My Stand-In – Episódio 1

 

“Naquela época, eu achei que estava em um sonho. Eu só não sabia que era um pesadelo… e que a pessoa na minha frente destruiria a minha vida”

 

Protagonizado por Poom (Phuripan Sapsangsawat), de “Bake Me Please”, e por Up (Poompat Iam-samang), de “Lovely Writer”, “My Stand-In” é um BL tailandês que estreou no último dia 26 de abril. Com uma premissa curiosa, um toque de mistério e sobrenatural, mas aparentemente poucas pretensões, a série tem uma estreia deliciosa de se assistir, mesmo que seja um episódio longo (61 minutos, no total). Como eu sabia muito pouco a respeito da trama, além do mais básico do básico mesmo, eu fui descobrindo no decorrer do episódio, e foi uma experiência bacana, que fez com que eu me apaixonasse pelo Joe e torcesse por sua felicidade… acho que esse é o segredo para uma boa estreia: personagens carismáticos por quem possamos torcer ao assistir.

E eu torço pelo Joe!

Joe é um dublê de filmes de ação que acaba sofrendo um acidente durante uma gravação e despencando de um penhasco… dois anos depois, ele desperta do coma em uma cama de hospital, com uma mulher desconhecida o chamando de “filho”, e ele descobre que, de alguma maneira, ele acordou no corpo de outro “Joe” – o Joe que era realmente filho daquela mulher. Seu próprio corpo, aparentemente, desapareceu depois do acidente e nunca foi encontrado, e não parece ser um caso sobre o qual se fale muito, pelas pesquisas que Joe faz na internet mais tarde, quando sai do hospital. Afinal de contas, é de se esperar que ele fique curioso, não é? Será possível que aquele corpo tenha sobrevivido e esteja perambulando por aí com a alma desse outro Joe?

De todo modo, enquanto ele não “resolve” esse mistério, só há uma coisa que Joe pode fazer: assumir essa sua nova vida, sendo o “dublê” do filho daquela mulher. Curiosamente, no entanto, ele não fica tão distante da sua antiga vida, por uma daquelas coincidências do universo, que coloca um antigo amigo seu cuidando do pai no mesmo quarto em que ele estava internado, e então ele imediatamente parece gostar de Joe e oferece um emprego para ele, em sua produtora de filmes… dessa vez, no entanto, Joe não vai querer ser um dublê. Tampouco quer estar em frente às câmeras, pelo menos por enquanto. Nesse momento, ele acha que ficará suficientemente feliz com um trabalho discreto nos bastidores, em um universo que ele já conhece bem.

E, ali, ele está prestes a reencontrar um fantasma do passado… Ming. A tensão MARAVILHOSA daquela cena de Joe e Ming no elevador é de arrepiar: Joe fica visivelmente abalado, mas não diz nada, sai em silêncio, e então Ming segura o seu braço, perguntando se “eles já se conhecem”, mas Joe responde que “ele deve o estar confundindo com outra pessoa”. E aquele é um dos melhores momentos do episódio, porque ficamos curiosos para entender qual é a história daqueles dois! Uma história que felizmente começamos a explorar nos minutos seguintes, quando “My Stand-In” nos leva em um longo flashback que se passa 3 anos antes (ou seja, um ano antes do acidente de Joe), e que dura até o fim do episódio, trazendo algumas respostas…

E mais perguntas.

A primeira interação de Joe e Ming acontece quando Ming o abraça de surpresa no camarim o chamando de “Tong”, antes de perceber que não era realmente o Tong… e então ele sai, talvez um pouco sem graça. No fim daquele dia, no entanto, depois de Ming ser colocado em segundo plano por Tong, ele está se preparando para ir para casa sozinho quando Joe gentilmente oferece uma carona – e as coisas acontecem! Toda a cena dos dois no carro é incrível, na minha opinião, e entrega já bastante química. Eu gosto de como é um começo imperfeito, de como temos um Ming magoado talvez por expectativas que ele mesmo criara com Tong, e de como uma ligação o deixa ainda mais afetado, a ponto de ele resolver passar a noite com Joe, e assim a história deles se inicia.

O melhor momento dos dois acontece ainda no carro, quando Ming diz que “Joe pode levá-lo para onde ele quiser”, e emenda dizendo que “se Joe não sabe para onde levá-lo, então pode levá-lo para sua própria casa”, e o Joe fica a coisa mais fofa do mundo (ele é lindo, né?) quando está desconcertado, com direito à simbologia do limpador de para-brisas ligando! É uma delícia a sequência dos dois subindo as escadas, tirando a roupa um do outro antes mesmo de entrar, se beijando com vontade já no primeiro episódio, e eu dei uma boa gargalhada com o “impasse” da “briga” pela camisinha, os dois querendo ser ativos… só devo dizer que eles perderam uma oportunidade e tanto… tem muita coisa gostosa que dá para se fazer mesmo que os dois sejam ativos, hein?

Dito isso, os dois compartilham uma primeira noite interessante, mesmo sem sexo – e estabelecem algum tipo de conexão, talvez. Joe prepara a sua “especialidade” na cozinha com atenção e carinho, e toda aquela realidade é muito diferente do que conhecemos de Ming eventualmente… antes de terminar o jantar, Ming pergunta se “pode passar a noite ali com ele”, e o convida par dormir na cama, e de alguma maneira Joe já sabe que Ming não estará mais ali quando ele acordar na manhã seguinte. E realmente não está… Ming ainda é alguém “quebrado” demais para se permitir uma relação real. Por algum motivo, no entanto, Joe não consegue tirá-lo da cabeça, e apenas o perfume de Ming no ar lhe dá a certeza de que aquilo tudo não foi um sonho…

Meio romântico, né?

Joe e Ming se reencontram pouco tempo depois… quando Ming tem mais um momento frustrante com Tong, como parecem ser todos, ele telefona para Joe, tendo conseguido o seu telefone de alguma maneira que ele não pretende contar. E, então, os dois terminam juntos mais uma vez. Na primeira noite, quando Joe dissera que “não se importava em ser passivo, mas nunca tinha feito isso antes”, Ming respondera que era melhor ele guardar suas primeiras experiências para alguém que valesse a pena… dessa vez, quando, bêbado, Ming beija as costas de Joe e pergunta “por que ele tinha que ser virgem”, Joe responde que “entregaria a ele sua virgindade”, e então eles transam pela primeira vez. O problema, naturalmente, é que cada um quer uma coisa…

Joe está se entregando. Talvez rápido demais, talvez emocionado demais, mas ele está se entregando porque realmente gostou do Ming… o Ming, por outro lado, gosta mesmo do Tong e a cada vez que ele fica frustrado por esse sentimento não correspondido, ele busca o Joe porque ele “é seu dublê”. Talvez o fato de ele virar o Joe de costas naquele momento em frente ao espelho signifique mais do que um mero movimento sexual – talvez ele o queira nessa posição porque é nessa posição que ele o lembra Tong. De um modo ou de outro, Joe terminará de coração partido… na narração, Joe fala sobre como aquilo acabou sendo um pesadelo, e como “ele destruiu a sua vida”. O que vem pela frente? E, pior… como será esse “reencontro” agora, com Joe em outro corpo?!

Quer dizer, em outro corpo ele não lembrará Tong. Ming terá que gostar dele por ele.

Curioso!

 

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