Doctor Who 11x01 – The Woman Who Fell to Earth



“I know exactly who I am. I’m the Doctor”
A AGUARDADA ESTREIA DE JODIE NÃO PODERIA SER MAIS PERFEITA! Eu adoro “Doctor Who” e a inegável capacidade que a série tem de se reinventar. Pela primeira vez, temos uma mulher no papel da Doctor, mas a noção de “MUDANÇA” esteve presente na série desde a sua estreia em 1963, e é isso que mantém a série viva e interessante até hoje. Assim, a décima primeira temporada estreia com “The Woman Who Fell to Earth”, e une perfeitamente o novo com o clássico. Impossível não perceber o quanto a série mudou, e seu estilo é bastante novo (mais pela entrada de Chris Chibnall como roteirista-chefe do que qualquer outra coisa), com um quê de suspense que me fascinou, mas, ao mesmo tempo, os 55 anos de história são respeitados não apenas em discursos, que se referem mais à entrada da 13ª Doctor do que o roteiro do episódio em si, mas na própria atuação precisa de Jodie Whittaker e cada momento que nos permitiu notar:
ELA É A DOCTOR! <3
O mesmo personagem de sempre. Mas novo.
Gostei muito de como o episódio começou nos apresentando os companions, assim como foi a ideia em 1963, quando a série começou. Ryan Sinclair está gravando um vídeo para a internet sobre “a mulher mais incrível que já conheceu”, e é um início muito diferente, moderno e instigante. Depois de descobrirmos o problema com coordenação motora de Ryan, que o impede de andar de bicicleta, por exemplo, o vemos descer em busca da bicicleta que ele acabou de jogar fora, e ele encontra algo peculiar na floresta – sem saber o que fazer, ele liga para a polícia. É assim que conhecemos Yazmin, ou Yaz, simplesmente, uma mulher que está em treinamento para ser uma policial e que quer “algo diferente”. Esse estranho meio de transporte alienígena certamente atende às suas expectativas por algo “diferente”, e ela tampouco sabe o que fazer com isso.
Em paralelo, acompanhamos Graham, que está em um trem com Grace, a avó de Ryan, quando o trem é atacado por uma espécie de “vida” alienígena que me fez pensar um pouco no Obscurus, de “Animais Fantásticos”, embora um pouco mais mecânico que orgânico. E é assim, nesse delicioso tom de suspense, QUE A DOCTOR APARECE PELA PRIMEIRA VEZ! Como o título sugere, a mulher que caiu na Terra, precisamente agora, dentro do trem, direto em um “caso”. A confusão pós-regeneração ainda é muito forte (a falta de uma chave de fenda sônica e os bolsos vazios, por exemplo), e ela ainda não consegue se lembrar com muitos detalhes de nada – nem seu nome, aparentemente, o que nos deixa em um suspenso tremendo até o momento em que a ouviremos dizer “I’m the Doctor” pela primeira vez! E naquele primeiro momento, eu sabia que AMARIA Jodie como a Doctor.
PORQUE ELA ARREBENTOU DESDE O COMECINHO!

“Why are you calling me ‘madam’?”
“Because you're a woman”
“Am I? Does it suit me? […] Oh, yeah! I remember. Sorry, half an hour ago I was a white-haired Scotsman”

Adoro como, o tempo todo, eu podia ver o que conhecemos do personagem através de seu novo rosto. Jodie é uma Doctor nova, mas com algumas peculiaridades que nos permitem ver os demais Doctors a tornando o que ela é hoje. Fantastic! “Don’t be scared. All of this is new to you and new can be scary”. O novo é empolgante, bonito, a atuação dela combina com o personagem! TEMOS DOCTOR WHO! Graham é o mais cético de todos os novos companions, a princípio, enquanto Ryan e Yaz se envolvem com muito mais facilidade, e Grace está empolgada, de alguma maneira, com isso tudo. Quando Ryan e Yaz levam a Doctor até o estranho objeto alienígena que encontraram mais cedo, percebem que ele não está mais lá – foi carregado até uma garagem por Rahul, um homem que estava esperando por essa oportunidade há 7 anos, para tentar entender o que aconteceu com a sua irmã, que “desapareceu” tantos anos atrás. E, de dentro do “objeto”, sai um guerreiro.
Amedrontador, por sinal.
A Doctor não passa metade do episódio dormindo como o David Tennant em sua estreia, mas a energia de regeneração, ainda fluindo luminosa, cobra algumas taxas. Ela ainda não pode correr como está habituada, demora um pouco mais para organizar os pensamentos e, em algum momento, ela acaba passando mal e desmaiando, em uma cena que, por sinal, me fez pensar bastante na forma de Peter Capaldi de agir e falar. E é aqui, também, que Grace percebe que ela tem dois pulsos diferentes – e isso tudo é fascinante. Mas a Doctor não permanece desacordada por muito tempo, despertada pelo meio de transporte alienígena se abrindo, que ela pode sentir, de alguma maneira – por sinal, adorei a confusão dos “sentidos”. Tudo é muito novo para ela! E o Guerreiro Stenza saindo daquele negócio foi genial, bem num tom macabro e de ficção científica clássica.

