Lost 5x04 – The Little Prince

2004. 2007. 1988.

Mais um episódio MARAVILHOSO dessa quinta temporada de “Lost”. Já comentei muitas vezes sobre como eu amo toda a ideia de viagem no tempo e como ela é usada na série, e isso está rendendo momentos incríveis que conseguem apresentar informações e personagens de uma maneira dinâmica, divertida e inovadora para “Lost”, porque deixou de lado o recurso de flashbacks. Do lado de fora da ilha, “The Little Prince” está reunindo os Oceanic Six em um episódio centrado em Kate, que está desesperada com a possibilidade de perder o Aaron, já que alguém sabe que ela não é a mãe dele e está pedindo um exame de DNA (!), enquanto na ilha, vários clarões levam os sobreviventes por diferentes tempos que variam de algum momento quando o acampamento foi “destruído” e muitos anos no passado… muitas perguntas, algumas respostas, um episódio perfeito!

Em 2007, três anos depois do “resgate”, apenas algumas horas separam os Oceanic Six do seu possível retorno par a ilha, se tudo sair conforme planejado por Ben. O grande destaque do episódio, nessa parte da narrativa, fica para Kate, que deixa Aaron com Sun enquanto tenta conversar com o advogado que está pedindo amostras de sangue dela e de Aaron, mas não chega a nenhum acordo… então, ela resolve segui-lo e, inusitadamente, ela ganha a ajuda de Jack, que está por perto já que os caminhos deles continuam se cruzando, coincidentemente ou não. Isso os leva até a mãe de Claire, mas também à revelação de que não é ela quem está por trás do advogado que está atrás de Kate: ela continua acreditando que Claire está morta e não sabe nada a respeito da existência de Aaron… então, alguma outra pessoa está por trás disso tudo.

E não é difícil saber quem.

O grupo vai se reunindo aos poucos. Sayid é atacado novamente no hospital para onde Jack o levou, mas, dessa vez, consegue escapar de uma nova dose de tranquilizante, e termina o episódio justamente onde não queria estar: novamente com Ben, assim como Kate e Jack – e o episódio não faz mistério a respeito de ser ou não Ben quem está por trás do teste de DNA, porque tudo o que Ben quer é dar motivos a todos os Oceanic Six para que eles queiram voltar para a ilha… Sun não está realmente integrada ao grupo, em toda sua fase investigativa e, principalmente, vingativa, mas ela está por perto, pronta para atacar Ben, quem ela culpa pela morte de Jin; Hurley, por sua vez, é quem está mais distante, já que ele preferiu ser preso no episódio passado do que ser “capturado” novamente por Ben. Faltam poucas horas para que eles possam voltar.

Sempre falei, no entanto, que MINHA PARTE FAVORITA É A DA ILHA. A quinta temporada de “Lost” traz TANTA coisa interessante com a dinâmica da viagem no tempo que eu acabo passando todo o tempo que é de fora da ilha esperando para quando retornaremos para lá. E temos informações interessantes vindo à tona, como o fato de que, pela teoria de Daniel Faraday, quanto mais tempo de exposição à ilha, mais as pessoas são afetadas pelos saltos temporais. Depois do último clarão, o nariz de Juliet é o último do episódio a começar a sangrar, mas o nariz de Miles já sangrou antes e Charlotte é quem está em um estado pior, tanto que parecia que ela ia morrer no fim do episódio passado… o efeito ainda não atingiu os sobreviventes do Oceanic 815. Isso quer dizer que, de todo o grupo, Charlotte é quem está na ilha há mais tempo?

Eu ADORO esse plot e os “spoilers” de Daniel!

Depois de partirem de 1954, onde passaram um bom tempo no episódio passado, o pessoal da ilha vai parar de volta em 2004 – e John Locke sabe rapidamente onde eles estão quando vê um feixe de luz subir do chão à distância: ele sabe que aquela é a noite em que Boone morreu e ele foi à escotilha, se perguntando por que aquilo tudo estava acontecendo, pedindo um sinal, e aquela luz apareceu… e se estamos no dia da morte de Boone, consequentemente também estamos no dia do nascimento de Aaron. Achei lindíssimo integrar essa cena ao episódio que é centrado em Kate, em 2007, com medo de perder Aaron, e nos permitir reviver o momento em que ela ajuda Claire a dar à luz – a cena é linda, agora vista de um novo ponto de vista, e o fato de Sawyer poder presenciá-la a torna ainda mais emocionante. Um dos grandes momentos de “Lost”, certamente.

Sawyer está emocionado e atordoado demais para falar com Kate, e não sei se ele falaria, de qualquer maneira… ainda que ele tivesse tentado, ele não teria conseguido por qualquer motivo, já que “o que aconteceu, aconteceu” – e, consequentemente, “o que não aconteceu, não aconteceu”. De todo modo, um novo clarão leva Sawyer e os demais de volta para algum tempo depois disso tudo: o acampamento na praia está de volta, mas ele foi totalmente abandonado… as caixas e latas de comida estão vazias, ninguém por perto, o que quer dizer que aquilo se passa em algum momento depois do início dos clarões? Novos elementos são adicionados aqui, brevemente, como a garrafa de água de uma companhia aérea indiana, Ajira, os barcos a remo que os sobreviventes roubam e quem quer que esteja atrás deles, atirando até que o próximo clarão os salve…

E aqui temos alguns dos momentos MAIS LEGAIS do episódio! Sawyer, Juliet, Locke, Daniel, Miles e Charlotte saltam no tempo para o meio de uma tempestade, em alguma época que ainda não sabem qual é… mas eles veem, na praia, destroços de um acidente com coisas em francês. E, nesse momento, podemos supor exatamente o que vem pela frente: o retorno de Danielle Rousseau. E o que seria um evento maravilhoso de todo modo é enriquecido por uma grata surpresa, que é, também, o retorno de Jin. QUE CENA FINAL MARAVILHOSA! Vemos o bote salva-vidas de Danielle lutar contra a tempestade para chegar à praia, e então eles encontram Jin, que também está saltando como os demais, desmaiado na água, em cima de algo. Esse é um momento ICÔNICO que apenas a viagem no tempo proporciona: Jin sendo salvo em 1988, por uma jovem Danielle Rousseau.

QUE CENA!

 

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