Wednesday (Wandinha) 1x07 – If You Don’t Woe Me By Now

“I guess I have a type”

O dia em que a investigadora Wandinha Addams conseguiu tirar todas as conclusões erradas. “If You Don’t Woe Me By Now” traz um momento importantíssimo para a série: a revelação da identidade do monstro… e apesar de não ser lá uma grande surpresa e estarmos prevendo isso há alguns episódios, é interessante ver essa confirmação em cena e nos perguntar como isso influenciará no futuro da série – afinal de contas, será que teremos uma segunda temporada de “Wednesday” SEM o Tyler?! Uma pena, porque eu estava gostando tanto do personagem até aqui, e a interação dele com a Wandinha funciona brilhantemente, gostaria de poder explorar isso por mais tempo! Conforme respostas vão supostamente aparecendo durante o episódio, percebemos que é razoavelmente cedo para tanto esclarecimento, como ainda temos mais um episódio pela frente…

E a própria Wandinha eventualmente percebe isso.

O sétimo episódio de “Wednesday” também traz mais uma participação maravilhosa da Família Addams: se já conhecemos Mortícia, Gomez, Feioso e Tropeço, que tiveram participações maiores ou menores em diferentes episódios, e a Mãozinha, que é um dos protagonistas da série e tem uma sequência emocionante e triste durante esse episódio, chegou a hora de conhecer o Tio Chico (Fester, no original). O Tio Chico é um personagem extremamente divertido e carismático (talvez doce demais para o tradicional da Família Addams, mas todos o amam, tanto que Wandinha sorri quando o encontra na floresta no início do episódio), e está aqui para ajudar Wandinha a entender algumas coisas a respeito do misterioso monstro que “se transforma em humano”, cuja identidade ela está tentando desvendar há algum tempo… e ela está fixada na ideia de ser o Xavier.

O tal monstro que está atacando pessoas na cidade é o que o Tio Chico chama de “Hyde” – mais uma referência interessante a outro grande romance do terror… se já tivemos constantes referências a Edgar Allan Poe e referências pontuais a Stephen King, chegou a hora de mencionar “Jekyll & Hyde”, livro escrito por Robert Louis Stevenson e publicado pela primeira vez em 1886, que ficou conhecido no Brasil como “O Médico e o Monstro”. Aparentemente, o monstro da cidade é um “Hyde”, mas ainda não sabemos qual é a extensão de sua similaridade com a premissa do livro: será que Jekyll tem algum controle sobre seu Hyde? Será que o mestre é a pessoa que literalmente se transforma no monstro, ou alguém de fora que o controla, como Wandinha acredita, em suas teorias? São perguntas pertinentes, para sabermos até que ponto podemos julgar Tyler…

De todo modo, Wandinha não está pensando em Tyler como uma possível ameaça – é muito mais fácil acreditar que Xavier é o monstro, e é muito interessante como Wandinha interpreta as coisas com base naquilo que ela acredita… e quantas vezes não fazemos isso de fato? Quando ela acredita que Xavier é o Hyde, é muito fácil de interpretar suas “aparições misteriosas” por perto dos ataques do monstro como um sinal de que ele é o monstro – e já imaginando que ele fosse inocente, eu não consegui sentir nenhuma satisfação na Wandinha o tratando tão mal e com tanta certeza de que ele era um assassino em série ou algo assim… muito menos ao ver aquela cena na qual Wandinha trabalha com o delegado para “provar” que Xavier é o monstro e levá-lo preso. Wandinha tem certeza de que Xavier é o monstro e sua psicóloga é sua mestre, Laurel Gates.

Preciso destacar uma série de momentos muito bons do episódio, que mostram como Wandinha se importa com os demais – mais do que gosta de admitir. Primeiro, a sua determinação em defender as abelhas de Eugene da fome do Tio Chico, porque sabe que o amigo se importa com elas como se fossem suas filhas; depois, o momento em que a Mãozinha é brutalmente atacada no quarto e Wandinha a leva às pressas para que o Tio Chico a desperte, e fica angustiada ali do lado, com lágrimas nos olhos (algo bem marcante para a Wandinha!), querendo que a Mãozinha acorde de todo modo; e, por fim, a sua reação quando Enid volta para o quarto depois de ter se mudado por causa de uma briga, e embora ela não diga que ela sentiu a falta de Enid, mas a Mãozinha, Enid sabe o que ela realmente quer dizer… é uma amizade bonita que elas estão construindo.

A verdadeira pessoa por trás do monstro e dos ataques estão muito mais perto do que ela imagina – e é alguém em quem ela escolheu confiar. Wandinha está se aproximando cada vez mais de Tyler, e ele parece entender os seus gostos e fazer de tudo para conquistá-la, pensando no encontro perfeito para Wandinha Addams, a convidando para um piquenique à noite em uma cripta, e um “filme de terror” (para Wandinha, “Legalmente Loira” é uma verdadeira tortura, então é seu equivalente a um filme de terror… e é horrível e maravilhoso para ela). Eu já desconfiei de Tyler há muito tempo, mas não consegui não curtir as cenas dos dois, o encontro perfeito, a tensão de quando eles quase se beijam na cripta, no fim do encontro, mas eles acabam sendo interrompidos pela chegada do delegado, que está procurando “um fugitivo perigoso”.

Que, curiosamente, é o Tio Chico.

As conclusões equivocadas a que Wandinha chega proporcionam um momento muito bom para o episódio e para a série, que é o momento em que ela descobre que estava errada. Depois de ter feito com que Xavier fosse preso como o Hyde e de ter acusado a Dra. Kinbott de ser a mente por trás do monstro e Laurel Gates em busca de vingança (inclusive, a Dra. Kinbott acaba sendo assassinada pelo verdadeiro monstro depois disso), Wandinha está suficientemente satisfeita consigo mesma para se permitir “mais um encontro com Tyler”. É uma cena de tensão. Wandinha chega ao café depois de ele ter fechado, enquanto Tyler está limpando o chão, e então eles se aproximam e ele fala novamente sobre “querer ser mais do que seu amigo”. Interessante pensar que Wandinha e Tyler provavelmente nunca tinham se tocado até então e, agora, quando eles se beijam, Wandinha tem uma visão…

Uma visão do monstro matando a Dra. Kinbott e se transformando de volta em Tyler.

Como ela diz: é claro que o primeiro garoto que ela beijaria seria um assassino em série!

 

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