[Season Finale] American Horror Story: NYC 11x10 – Requiem 1981/1987: Part 2

Triste e doloroso.

Talvez minhas expectativas em “American Horror Story” tenham baixado muito nos últimos anos, porque faz tempo que a série não entrega temporadas tão boas quanto “Asylum” e “Coven”, para citar duas das minhas histórias favoritas na antologia de Ryan Murphy, mas eu preciso dar o meu veredito em relação a “NYC”: não é nem de longe uma temporada tão ruim quanto algumas pessoas insistem em dizer que é… embora não chegue ao patamar de boas histórias contadas em “American Horror Story” em outras épocas, “NYC” é uma história consistente, fechada, e é melhor que algumas temporadas que vimos nos últimos anos – “Double Feature” está aí para não me deixar mentir. Isso não quer dizer que eu não continue com a mesma opinião que eu tenho há algum tempo, de que já chegou a hora de “American Horror Story” se despedir.

Com um toque de melancolia, “American Horror Story: NYC” acaba sendo sobre o vírus HIV na década de 1980: algo que causou uma onda de mortes e, consequentemente, de medo e julgamento e preconceito promovido pela desinformação. “Requiem 1981/1987: Part 2” é uma conclusão bonita para a temporada, centrada em mais dois personagens importantes: Adam e Gino… personagens que estavam o tempo todo tentando fazer alguma coisa para ser ouvidos e para ajudar as pessoas. O último episódio faz um caminho interessante, começando em 1981, quando a doença estava sendo descoberta (e a Hannah Wells e Adam são colocados como avatares que representam alguns estudos, teorias e descobertas), e passando, então, para o período que abrange 1987 e 1991, época em que a doença já havia sido nomeada, campanhas pelo uso da camisinha vieram à tona…

A primeira parte do episódio é protagonizada por Adam, que ainda está tentando lidar com a morte de Theo quando descobre que Hannah morreu – e o gravador de Hannah traz informações sobre o vírus que ela estava investigando em seus pacientes, que ela acreditava ter vindo dos veados em Fire Island, mas que ela descobre, enfim, que não vieram mesmo deles… a doença se espalhou entre eles, mas eles não são a fonte. A gravação de Hannah também traz uma revelação assustadora para Adam: de que ele também está infectado e de que a doença provavelmente é sexualmente transmissível, por isso ela foi infectada quando pediu que ele doasse sêmen para que ela engravidasse… então, Adam começa a tentar conscientizar as pessoas sobre essa doença sexualmente transmissível e incentivar as pessoas a fazerem sexo seguro…

Mas ninguém lhe ouve muito.

Quando partimos para 1987, então, as coisas já estão um pouco diferentes – já se conhece o vírus do HIV, já se fala sobre a importância do uso de camisinha e já existe alguns remédios, embora não a cura… acompanhamos a segunda parte do episódio a partir de Gino, pouco depois da morte de Patrick, e seu jornal se torna um lugar onde ele pode falar sobre o número de mortes se acumulando pela doença, e o vemos, também, participar de protestos que pedem uma cura… foi triste ver que, após a morte de Patrick, Gino ficou praticamente sozinho, embora o Adam ainda estivesse por perto (o vemos no funeral de Patrick), e sentimos aquela sensação de solidão, de angústia e de desesperança que tomara conta de Gino, enquanto ele esperava pelo seu momento – porque ele sabia que, mais cedo ou mais tarde, também chegaria a sua hora.

E Gino passa os anos seguintes convivendo com a doença e vendo-a matar milhares de pessoas ao seu redor, sem poder fazer nada… toda a sequência final do episódio é profundamente melancólica e sem falas, enquanto os anos passam (até chegar a 1991) e Gino escapa do “fantasma do Big Daddy” e o assiste matar pessoas por todo lado – o Big Daddy, por fim, 100% convertido em uma “personificação” do vírus HIV, caçando pessoas e as matando, das mais variadas maneiras, mas tudo é uma alegoria, no fim das contas. É aquela companhia constante, esperando para levar Gino, e aquela presença ameaçadora que pode levar qualquer um… e leva. É uma sequência quase lírica, mas profundamente dolorosa e triste, que culmina, enfim, na morte de Gino em 1991, a última morte de “American Horror Story: NYC”, na qual Adam vai fazer um discurso.

Novamente, um episódio intimista, sentimental e triste.

 

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