Sítio do Picapau Amarelo (2006) – O Grito do Picapau

As criaturas da mata…

Falemos um pouco dos novos núcleos apresentados na Temporada 2006 do “Sítio do Picapau Amarelo”. Com toda a reformulação do programa, também ganhamos um “novo” Arraial dos Tucanos, que agora conta com um Elias muito mais parecido com o Elias dos livros e do Sítio de 1977 a 1986, dono de uma venda e de uma pensão; personagens como o Coronel Teodorico e a Dona Joaninha desapareceram, e conhecemos Samira, sobrinha do Elias e interpretada por Lara Rodrigues (de volta ao Sítio depois de ter sido a Narizinho entre 2001 e 2003), bem como novos moradores que estão chegando agora ao Arraial: Flor, Urbano e Grilo. Também temos o interessante núcleo do Grito do Picapau, o jornal editado por Samuel, responsável pelas principais denúncias contra o Valdo Serrão e, é claro, o próprio Chico Maciel, que trabalha em uma clínica veterinária na cidade.

A apresentação desse “novo” Arraial dos Tucanos é brilhante – e muito acolhedora.

Em paralelo, conhecemos também o “acampamento” de Valdo Serrão, um dos grandes vilões dessa temporada, um homem mau que está desmatando o Capoeirão dos Tucanos e tentando, de todo modo, comprar o Sítio de Dona Benta, porque acredita que existe algum tesouro escondido lá – e ele vai fazer qualquer coisa para tentar fazer com que Dona Benta venda suas terras… como Dona Benta é firme em sua decisão ao dizer que “seu sítio não está à venda”, Valdo Serrão tenta trazer-lhe prejuízo para obrigá-la a fazer negócio com ele, então manda que Jovino solte gafanhotos para devorarem o milharal do Sítio do Picapau Amarelo… enquanto isso, Clarice Serrão, filha do vilão, é uma garota estudiosa, mas ingênua, que acha que O Grito do Picapau está sendo injusto e publicando matérias falsas sobre seu pai – e quer provar que eles estão errados.

Clarice é uma personagem interessante, e também promete uma história interessante à temporada: afinal de contas, ela tem uma briga intensa com Samuel, o editor-chefe do jornal, e sabemos que isso vai acabar virando romance… e eles vão passar mais tempo juntos quando Samuel lhe oferece uma coluna social no Grito do Picapau e, para o desespero de Valdo Serrão, Clarice aceita. Agora, ela trabalhará ao lado de Samuel e de Emília, que também tem uma coluna no jornal, a “Torneirinha de Asneiras”, uma coluna que ela dita e é escrita pelo Visconde, assim como as suas Memórias em outros tempos… inclusive, foi uma cena incrível a da Emília e Clarice se conhecendo, com a bonequinha dizendo que “ela pode ajudá-la a desmascarar o maior vilão do arraial”, mas Samuel a interrompe antes que ela cite o nome de Valdo Serrão, sem saber quem é Clarice…

Também adoro a Emília acusando Samuel de ser um traidor, mas ele explica que Clarice não é como o pai e não tem nada a ver com as maldades do Valdo Serrão.

As maldades de Valdo Serrão, por sua vez, ameaçam a segurança dos seres da mata, e temos uma sequência interessante que mostra vários animais em paralelo às cenas de desmatamento promovidas pelos homens de Valdo Serrão, e vemos a Iara fugir assustada ao ouvir o som de uma motosserra, por exemplo. As criaturas da mata, todas preocupadas, se reúnem para decidir o que vão fazer para solucionar o problema que se abateu sobre o Capoeirão dos Tucanos, e conhecemos um grande elenco de criaturas que fazem parte dessa temporada, além do tradicional Saci, ainda interpretado por Izak Dahora. Temos, por exemplo, Thávine Ferrari, que deixa seu papel de Patty Pop para se tornar Flora, uma caipora, e o próprio João Vitor da Silva, que fora o Pedrinho nos dois anos anteriores, e que agora retorna como o Curupira. Gosto dessa quantidade de seres da mata!

O conceito dessa temporada é incrível!

Falando em caiporas, um dos núcleos principais dessa temporada é a da família de Flor. Flor é uma caipora que nasceu diferente: ela viveu na mata até seus 18 anos, mas nunca foi feliz até conhecer Urbano perdido na mata, e então ela foi embora com ele. Agora, Flor e Urbano retornam ao Arraial dos Tucanos com Grilo, o filho meio humano e meio caipora do casal – Flor pensou muito antes de retornar, mas Urbano herdou uma casa de seu pai e quer conhecê-la, então ela aceita, e é uma casa que parece de filme de terror, inicialmente, mas que eles conseguem deixar bonita e aconchegante com uma ajudinha do Zé Carijó e de Samira, e é uma delícia acompanhar essas cenas! Logo depois de sua chegada, Flor já é avistada pela mãe: “Minha Flor, sim! Que foi e voltou pra mim!” Talvez Flor precise enfrentar seu passado e contar tudo a urbano…

Afinal de contas, ele ainda não sabe de sua “verdadeira origem”.

Grilo, que anda sempre com um violino nas costas, se torna amigo do Pedrinho rapidinho, mas eles acabam se perdendo na mata, porque embora o Pedrinho diga que “conhece a mata como a palma de sua mão”, ele também pode se perder. Enquanto Pedrinho e Grilo tentam encontrar uma maneira de voltar para casa e conhecem Flora, Flor se preocupa com o desaparecimento do filho e, em uma conversa com Samira, ela acaba contando toda sua história, mostrando suas orelhas e dizendo que talvez tenha chegado a hora de revelar o seu segredo – se o Grilo realmente estiver perdido no Capoeirão dos Tucanos, apenas ela pode ajudá-lo. Enquanto isso, Urbano vai à delegacia para falar sobre o sumiço de Grilo, e Chico faz o mesmo, por Pedrinho, enquanto os garotos conseguem chegar até à casa do Tio Barnabé, que lhes dá uma tremenda bronca…

Afinal de contas, ele sabe que Dona Benta e os pais de Grilo devem estar preocupados!

Felizmente, os meninos estão bem… talvez Flora consiga guardar seu segredo mais um tempo!

 

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