“Who woke me up? I'm not ready. Still healing. Still... Ahhh! Can you smell that? No, not smell. Not hear. Feel. Can you feel... […] Quiet, I'm trying to think. It's difficult. I'm not yet who I am. Brain and body still rebooting. Reformatting”

E uma das MELHORES FALAS da 13ª Doctor, sobre a regeneração:

“There's this moment where you're sure you're about to die and then you're born. It's terrifying. Right now I'm a stranger to myself. There's echoes of who I was and a sort of call towards who I am. And I have to hold my nerve and trust all these new instincts. Shape myself towards them. I'll be fine. In the end. Hopefully. Well, I have to be, because you guys need help and if there's one thing I'm certain of, when people need help, I never refuse

THE DOCTOR, LADIES AND GENTLEMAN! \o/
Super divertida, inteligente e sempre a Doctor que conhecemos (!), a 13ª Doctor não aguenta mais estar sem uma “chave de fenda sônica” e faz uma ela mesma, em uma cena MUITO BOA, que diz muito sobre a nova Doctor! Como ela é inteligente, esperta, determinada... e tem um quê de humor que combina com a personagem! E então ela parte para a ação, com a ajuda de seus novos companions, encontrando a “bola elétrica” do trem, que está juntando informações, e o guerreiro que saiu da “cápsula” e que, ao tirar o capacete, se revela AMEDRONTADOR. O Guerreiro Stenza Tzim-Sha foi uma das criaturas mais macabras e mais nojentas que “Doctor Who” já apresentou, com aqueles dentes humanos arrancados das pessoas que ele matou e colocados por todo seu rosto… a Doctor o enfrenta corajosamente, e pede que ele vá embora da Terra imediatamente, ou ela terá que detê-lo.
Mas ele não vai embora.
Vai atrás de Karl, o cara do trem que ele precisa matar.
O episódio é GENIAL, também, na construção da TENSÃO. O tempo todo eu estava vidrado e angustiado, especialmente com o Karl encurralado e com o Ryan subindo a uma altura inimaginável, mesmo com o seu problema que quase lhe custa a vida naquela escada íngreme. E aquela sequência toda lá nas alturas foi brilhante. Quando Karl toma coragem e pula em direção à Doctor mas é pego por Tzim-Sha, e quando a Doctor então pula para salvá-lo (“These legs definitely used to be longer”)! E ali em cima, mais poderosa que nunca, ela anuncia: “I know exactly who I am. I’m the Doctor!”, e então a estreia de Jodie Whittaker é OFICIAL. Ela vence Tzim-Sha, e o manda de volta ao seu planeta, salvando a vida de Karl, mas Grace acaba morrendo em todo esse processo, o que deixa todo o restante do episódio em um tom surpreendentemente melancólico.
Aquela cena de Ryan e a bicicleta, e Graham no funeral!
Depois disso, o episódio é fechado com um gancho para a segunda semana. Ainda não temos a nova abertura nem a nova TARDIS (!), mas ao menos temos a importante troca de roupas da Doctor, com a ajuda dos novos companions, e aquela bagunça de roupas espalhadas pelo chão me fez pensar um pouquinho na estreia de Matt Smith, lá em 2010. Antes de partir em busca da TARDIS (porque agora ela é uma viajante sem nave), a Doctor respira fundo, com direito a referência à estreia de Peter Capaldi: “Oh, deep breath”, e então ela desaparece. Mas ela não vai sozinha, embora tenha se despedido de Ryan, Yaz e Graham: todos eles desaparecem com ela e acabam o episódio flutuando pelo espaço, no meio do nada. E, assim, eles estão oficialmente envolvidos em toda essa trama, e o que eu posso dizer? QUE ESTOU ANSIOSO POR MAIS!
ADOREI essa estreia.
JODIE WHITTAKER, SEJA BEM-VINDA! <3


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