O Malefício (2023) – Quem será o sucessor de Enrique de Martino?

“¿Qué hice? ¿Qué hiciste?”

Raúl está cada vez mais perto de se lembrar de tudo o que aconteceu na noite em que sua mãe morrera… ele sempre soube que o pai escondia informações a respeito da morte de Nora, e isso é algo que o afeta profundamente até hoje, e embora Raúl tenha pensado em “seguir em frente”, como o pai e o irmão tanto o pressionam a fazer, ele também percebeu que “não é como eles”, e não consegue simplesmente fazer isso. Confuso e perdido em seus próprios medos e dúvidas, Raúl se pergunta se as coisas seriam “diferentes” se a mãe ainda estivesse viva, e conta a Jorge sobre como o pai era “divertido” quando ela ainda estava viva, algo de que o Jorge provavelmente nem se lembra, porque ele é o irmão mais novo… mas, agora, parece distante demais até para Raúl.

Enquanto conversa com Jorge, Raúl mostra se preocupar com o irmão, dizendo que ele tem um bom coração e pedindo que ele prometa que, aconteça o que acontecer, ele não fique como o pai – se terminar igual a ele, também terminará sozinho. Bêbado e angustiado, Raúl confronta o pai naquela noite sobre a ausência de pertences de Nora na casa (ele diz que isso “não é normal”), e depois tem mais uma noite de sono turbulento, com direito a pesadelos que são, na verdade, as memórias tentando vir à tona… Raúl vê Nora correndo, como se fugisse de algo, gritando com alguém que ele não consegue ver, alguém que ela manda “deixar seus filhos em paz”, e nos perguntamos se é uma manifestação de Bael ou se é o próprio Enrique, “controlado” pelo demônio.

Tudo o que Raúl está vivendo e todos os “sinais” que ele está recebendo através de seus pesadelos fazem com que Enrique e Gerardo comecem a se perguntar se isso significa que ele é o “sucessor”, mas a verdade é que os sinais em torno de Juanito são todos muito maiores… mas nem todos chegam a conhecimento de Enrique, naturalmente. Enquanto tenta fazer a sua tarefa de casa, por exemplo, Juanito vê a televisão do quarto se ligar sozinha em uma tela de estática várias vezes, até que ele não consiga mais desligá-la, por mais que aperte repetidamente o botão do controle remoto, e isso o apavora… em paralelo, mais ou menos ao mesmo tempo, Enrique entra em uma espécie de transe no qual tem uma visão de Juanito na organização, puxando sua mão e o guiando à frente…

Mas ele não entende o que isso significa.

“¿Que hacía Juan ahí?”

Enrique de Martino pode até não entender plenamente o que a sua visão com Juanito significa, mas ele sabe que ela significa alguma coisa – e vai ter que ficar de olho na importância desse garoto, como se ele “o estivesse guiando até o sucessor”, seja ele quem for… e enquanto pondera a respeito disso, Enrique recebe uma ligação do próprio Juanito, o convidando para a sua festa de aniversário, e Gerardo começa que “não existem coincidências”, algo que o próprio Enrique já percebera: eles estavam falando sobre ele e ele liga no mesmo momento… isso só pode ser um sinal, e Enrique precisa descobrir o que é. Ele sabe que precisa estar por perto de Juanito, que não pode perdê-lo de vista, porque há algo importante que Bael está tentando dizer através dele.

Mas o quê?

Enquanto isso, Jorge se decepciona ao perceber, enfim, que o pai quer que Raúl assuma o seu lugar de toda maneira… e eu acho que esse pode ser um ponto de virada importante para o personagem se tornar realmente maldoso e vilanesco, e não apenas “ambicioso” ou qualquer coisa assim. E o pior de tudo é que Raúl não quer esse posto. Em uma cena fortíssima, ele discute com o pai e diz a Enrique que não quer “o peso de ser um de Martino”, e que daria o que fosse para que quem tivesse morrido fosse ele e não a mãe. Tenebrosa a cena na qual, de olhos vermelhos e dominado por Bael, Enrique levanta Raúl pelo pescoço com uma só mão, da maneira mais violenta possível, e como depois ele se “transforma” quando volta a ser inteiramente ele e percebe o que fez.

Mas ele não é inocente…

Ele aceitou isso tudo.

 

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