1899 1x05 – The Calling

“I can’t tell you. You have to ask the Creator”

É o melhor episódio de “1899” até o momento – e o fato de ter trazido um monte de material para teoria e, consequentemente, algumas respostas, está me deixando feliz, mas ainda mais intrigado… afinal de contas, ainda é o 5º de 8 episódios, e me parece “cedo” para que algumas coisas sejam resolvidas – e “The Calling” parece muito claro ao dar respostas… talvez claro demais? Talvez seja uma pegadinha? De todo jeito, “1899” está construindo uma história interessantíssima e promissora, e eu estou adorando o fato de a série estar investindo cada vez mais na ficção científica, com um toque de mistério e suspense. Com o evoluir dos episódios, percebemos um avanço narrativo que está transformando todas as primeiras impressões que tivemos de “1899”, e percebemos que a história talvez não seja bem sobre o que inicialmente acreditamos.

Provavelmente, eles nem estão onde acham estar.

Os episódios de “1899” começam com o que a série chama, em suas sinopses, de “flashbacks”, antes de ouvirmos uma voz chamando um dos personagens para que eles “acordem”. “The Calling” tem uma sequência introdutória um pouco mais clara do que os demais episódios (vamos entender mais ainda do motivo durante o episódio), e é centrado em Maura: a vemos correndo até chegar a um túmulo com uma cruz com a escrita “WAKE UP”, e então a vemos ser internada em um hospital psiquiátrico, no quarto 1011 (mesmo número de sua cabine no Kerberos, o que, por si só, levanta um monte de teorias… será que todos os personagens estão, na verdade, em um hospital psiquiátrico, por exemplo?), dizendo algo sobre “não ser louca” e sobre “saber o que viu”. É a melhor introdução de “1899” até agora, e então ela desperta, de novo em sua cama…

Maura parece ser a única pessoa que está inconformada com o fato de que o garoto, que foi jogado no mar e, depois, reapareceu em um armário dentro do navio, está trancado lá dentro, batendo pedindo para sair – certamente, o mesmo que acontecera no Prometheus, já que essa é a mesma situação na qual eles encontraram o garoto, para começo de conversa. Contra todas as possibilidades e contra o medo dos demais passageiros, Maura resolve soltar o garoto, mesmo que ninguém concorde com ela, e então uma das coisas mais interessantes da série acontece: é como se a pirâmide na mão do garoto parasse o tempo ao seu redor, e todo mundo fica congelado, dando a Maura a oportunidade de escapar de uma bala (!), de resgatar o menino e de fugir de lá – para todos os demais, fica parecendo que tanto ela quanto o garoto desapareceram.

É uma sequência tão eletrizante e tão cheia de possibilidades que todo aquele drama inicial do navio parece não importar mais – nem mesmo o fato de que eles podem ficar sem carvão e acabarem à deriva sem chegar ao seu destino. O roteiro, por isso, parece brincar com essa “indiferença” com essa parte da trama, e o título do episódio se refere a um “chamado”, que vem de um som que parece “hipnotizar” a maior parte dos passageiros: eles começam a marchar, com olhos vazios, até o convés, para se jogarem pela amurada no mar… a maneira como eles marcham em sincronia perfeita nos remete a uma cena peculiar e intrigante do primeiro episódio de “1899”, quando todos tomaram chá exatamente ao mesmo tempo. Com a trilha sonora perfeita e muita tensão, vemos vários figurantes se jogarem no mar… dentre eles, um personagem de quem gostávamos: Krester.

A fuga de Maura com o menino, através da multidão que marcha para se jogar no mar, os leva de volta ao 1011, à passagem secreta embaixo da cama e a um túnel misterioso que o garoto abre, levando Maura para um lugar completamente diferente… o túnel escuro atrás dela fica parecendo “uma janela para outro mundo” (como em “His Dark Materials”), e ela se vê, por mais impossível que isso deveria ser, em um campo a céu aberto, o mesmo no qual começou o episódio, em seu “flashback” – e ela caminha até o hospital, onde ela reencontra o pai, pergunta sobre o irmão, e é colocada em uma cadeira onde ela toma uma injeção, tudo ao seu redor pisca/falha, e ela acorda novamente no navio, com a voz que diz “Wake up”, como no começo de todo episódio… parece que, pela primeira vez, VIMOS A JORNADA COMPLETA ATÉ O “ACORDAR”.

E foi sensacional!

Agora, Maura quer entender o que está acontecendo – e nós queremos entender quem, exatamente, são o garoto e Daniel, que nos provocam quando contracenam, conversando sobre algo que eles sabem e ninguém mais parece saber… o menino fala algo sobre “eles nunca terem chegado tão longe” e sobre “Maura não se lembrar”, que é algo que ela mesma está começando a entender dessa vez, como ela conta a Eyk durante uma conversa SENSACIONAL. Ele está, desde que descobrira o nome de Maura na lista de passageiros do Prometheus (!), tentando arrancar dela alguma informação, tentando arrancar dela a “verdade”, e aqui ela conta que se chama Maura Singleton, e que o seu pai é Henry, o homem que comprou aquela frota de navios… e um homem que dedicou toda a sua vida ao estudo do comportamento humano, para entender o cérebro…

E ela acredita que tudo aquilo é um “experimento”.

Por isso, agora “1899” parece estar trabalhando com certa concretude com a ideia de “simulação” e “experimento” – e estou bem apreensivo em tirar conclusões muito fechadas, porque acho (e, na verdade, espero) que posso ser surpreendido a qualquer momento… ainda faltam 3 episódios na temporada! O diálogo e as ações de Mayra e Eyk, no entanto, apontam para isso. Maura fala sobre como acredita que o pai fez algo com os navios, “para estudar os passageiros” (seriam eles ratos de laboratório correndo em um labirinto?), e consegue abrir o túnel que o menino abrira antes… dessa vez, no entanto, eles não acabam onde ela esperava, e sim no cenário do passado de Eyk: a sua casa queimada, onde perdera a família… então, ele faz a pergunta que estávamos nos fazendo desde que isso começara: como pode tudo isso caber dentro de um navio? É impossível!

Novamente: a ideia de simulação.

Maura está muito avançada em suas deduções e conclusões, ela até comenta como não acha que as pessoas estejam morrendo de verdade… até porque “não tem como aquilo tudo ser real”. De acordo com a conversa com o garoto e a cena com o pai, que tivera ali antes de acordar novamente no seu quarto do navio, Maura conclui que ela já descobriu isso tudo antes, mas, de alguma forma, o pai a fizera esquecer… então, as coisas melhoram, com ainda mais informação: Eyk compartilha com Maura a lista de passageiros do Prometheus, na qual consta o nome dela, e ela fala que não se lembra de ter estado lá, mas, de algum modo, talvez pode ter estado, e Eyk compartilha, também, uma informação sobre a qual não comentara antes, que é o fato de que a assinatura no papel é a dele… ele também não sabe como, mas acha que era o capitão do Prometheus.

A série está ficando cada vez melhor! E estou amando os rumos que está tomando!

 

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