Smash 2x10 – The Surprise Party

“She’ll be remade as somebody original”

AS MUDANÇAS COMEÇARAM EM “HIT LIST” – e foi uma junção da opinião do Richard Francis, o repórter do The New York Times, o trabalho de Scott e Julia como “dramaturga”, e a birra de Derek porque “perdeu” a Karen. E isso ainda deve dar pano para a manga nos bastidores do novo musical. “The Surprise Party”, o 10º episódio da segunda temporada de “Smash”, traz um pouquinho dos ensaios técnicos para a estreia de “Bombshell” na Broadway em três semanas (!), mas, nessa parte da trama, se concentra de verdade no aniversário de Ivy Lynn, e no Tom tentando salvar a amizade deles depois de ela ter ficado verdadeiramente chateada (e com razão, eu diria) porque ele contratou Leigh, sua mãe, para interpretar a Gladys, a mãe da Marilyn.

Tom e Ivy sempre tiveram uma amizade muito bonita, é verdade – tanto que Tom sempre esteve do seu lado quando ela e Karen ainda brigavam pelo papel de Marilyn Monroe, e meio que ficou satisfeito quando assumiu a direção de “Bombshell” e Karen escolheu deixar a produção. Agora, no entanto, ele está em uma situação complicadíssima na qual precisa ser um diretor competente, mas não consegue fazer isso se ele continuar tentando agradar todo mundo. Depois de todos os problemas, Ivy e os amigos planejam uma festa de aniversário sem convidar Tom, e ele se esquece do aniversário da amiga, o que ele sabe que é uma falta gravíssima que ele precisará trabalhar duro para remediar… então, ele joga bem e prepara a melhor surpresa possível para ela.

Ele a chama para jantar e traz ninguém menos do que a INCRÍVEL Liza Minnelli (muito famosa por protagonizar a adaptação cinematográfica de “Cabaret”, em 1972), alguém que Ivy sempre sonhou em conhecer pessoalmente, e mais do que isso: ele coloca Liza Minnelli para cantar “A Love Letter from the Times”, uma música que Tom escreveu como presente de aniversário para Ivy… seria perfeito, se a Eileen não tivesse interferido e tentado transformar aquilo em uma oportunidade para conseguir uma boa matéria sobre “Bombshell” nos jornais, o que deixa a Ivy com a sensação de que Tom não está fazendo alguma coisa por ela, mas pelo show novamente, como quando contratou Leigh… o que, felizmente, ela entende que não é o caso quando Tom confronta Eileen.

Mesmo assim, a amizade dos dois não é mais a mesma coisa… não pode e não deveria ser, nesse momento. Ivy fica muito feliz com a surpresa, agradece ao Tom com sinceridade, mas depois se despede dele para voltar para a festa de aniversário que tinha planejado em um bar com os amigos – um bar no qual Tom acaba chegando depois de ela “deixar cair suas chaves”. E eu gostei muito do tratamento dado à trama nesse momento: Tom está chateado, porque se sente excluído e Ivy sempre foi sua amiga, mas Ivy diz algo tão sincero e tão verdadeiro que nos deixa pensativos… ele fala sobre como, nesse momento, ele precisa ser seu diretor, não seu amigo: ele não precisaria pedir desculpas por contratar Leigh, se fosse só seu diretor, e ela não precisaria pedir desculpas por querer uma noite de folga do seu chefe…

Foi algo maduro.

Enquanto isso, “Hit List” continua avançando rumo a novidades… primeiro, Richard Francis aparece para assistir a mais um trecho do musical, dessa vez com “Original” – que eu devo dizer que é uma das minhas músicas favoritas de “Hit List”, porque EU AMO tudo a seu respeito. Eu amo o conceito da música e da cena, amo como Lana del Rey e Lady Gaga são usadas como exemplos de artistas que “se reinventaram” para poder conquistar a fama (e a inteligência da letra trazendo trechos como “A fixed up nose and monster fame” e “Though she might say that she was born this way”), e amo a coreografia da cena toda. Para mim, funciona incrivelmente bem, com Pasek e Paul entregando mais uma de minhas músicas favoritas de “Hit List” (a outra composta por eles é “Rewrite This Story”).

Quando Richard Francis, do The New York Times, se interessou por “Hit List”, no entanto, foi em uma apresentação de Ana como a Diva – e ele quer ver mais dela. Inicialmente, a personagem da Diva seria apenas um modelo, apenas alguém de muito sucesso em quem Amanda se espelha. Scott, no entanto, pede a ajuda de Julia para transformá-la em uma personagem… e, em um dia de trabalho interessante de Julia, Scott e Kyle, todo o segundo ato de “Hit List” é reinventado, depois de Amanda ter realizado seu sonho e ter conquistado a fama, e a Diva culpá-la por sua queda… assim, durante todo o segundo ato, a Diva vai planejar uma vingança contra Amanda/Nina, que ela conclui no fim de “Hit List”. É uma nova trama, que me pega de surpresa inicialmente.

Mas que eventualmente eu gosto bastante.

Sabemos, no entanto, que Jimmy e Karen não vão ficar nada felizes com isso… Jimmy não gosta que as pessoas mexam no seu trabalho, e ele nem foi devidamente avisado sobre o que eles estavam fazendo, e Karen largou o papel de Marilyn Monroe na Broadway (em cujo segundo ato ela aparecia em todas as cenas, por exemplo) por isso, e não vai gostar de ver seu papel diminuído tão bruscamente como parece que vai acontecer. Mas Scott, Julia e Kyle estão satisfeitos com essas mudanças – e Derek a aprova. Derek, na verdade, jamais aprovaria essas mudanças pouco tempo antes, ele estava se mostrando bastante relutante em qualquer possível diminuição do papel de Karen, “sua musa”, mas agora ele está agindo de forma babaca e infantil…

Na verdade, Derek é um cara cheio de defeitos – o que poderíamos chamar de “macho escroto”. Mesmo quando achamos que ele tem espaço para melhorar, e poderia estar fazendo isso… gostei de como ele estava ajudando o Jimmy, por exemplo, e seria legal se a relação dele e de Karen se firmasse 100% como algo profissional, porque poderia gerar uma amizade bacana, mas ele ainda sonha em ficar com Karen, e quando ela confessa que está saindo com Jimmy, as coisas viram de perna para o ar. Derek se torna insuportável (e bastante parcial) e grosseiro durante os ensaios, até que tudo acaba vindo à tona, e aprova as mudanças em “Hit List” como uma espécie de “vingancinha” boba contra Karen, porque “ela não o quis” ou qualquer coisa desse tipo.

Jimmy, enquanto isso, tenta consertar as coisas com Karen.

E Karen encontra a droga no bolso do seu casaco.

Pensando racionalmente? Eu acho que as mudanças em “Hit List” são cabíveis – não o motivo pelo qual Derek as aceitou, mas se Scott, Julia e Kyle estão tão satisfeitos, eu acredito que eles devem ter algo bom em mãos, e ser protetor demais do trabalho às vezes o priva de se tornar algo muito maior… vide todas as mudanças pelas quais “Bombshell” passou desde o início de “Smash”. As músicas de “Hit List” já são excelentes, os atores o interpretando são talentosos, e esse pode ser o plus que vai fazer com que o musical SE TORNE UM FENÔMENO. Porque “Smash” está claramente preparando o terreno para que isso aconteça… “Bombshell” está finalmente indo para a Broadway, em algum momento ele terá que se estabilizar, mas quanto ainda falta para “Hit List”?

 

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