3 Body Problem (O Problema dos 3 Corpos) 1x06 – The Stars Our Destination

Estrelas.

Achei esse episódio tão inferior ao que vínhamos conferindo até agora! Talvez em parte tenha sido por causa do clima maravilhosa de Season Finale que sentimos no episódio anterior, e então “The Stars Our Destination” não conseguiu se manter à altura… começando a introduzir devagar elementos de “A Floresta Sombria”, esse sexto episódio de “3 Body Problem” caminha em direção aos planos que a humanidade precisa começar a traçar para a chegada dos San-Ti/Trissolarianos em aproximadamente 400 anos, mas sem explorar por completo o que ainda tínhamos no primeiro livro da trilogia – gostaria muito de ver Ye Wenjie descobrir mais sobre os Trissolarianos e como a sociedade deles funciona, para ela perceber que eles não podem nos salvar, no fim das contas…

Curiosamente, minha parte favorita do episódio foi o começo. Depois de os San-Ti anunciarem sua chegada para toda a humanidade, com os anúncios de “VOCÊS SÃO INSETOS” em toda e qualquer tela disponível, o mundo virou um verdadeiro caos… não importa que os San-Ti só cheguem ao planeta em 400 anos, o caos é aqui e agora. É interessante ver as diferentes reações das pessoas: alguns protestos vazios dizendo que “não somos insetos”; alguns levantamentos de dinheiro para “salvar o planeta”; reuniões sobre o que se pode fazer, afinal, para enfrentar os San-Ti; pessoas que não se importam porque vai demorar para eles chegarem, de qualquer maneira; pessoas que abandonaram toda e qualquer esperança e tiram as próprias vidas em massa…

Thomas Wade, por sua vez, quer fazer alguma coisa – e ele coloca Jin Cheng para trabalhar para ele. Existe o claro problema de que os San-Ti enviaram dois sófons para a Terra e eles se movem quase na velocidade da luz, o que quer dizer que eles podem circum-navegar a Terra em muito menos de um segundo, e demorariam aproximadamente três segundos em uma viagem de ida e volta para a Lua… não há muito que se possa fazer contra eles, é verdade, mas se pode tentar, ao menos, e é para isso que Wade quer Jin Cheng: para que ela o ajude a pensar em como eles podem atrasar/distrair os sófons. Na sua esperança, os sófons podem estar em qualquer lugar, mas não podem estar em todos os lugares ao mesmo tempo – e, por ora, isso vai ter que servir de algo.

Assim, Jin Cheng é a primeira a dar uma ideia mais ou menos viável de como enviar uma sonda até a frota espacial dos San-Ti, que rumam para a Terra… com a tecnologia atual e com a velocidade que conseguimos atingir, uma sonda demoraria aproximadamente 398 para chegar até eles (!), e Wade não quer esperar por décadas até que tenhamos desenvolvido uma tecnologia capaz de chegar a 1% da velocidade da luz, como a deles – se é que isso seria possível, tendo em vista que a ciência de base foi sabotada pelos sófons. A ideia de Jin Cheng envolve algumas explosões atômicas e riscos, mas talvez possa levar a sonda a 1,12% da velocidade da luz, e Wade está disposto a abraçar essa única esperança, porque eles precisam saber mais sobre os San-Ti.

Precisam saber o que a humanidade vai enfrentar.

Jin Cheng também é questionada por Auggie Salazar sobre o que ela está fazendo, afinal – ela mesma não pretende trabalhar para Thomas Wade, embora a própria Jin Cheng peça a sua ajuda porque as suas pesquisas com nanofibras pode ser valiosíssima para o que eles estão pensando em fazer… para Auggie, todo o episódio se resume a lidar com a culpa que sente pela sua participação no massacre ao navio Juízo Final, que garantiu a eles acesso às conversas de Mike Evans com os Trissolarianos e as últimas informações sobre a vinda desses alienígenas para o planeta. É uma boa discussão esse debate interno de Auggie, e todas as perguntas que ela faz a Jin Cheng, mas, no fim das contas, todos estão em guerra… e ela acaba cedendo e indo trabalhar com a amiga e com Wade.

Ainda sinto que Saul e Will estão muito à parte de tudo o que está acontecendo… eu não desgosto dos personagens, de modo algum, mas eu não consigo deixar de sentir que eles não agregam o suficiente à trama, e é quase estranho a série os ter mantido em destaque durante tanto tempo sem dar a eles um objetivo claro dentro da narrativa, ainda que eles talvez venham a assumi-lo eventualmente. Existe, sim, toda uma tentativa de sensibilizar a audiência com a doença de Will, que está com seus dias contados, e o amor que ele sente por Jin Cheng sem nunca ter tido a coragem de contar para ela, mas esse tipo de relação era o que menos importava em “O Problema dos Três Corpos”, e acho que a série não conseguiu explorá-la para torná-la tão importante/relevante assim.

 

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