1899 1x07 – The Storm

“This isn’t real. This is a simulation”

A REALIDADE OU O CONSTRUCTO DE UMA? “The Storm” é o penúltimo episódio dessa temporada de “1899”, mas tem um gosto inegável de Season Finale, porque vemos algumas respostas vindo à tona, entendemos oficialmente o que está acontecendo (embora já tivesse ficado claro que se tratava de uma simulação pelo menos há dois episódios, através dos diálogos de Maura com Eyk ou, especialmente, de Maura com Daniel), e chegamos a um ponto muito importante de onde não sabemos exatamente em que direção o roteiro vai seguir… será que veremos o início de uma nova simulação? Seria interessante, provavelmente, até porque eu acredito que, dessa vez, as coisas serão diferentes – e se for mesmo esse o caso, poderemos ver de volta personagens que infelizmente foram “mortos” (?) durante a “tempestade” que leva o Kerberos.

“The Storm” começa com Daniel – e eu nem tinha percebido O QUANTO EU ESTAVA ESPERANDO POR ESSE MOMENTO! Daniel é para “1899”, talvez, o que Desmond foi, em parte, para “Lost”, e toda a sequência introdutória é extremamente importante. Agora que sabemos que Daniel e Maura são casados há 12 anos, os vemos em casa (será a casa real deles?), e destaco a maneira como a casa não tem a aparência do Século XIX, não que isso seja uma surpresa, já que tudo que aconteceu no Kerberos é uma simulação. Mas a beleza e a importância da cena introdutória residem no conteúdo do diálogo entre Daniel e Maura, falando sobre constructos (o que sempre me faz pensar muito em “Matrix”) e sobre o que é realidade: o que acontece no nosso cérebro ou o que acontece do lado de fora? E a resposta, na verdade, é muito menos simples do que algumas pessoas acreditam.

Ver Daniel em destaque é incrível, e eu gostei de vê-lo explorando, com tanto conhecimento, os diferentes espaços da simulação – por algum motivo, ele sabe sobre aquilo mais do que qualquer outra pessoa, ao que tudo indica… e enquanto Daniel trilha um caminho rumo a algo que ainda não sabíamos o que era, vemos Maura entrar numa representação da casa em que ela morava com Daniel, onde ela encontra fotos com ele e com o garoto que aparecera no navio, Elliot – o filho de Maura e Daniel. Com essa revelação, foi profundamente emocionante ver o reencontro de Daniel e Elliot, e o abraço do garoto, perguntando sobre a mãe e sobre um código, que aparentemente é o que eles estão buscando, para tentar acabar com as simulações… até porque “a simulação está sendo desligada”, o que quer dizer que, em breve, tudo vai começar mais uma vez.

A ideia da “simulação sendo desligada” é percebida, por aqueles que ainda não sabem que estão em uma simulação, na forma de uma TEMPESTADE – e é inusitado ver a maneira como eles fazem de tudo para salvar o Kerberos (Olek e Ling Yi precisando assumir o leme, por exemplo, enquanto os demais continuam jogando carvão nas fornalhas para manter o barco em movimento), completamente alheios ao que realmente está acontecendo. E o episódio também traz a morte de uma série de personagens – nos perguntamos, no entanto, o quanto elas são realmente definitivas… afinal de contas, tudo é uma simulação prestes a ser reiniciada com todas as pessoas nela, não? Mesmo assim, assistimos a pelo menos três mortes bastante emotivas: a de Lucien, a de Olek e a de Ángel… não acho que todos esses personagens estarão ausentes de uma futura temporada.

Seguindo na ideia de dar algumas respostas ao público, o roteiro de “The Storm” oficializa o termo SIMULAÇÃO para o que eles estão vivendo, e temos um diálogo muito bacana de Daniel e Maura, no qual entendemos que eles estão em um loop de simulações: isso já aconteceu dezenas de vezes, cada simulação durando 8 dias, e nenhum navio nunca chegou ao seu destino… Daniel quer quebrar esse ciclo, quer libertar as pessoas que estão presas dentro desse loop de simulação atrás de simulação (há quanto tempo isso está acontecendo?) e, para isso, ele precisa impedir o desligamento e o recomeço, e ajudar Maura a “despertar”. Fiquei curioso e intrigado, no entanto, com a trama de Elliot: por que Daniel diz que Maura “se obrigou” a esquecer que tivera um filho para “suportar a dor” ou algo assim? Isso quer dizer que Elliot está morto?

“His name is Elliot. He’s our son”

O pai de Maura, Henry, é o idealizador de tudo – é quem assiste, julga e reinicia a simulação… e ele tem um discurso problemático e assustador sobre como, na sua visão, emoções são uma falha humana: “Toda vez eles cometem o mesmo erro… e todas as vezes eles morrem. Porque não conseguem se livrar de suas emoções”. Enquanto a tempestade fica mais forte e o desligamento da simulação parece eminente, Henry anuncia que, embora Daniel “tenha ido longe dessa vez”, isso não vai mudar nada, e uma nova simulação vai começar, com todos de volta… mas será que ele tem razão? Será que, no caso de uma nova simulação, as coisas serão mesmo do mesmo jeito? Ou será que, talvez, nem teremos uma nova simulação? De todo modo, vemos o Kerberos ser “engolido” pelo mar (uma sequência visualmente impressionante) e se juntar ao Prometheus e todos os demais navios que vieram antes deles…

Mais respostas ficam para o último episódio.

E eu sinto que vou terminá-lo ansioso por uma segunda temporada!

 

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