[Season Finale] Heartstopper 1x08 – Boyfriend

“You’re my favorite person”

QUE EPISÓDIO MIAS LINDO, QUE SÉRIE MAIS PRECIOSA. Ler “Heartstopper”, há algum tempo, me fez muito bem: me fez sorrir e chorar ao lado desses personagens apaixonantes nos quais eu podia me ver tanto. A adaptação de “Heartstopper” tem exatamente o mesmo efeito: produzida com todo o cuidado e respeito, a série é intensa, bela e trata com delicadeza de assuntos importantes e relacionáveis – e novamente eu digo o que disse em várias reviews da série: que bom que essa história está sendo contada, que bom que adolescentes hoje podem assistir a “Heartstopper” e se enxergar nos personagens, nos sentimentos, nos conflitos, nos lugares acolhedores… é o tipo de série que eu adoraria ter assistido quando eu estava na adolescência. “Boyfriend” é a emocionante conclusão da primeira temporada, que coincide com a conclusão do Volume 2 da obra de Alice Oseman.

As coisas parecem não estar muito boas para Charlie e Nick – depois de uma ida desastrosa ao cinema e de uma série de confusões com o Harry, Charlie começa a se afastar, a sentir que “está incomodando”, e sempre me machuca muito ver o Charlie sofrer e se culpar por coisas que ele não deve se culpar. Aquela conversa com Tori foi tristíssima, bem como vê-lo ignorando as mensagens de Nick, que está verdadeiramente preocupado com ele, e se escondendo novamente no prédio de artes, que era para onde ele ia no ano anterior, quando as pessoas ficavam implicando com ele e o fazendo se sentir um lixo. Charlie é uma pessoa extremamente boa, um garoto que merece tanto ser feliz, e eu fico muito feliz por, ao menos, ele ter um bom grupo de pessoas que estão dispostos a provar para ele que ele é um máximo e que não tem que se esconder…

Um grupo de pessoas que o ama.

Também já comentei sobre como “Heartstopper” toca com delicadeza nesse assunto do nosso grupo de apoio – pessoas que são aquelas que nos amam de verdade, aquelas que nem sempre estarão na nossa vida para sempre, mas que nos marcarão para sempre por terem sido um apoio sólido quando mais precisamos… Charlie Spring sofre bullying, e a série não mascara isso, porque, infelizmente, é uma realidade que ainda enfrentamos atualmente, mas ele também tem o apoio incondicional de pessoas que o amam tanto e que estão dispostas a fazer com que ele se sinta melhor. Assim como Nick. Nick está em um processo de descoberta, e agora que ele já se descobriu bissexual, ele ainda não está pronto para se assumir para toda a escola, mas ele está pronto para contar para algumas pessoas, que são pessoas que o apoiarão em todo o momento e farão tudo valer a pena.

No último episódio, sofremos de verdade por Charlie, por Nick e por Tao. Aos poucos, as coisas vão se arrumando durante “Boyfriend”. Tao e Nick têm uma cena muito legal na qual eles conversam, e Nick fala sobre como Charlie provavelmente não contou para o Tao porque estava muito preocupado com a sua opinião, porque o ama tanto, e Tao, embora esteja um pouco chateado e queira ficar bravo com Charlie mais um tempo, sabe disso, no fim das contas… sofri um pouco com o Charlie tentando agir como se tudo estivesse normal, para conseguir uma reação “convencional” de Tao, ou com o Charlie pedindo “desculpas por tudo” quando troca de colete com ele e assume o seu lugar na corrida no Dia de Esportes das escolas, mas o abraço dos dois foi uma das coisas mais lindas de todo o universo, com os dois pedindo desculpas mutuamente.

O Dia de Esportes ainda traz um momento MUITO IMPORTANTE para Charlie e Nick. Nick fica pensando muito em algo que Tao dissera, sobre como ele precisava conversar com Charlie, sobre como Charlie sofrera e como queria que Nick fosse mais do que “o cara que ele beija escondido de vez em quando”, então ele faz algo surpreendente no meio do jogo de rúgbi que está sendo assistido por toda a escola – ALGO QUE ME ENCHEU DE ORGULHO. Sem conseguir parar de pensar em Charlie e olhar para o Charlie, Nick abandona a bola no meio da partida, porque o Charlie é muito mais importante para ele do que qualquer partida de rúgbi… então, ele caminha até o Charlie no meio dos torcedores, segura a sua mão e sai dali de mãos dadas com ele… ele pode não ter falado nada na frente de todos, mas suas ações deixaram tudo muito claro.

