Os Caça-Fantasmas (Ghostbusters, 1984)

“Who ya gonna call? Ghostbusters!”

Clássico da Sessão da Tarde que fez parte da infância e da adolescência de muita gente, “Os Caça-Fantasmas” é um sucesso de 1984 que deu origem a uma franquia que conta com mais um filme ainda na década de 1980, além de sequências mais recentes, uma série animada, histórias em quadrinhos e outros produtos, garantindo uma popularidade daquelas que se vê em outros grandes filmes da época, como “O Exterminador do Futuro”, “Karatê Kid” e “Jurassic Park”, por exemplo – embora, se eu for ser sincero, eu não tenho por ele o mesmo amor que eu tenho por “De Volta Para o Futuro”, por exemplo, que eu considero um dos filmes da minha vida… com sua parcela bem-vinda de bizarrice e estranheza, “Os Caça-Fantasmas” é peculiar e divertido.

O filme nos apresenta a Peter Venkman, Ray Stantz e Egon Spengler, três amigos cientistas que têm o seu projeto fechado na faculdade em que trabalham e resolvem abrir a sua própria empresa para lidar com casos sobrenaturais, e se tornam oficialmente os CAÇA-FANTASMAS… um negócio que não vai lá muito bem até eles serem contratados para pegar um fantasma de um hotel de luxo, o que entrega o que é talvez a cena mais absurda do filme e, também, a minha favorita: a perseguição àquele fantasma comilão é um verdadeiro caos que destrói metade do hotel, e eu fico realmente me perguntando se o hotel não teria menos prejuízo mantendo o fantasma como “hóspede” do que contratando aquele trio de caça-fantasmas, mas é o ponto de virada…

Dali em diante, os casos de fantasmas em Nova York parecem se multiplicar, e os Caça-Fantasmas se tornam quase celebridades, contratados por todo lado para ajudar a cidade… a aparição cada vez mais constante de casos sobrenaturais, no entanto, pode ter a ver com algo muito maior que é sugerido muito cedo no filme, quando Dana Barrett tem uma experiência um tanto sinistra na cozinha do seu apartamento, com uma visão dentro da geladeira que parece chamar por alguém chamado Zuul – ela é, na verdade, a primeira pessoa a contratar os serviços dos Caça-Fantasmas, mas esse é um caso que guia a narrativa do filme… e talvez o Venkman esteja inicialmente focado em outras coisas (Peter Venkman é um personagem facilmente cancelável atualmente).

“Os Caça-Fantasmas” é um pouco menos simples do que eu me lembrava, e tem toda uma trama sendo desenvolvida, com um quê de macabro que vai além de “fantasmas camaradas” ao estilo de “Gasparzinho” e inclui elementos mais sombrios que talvez me façam pensar em filmes como “Os Fantasmas Se Divertem”: Dana Barrett e um dos seus vizinhos são possuídos (!) por entidades que são o prenúncio de algo muito mais perigoso que ainda está por vir, quando eles abrirem os portões do outro mundo para Gozer – e o prédio no qual eles moram é uma espécie de “catalizador” que o torna o lugar perfeito para abrir tal passagem… e o caos toma conta de Nova York quando todos os fantasmas previamente presos pelos Caça-Fantasmas são liberados imprudentemente.

Mas a culpa não foi deles!

Depois de os Caça-Fantasmas serem chamados de charlatões e terem o quartel-general parcialmente destruído por uma explosão que libera fantasmas na cidade toda, eles são convocados para se tornarem OS HERÓIS mais uma vez (agora com Winston Zeddemore, o último Caça-Fantasmas a integrar a equipe), e se metem na maior caçada que eles já viveram, com direito a contato com o mundo de lá, uma criatura assustadora que pode significar o fim do mundo e um Sr. Marshmallow que é aquele momento em que “um monstro gigante ataca a cidade” em tokusatsus, e eu acho que o charme do filme é justamente o fato de ele conseguir flertar com elementos potencialmente mais sombrios no meio de muito bom-humor e coisas que não se levam a sério…

Eu não acho que esse primeiro “Os Caça-Fantasmas” seja de fato um grande filme, embora eu goste, sim, dele… mas certamente é um daqueles filmes que despertam NOSTALGIA, e tem um gostinho delicioso de anos 1980, e eu acho que ele ganhou muita força com o tempo, em elementos que independem da sua história, no fim das contas: a música-tema, interpretada por Ray Parker Jr., por exemplo, é um ícone da cultura pop que chegou ao primeiro lugar do Billboard Hot 100 nos Estados Unidos, e o visual dos Caça-Fantasmas é algo constantemente referenciado em outras produções, evidenciando o seu impacto. No fim, “Os Caça-Fantasmas” é um filme carismático e lembrado com muito carinho por toda uma geração que cresceu assistindo a essa aventura!

 

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