Kijima não pode pagar, no entanto…

As dívidas e contas a pagar estão se acumulando sobre a mesa.

E Kido não deixa de notá-las.

Pode ser um pouco difícil entender as motivações exatas de Kido para fazer o que faz a seguir, que é oferecer um emprego a Kijima: a oferta é realmente apenas motivada por um desejo súbito de ajudar um antigo colega de faculdade, ou Kido está interessado no dinheiro que ele mesmo pode fazer como editor de livros eróticos que Kijima venha a escrever ou, ainda, ele está tentando tirar Kijima da carreira literária considerada superior, uma vez que ele mesmo sonhou com e não conseguiu trilhar esse caminho? São apenas especulações minhas, e os motivos de Kido, altruístas, egoístas ou interesseiros, deverão ser explorados nos próximos episódios, mas o que importa é que, naquele momento, Kido tem uma proposta de emprego: Kijima aceitaria escrever livros eróticos?

Interessante ver a reação de Kijima à proposta, sabendo, como sabemos, de seu futuro. Ele acha um absurdo, ele diz que romances pornográficos não são arte e que ele quer se dedicar a escrever “literatura de verdade”, e que preferia “nunca mais escrever nada na vida do que escrever esse tipo de livro”. Ele reage com desdém e desprezo à proposta de Kido, mas Kido também é sedutor e coerente: Kijima pode considerar o trabalho “inferior”, mas ele não pode negar que precisa do dinheiro, e se ele está preocupado com a sua carreira, talvez ele possa escrever utilizando um pseudônimo, mas Kido gostaria que ele ao menos pensasse em sua proposta… e é o que Kijima vai fazer. Definitivamente, uma excelente introdução para “Mood Indigo”.

Ansioso para os rumos dessa segunda história!

 

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