Pornographer | The Novelist – Episode 4: Darkness Arising from Love

Distanciamento.

Esse aqui é o exato momento em que as coisas começam a dar errado e se mostram mais complicadas do que elas pareciam… Kuzumi está envolvido, e as coisas com Kijima pareciam ter avançado durante aquela noite, quando eles se beijaram calorosamente antes de pegar no sono novamente, mas as esperanças de um real avanço para Kuzumi são despedaçadas quando Kijima acorda dizendo que “não se lembra de nada da noite anterior”, o que claramente é uma mentira covarde e deslavada, e pedindo que “Kuzumi se esqueça de tudo”. Por algum motivo, Kijima está se esquivando de qualquer possibilidade de romance, enquanto Kuzumi sofre silenciosamente com o distanciamento, se perguntando o que está acontecendo… e como pode manter-se por perto.

A situação é inusitada e desconfortável para ambos, enquanto desejos e verdades são reprimidos de maneira visivelmente dolorosa. Kuzumi poderia não ir para a aula na manhã seguinte, por exemplo, porque já perdera o primeiro período mesmo, e queria passar mais tempo com Kijima, mas o escritor o convence a ir às aulas para as quais ele ainda consegue chegar, e Kuzumi percebe que ele não quer sua companhia, e que não deve insistir – quando Kuzumi se despede e diz que o verá à noite, Kijima ainda termina de dispensá-lo, dizendo que está de ressaca e que deveria tomar um tempo, então Kuzumi não precisa voltar naquele dia, mas ele entrará em contato em algum momento. E, sozinho em casa, ele toca os lábios, relembra o beijo, se sente um idiota e sofre.

Sinceramente? Eu sofro com ambos!

Felizmente, Kijima não segue ignorando Kuzumi para sempre – ou infelizmente, não sei dizer. Afastar-se para sempre e nunca mais dar notícias parece errado, cruel e certamente faria Kuzumi sofrer; ainda assim, negar/ignorar as investidas claras e manter a pessoa por perto também é algo doloroso, e só quem viveu sabe… é impossível você estar perto de uma pessoa com quem quer algo mais e essa pessoa não demonstrar qualquer interesse e não sofrer profusamente. Então não sei o que seria pior para Kuzumi, sinceramente. Mas quando ele retorna para escrever mais páginas da história que Kijima está contando, ele se distrai com as palavras, retorna à noite do beijo, e imagina como teria sido se as coisas fossem diferentes… se eles não tivessem parado no beijo e ido além.

Uma cena quentíssima e deliciosa.

Mas que parece cada vez mais distante da realidade para Kuzumi – a não ser que Kijima pare com os seus joguinhos maldosos e excitantes nos quais ele provoca e se afasta logo em seguida. Quando Kuzumi finalmente desperta do seu devaneio (no qual ele estava saboreando Kijima), ele encontra Kijima com dor no pulso machucado e se voluntaria para fazer uma massagem com água morna, o que curiosamente se torna uma das cenas mais excitantes do episódio. O desejo de Kuzumi é expresso na maneira como ele tem autorização, naquele momento, para tocar a pele de Kijima, mesmo que apenas a mão e o pulso, e Kijima reage à massagem com gemidos que parecem de prazer, e que Kuzumi sabe, no fim das contas, que ele só pode estar fazendo de propósito.

Ele gosta de provocar.

Ali, naquele momento cheio de esperanças, Kuzumi se voluntaria para continuar por perto: ele sugere que Kijima o contrate como seu assistente, diz que pode ajudá-lo com a casa enquanto ele escreve seus romances ou qualquer coisa assim, mas Kijima duramente diz que “não precisa disso”, parecendo ávido para dispensá-lo, porque o acordo deles está chegando ao fim e dentro de pouco tempo ele não precisará mais de ajuda… Kijima já tirou a tipoia e seis semanas já se passaram desde o acidente, em breve ele não precisará mais de Kuzumi. É interessante e doloroso como ambos sofrem, de maneiras e por motivos diferentes. Kuzumi vai embora arrasado, pensativo e em silêncio, mas com a cabeça à mil, naquele dia. Kijima fica para trás, se sentindo mais idiota do que nunca.

E isso não quer dizer que Kijima aja de maneira diferente na próxima vez… jovem, altivo e cheio de expectativa, Kuzumi está sorridente novamente, e sugerindo a Kijima, quando ele é convidado para sair e comemorar o término do trabalho, que eles não parem de fazer essas coisas: sair para jantar e coisas assim. Mas há certo julgamento que se entranhou de maneira assustadora em Kijima, e ele deixa claro que quer que Kuzumi viva a sua vida e tudo o que ele ainda pode fazer, ao invés de ficar preso a um “escritor de pornografia como ele”, porque sente que não tem nada para ensinar… a cena é forte e intensa, e Kuzumi é verdadeiro ao defender o trabalho de Kijima e dizer que ele é um grande escritor, mas Kijima parece já ter tomado a sua decisão.

Naquela noite, as coisas mudam e somos pegos de surpresa. Enquanto Kijima rasga os papéis nos quais Kuzumi estava escrevendo a história que ele estava ditando, e as coloca todas em um saco de lixo, Kuzumi pensa nele e se pergunta se deve devolver o livro que pegou emprestado. Antes de devolvê-lo, no entanto, Kuzumi abre o livro para dar uma folheada e ler mais umas páginas, e então se surpreende ao reconhecer as palavras ali provavelmente como as mesmas que ele estava escrevendo nos últimos dias… o que quer dizer que Kijima nunca precisou de sua ajuda (o que já sabíamos, porque ele é canhoto), e mentiu para ele o fazendo acreditar que estava ditando um livro novo, quando isso era apenas uma desculpa para ter Kuzumi por perto nas últimas semanas.

No fundo, parece que Kijima queria ser descoberto. E foi.

As coisas prometem ser intensas nesses dois últimos episódios!

 

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