A carinha da Imogen entendendo tudo foi muito fofa.

A conversa de Charlie e Nick no corredor da escola foi o momento em que eu comecei a chorar: que diálogo mais lindo, mais emocionante, mais entregue! Nick sabe que Charlie está tentando se afastar dele, mas ele diz que não quer “terminar” – o Nick fala muita coisa, na verdade, mal parando para respirar, e é a coisa mais fofa do mundo que ele queira colocar tudo para fora com tanta urgência, para que Charlie entenda que ele não se importa com nada do que vai acontecer, desde que esteja com ele, porque estar com ele fará todo o resto valer a pena… ele diz que ele “é a sua pessoa favorita” (o que é uma das minhas frases favoritas de todo “Heartstopper”, diga-se de passagem), e que vai respeitar sua decisão se ele quiser terminar, mas ele não quer que eles terminem, porque quer que eles estejam juntos e tudo o mais… Charlie, emocionado, se aproxima e o beija.

Os dois são absolutamente fofos. Podemos entender facilmente os sentimentos de Charlie, a alegria em seu coração estampada no seu sorriso… então, os dois compartilham outro momento adorável que é um domingo juntos na praia, em uma cidade vizinha ou algo assim – e eles são os namorados mais fofos do mundo, com direito a sorvete, fotos românticas e fofas em uma cabine fotográfica, e uma declaração de amor na praia, com o Nick gritando para quem quiser ouvir que ele gosta de Charlie, e não apenas como um amigo, mas de uma maneira romântica… uma cena exatamente como a original dos quadrinhos, inclusive. Aqui, eles oficializam o termo “namorados” (o que pode não parecer, mas é muito importante! E o Nick gritando isso também é incrível demais!), e Nick fala sobre como quer começar a contar sobre eles para as pessoas que importam…

Então, ganhamos uma das cenas mais aguardadas e mais lindas da série.

Nick volta para casa depois daquele dia na praia sorridente, o que não escapa da atenção de sua mãe, então ele se senta na mesa ao lado dela para conversar – nós, um pouco mais velhos, nos reconhecemos tanto naquele Nick adolescente e meio nervoso que está tomando coragem de dizer para a mãe o que quer dizer… ele começa falando sobre Charlie, sobre como ela sabe que ele é seu melhor amigo, então ele completa: “He’s my boyfriend. Charlie’s my boyfriend”. Tudo, absolutamente TUDO, nessa cena é perfeito e emocionante. A maneira como Nick fala de sua bissexualidade, como Sarah o acolhe com emoção, carinho, amor e lágrimas nos olhos, o abraçando e o agradecendo por tê-la contado, dizendo que o ama muito. A atuação de Kit Connor e Olivia Colman torna tudo tão intenso, tão verdadeiro, tão palpável… tão real. Um dos momentos mais lindos da série.

Pensei muito em mim e na minha mãe… foi muito parecido com o que aconteceu comigo.

E sim, eu sei… Nick e eu somos pessoas sortudas. Nem todo mundo tem o privilégio de viver em uma casa como a dos Nelson, mas eu acho que “Heartstopper” cumpre muito bem o seu papel e passa uma mensagem muito importante e muito clara: uma mensagem sobre como é bom que nos descubramos, que não há nada de errado nisso, que temos nosso tempo para nos assumirmos, que está tudo bem sermos quem somos, e que teremos pessoas que nos amarão e nos darão todo o suporte de que precisemos, mesmo quando as coisas não forem totalmente fáceis. Se você se sente no lugar de Nick ou de Charlie e talvez não tenha uma mãe como a Sarah, olhe bem ao seu redor: você terá uma Elle, um Tao, uma Tori… e acredite: esse círculo só cresce e se fortalece. Pode não parecer às vezes, mas, se não está fácil, as coisas ficam melhores com o tempo.

“Heartstopper” me tocou profundamente. Que série incrível e importante.

 

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