PILOTO de “Rise” – Lilette Suarez & Robbie Thorne



“I can’t stop thinking about this Melchior dude”
Quando Lou Mazzuchelli assume o Clube de Teatro na Stanton High, ele não planeja fazê-lo “por fazer”, como as pessoas dizem. Ele está disposto a FAZER A DIFERENÇA. E esses jovens estão ali para que a diferença seja feita na vida deles. Lilette Suarez é uma garota com um trabalho que detesta e uma mãe que não é sabe ser sua mãe, e que está tendo um caso com Sam Strickland, o treinador do time. Esse treinador, por sua vez, é quem faz de tudo para impedir que Robbie Thorne se uma ao elenco de “Spring Awakening”, porque acha que isso é um absurdo. No entanto, com o passar das semanas, Lou consegue mostrar a todos como a peça é grande, forte e o quanto eles PRECISAM dela. Até Tracey Wolfe, que é tirada do programa de teatro para ser substituída por Lou, aceita ficar como “consultora”, no fundo porque também acredita nisso tudo…
Porque quer ver essa mudança.
As audições para “Spring Awakening” começam e não são exatamente o que Lou esperava que fosse. Quer dizer, Simon Saunders canta uma música gospel e, como o único garoto que fez as audições, é automaticamente colocado no papel de Melchior, mas Lou sente que ele é um “Hänschen”, um personagem que eu adoro, por sinal. Então, de acordo com o que viu no dia do jogo (Robbie Thorne, a estrela do futebol, fazendo rap e “ganhando vida” no palco), Lou decide que, talvez, ele seja a pessoa ideal para ser o Melchior – mesmo que todo mundo seja veementemente contra isso: “Rule number one, Mr. Mazzu... Do not cast football. Football is off limits, okay?” A briga eterna. No papel de Wendla, Lou também muda as coisas. Tira Gwen, que sempre protagoniza as produções, e coloca Lilette Suarez como Wendla. Afinal, assim como Gwen, ela cantou “Mama Who Bore Me” nas audições.
E foi de arrepiar.
“Gwen is always lead. Let’s shake things up”
Com essas primeiras audições, a lista provisória do elenco é divulgada, com Lilette sendo Wendla, Gwen sendo Ilse (outro personagem fortíssimo) e Simon, o único garoto a fazer as audições, sendo Hänschen. Eles precisam de mais garotos. Assim, ele vai falar com Robbie Thorne, na presença do diretor, do treinador e do pai do garoto, e ele usa uma nota baixa em sua aula de inglês para conseguir o que quer, mas a cena toda é detestável. É horripilante ver como o pessoal do futebol se coloca numa posição de superioridade, como se estivessem acima das regras, e isso é tão aceito socialmente! Então, Lou propõe que ele faça as audições para o show, porque tê-lo ali, “tentando entrar”, talvez vá motivar outras pessoas a fazer as audições, e eu gosto de como Robbie Thorne não age com superioridade, não acha isso um absurdo. Ele só comenta que não sabe atuar.
Ah, mas ele sabe.
E COMO SABE!
Gosto de como a personagem de Lilette (interpretada por Auliʻi Cravalho, que é a voz original da Moana!) vai crescendo e não deixa expor, na escola, todos os problemas que enfrenta em casa e dentro de si mesma. Isso a inibe nos ensaios, isso a faz cantar versões não fortes o suficiente de “Mama Who Bore Me”, a faz tropeçar nos colegas durante coreografias, mas Lou está determinado a fazer desse elenco o MELHOR POSSÍVEL. Acontece que esse musical mexe mesmo com nossas feridas, e tem todo o lance de assédio sexual no trabalho e da mãe traindo o pai. Em uma de minhas cenas favoritas, Simon leva Lilette para seguir a mãe de carro, e eu digo que é “uma das minhas cenas favoritas” porque eu achei lindo ver como os laços entre eles já está começando a surgir, porque ele está ali quando ela precisa, ele está ali para dar-lhe forças.
Embora eles já fossem amigos antes.
A atuação de Damon J. Gillespie como Robbie é fenomenal, mas como Melchior… ME LEVOU ÀS LÁGRIMAS! <3 Isso está nas “audições” dele, quando ele lê com Lilette a cena de depois que Wendla pede que Melchior a bata. Tudo é tão forte, e a emoção dele estava em cada lugarzinho exato. Ele falou com propriedade, força, sentimento. Dava para sentir a força em sua voz, em seus olhos, em sua boca. Ele É O MELCHIOR. A cena ficou perfeita. E, depois disso, Mr. Lou não podia mais deixá-lo partir (“I saw you. I saw you come alive. I think you could do something amazing”). O mais legal, para mim, é que Lou não tem tanto trabalho para convencer Robbie a ficar no Clube de Teatro. Ele tem problema com as pessoas ao seu redor, como o treinador intolerante, mas ele não tem problemas com Robbie, porque Robbie QUER ser o Melchior, quer estar em “Spring Awakening”.
Ele diz isso à mãe!
Também não sabemos exatamente qual é a história da família de Robbie Thorne, mas sabemos que sua mãe está doente e que ele a visita regularmente, e ele parece um filho extremamente amoroso… a cena sobre “Spring Awakening” me comoveu particularmente porque eu podia sentir nele o amor que ele já tinha pelo show… ele foi até a mãe, talvez, para que ela o convencesse a ficar no Clube de Teatro, embora sua “razão” lhe dissesse que ele não podia, que ele tinha que se dedicar apenas ao futebol e que podia escutar a voz de seu pai o condenando por querer ser Melchior. Sua mãe, por sua vez, lhe pergunta o que a sua própria voz diz, e ele responde, com sinceridade: “That I can’t stop thinking about this Melchior dude”. Então, não há mais o que pensar, ele está no show, mesmo com as ameaças nojentas de Sam contra Lou.
Não vai ser nada fácil…

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