Sítio do Picapau Amarelo (2002) – A Volta ao Reino das Águas Claras

“Será que eu nunca vou poder me casar em paz?”

UM DOS PONTOS MAIS ALTOS DA TEMPORADA! O Reino das Águas Claras já é, naturalmente, um cenário bastante nostálgico para o “Sítio do Picapau Amarelo” porque, de algum modo, foi ali que tudo começou. Foi a primeira aventura da Narizinho, que quase se casou com o Príncipe Escamado, e foi onde a Emília não só ganhou vida, como começou a falar, graças a uma pílula falante do Doutor Caramujo. E embora esse seja um dos cenários gravados com mais força em nossas memórias, não é o cenário mais visitado da série – o próprio País das Fábulas já apareceu em mais ocasiões do que o Reino das Águas Claras! Os personagens, queridos desde o início, já retornaram para uma visita ao Sítio em “Reinações de Narizinho”, mas é apenas em “A Volta ao Reino das Águas Claras” que os personagens realmente visitam o lugar de novo, desde a estreia!

A história, no entanto, não começa imediatamente nos levando ao Reino das Águas Claras, mas é também um dos momentos que eu mais esperava no “Sítio do Picapau Amarelo”: QUANDO O VISCONDE FICA GRANDÃO! Tudo começa por causa de uma discussão sobre como o Visconde é “consertável” e uma dorzinha que ele está sentindo na perna, então vai pedir a ajuda da Tia Nastácia. Como ela é super legal e atenciosa com ele, e está tendo dificuldades para entender uma receita que a Dona Benta quer que ela faça, de croissant, porque está escrito em francês, ele decide ajudar… afinal de contas, “ela foi tão gentil com ele”. Assim, quando a Tia Nastácia sai para dar uma olhada na Mocha, que está meio doentinha, o Visconde resolve “ir ajudando”, e então ele tem um acidente quando improvisa uma alavanca para pegar o fermento em uma prateleira.

O Visconde todo sujo de fermento… “Que espiga!”

Quando a Tia Nastácia entra na cozinha, ela fica assustada com o que vê, e logo em seguida vem a Dona Benta e as crianças, que estão surpresas, mas contentes, e eu tenho uma coisa a dizer: BEM-VINDO, VISCONDÃO! Porque é assim que ele é chamado por um tempo: “Viscondão”. Com esse seu novo tamanho exageradamente alto, ele tem que se acostumar e reaprender coisas simples até como andar – e especialmente se acostumar com a “vertigem”, porque “não está acostumado a ver o chão daquela altura”. Com seu novo tamanho, é muito mais fácil para ele brincar com as crianças, e eu acho que é um momento muito legal quando ele sai para soltar pipa com elas, por exemplo, mas temos alguns pequenos problemas, como “onde ele vai dormir” e “como vai poder usar os materiais de seu laboratório”. Os livros da biblioteca, agora, parecem pequenos para ele!

Sábio, o próprio Visconde de Sabugosa decide que tem que parar de choramingar e aceitar que EVOLUIU, e que toda evolução tem seu preço. Assim, ele começa a trabalhar nos novos equipamentos, e tenta ver os lados positivos: agora, por exemplo, ele não tem mais motivo nenhum para temer a Vaca Mocha. Ah, e também será muito mais fácil de carregar a canastrinha da Emília. Quer dizer, até seria, se a astuta e maldosa boneca já não tivesse surgido com uma nova “canastrona”, dizendo que agora que o Visconde cresceu faz sentido que a canastra cresça também… ele já estava acostumado. Segundo ela, imaginem só as coisas que ela poderia trazer de sua aventura com uma canastra DAQUELE TAMANHO. Dessa vez, no entanto, a canastrona fica e o Visconde carrega a velha canastrinha, pequena para ele agora, com seu novo tamanho.

Estão todos indo para O REINO DAS ÁGUAS CLARAS. O Príncipe Escamado está muito entediado, e então manda um convite a todo o pessoal do Sítio para um jantar de gala no Reino… Dona Benta, inicialmente, diz que não pode ir porque tem que “resolver o problema da Vaca Mocha” antes, mas o Doutor Caramujo resolve isso rapidinho. Assim, Pedrinho, Narizinho, Emília, Visconde, Dona Benta e Tia Nastácia pulam no ribeirão rumo ao Reino das Águas Claras, com as velhas senhoras encantadas com o lugar, que nunca conheceram antes. A cena é um máximo, o Príncipe Escamado sempre tão gentil e educado, e a Tia Nastácia sempre trazendo bolinhos para onde quer que vá – e destaque para o comentário do Príncipe sobre o Visconde: “Como o senhor cresceu, sr. Visconde”. E uma vez lá embaixo, o grupo começa a se separar para várias aventuras.

A Dona Aranha quer fazer um vestido novo para a Dona Benta usar durante o jantar. Tia Nastácia quer conhecer a cozinha de um reino. Pedrinho e Visconde saem para explorar “o fundo do mar”. Narizinho e Emília ficam com o Príncipe Escamado, e Narizinho tenta fazer de tudo para se livrar da boneca de pano que está segurando vela: “Acho que sobramos”, diz a boneca; “Acho que você sobrou”, responde Narizinho, segurando as mãos do Príncipe Escamado. Assim, Emília sai pelo Reino das Águas Claras em busca de uma “baleia sobrando” para levar ao Sítio, enquanto reclama: “Cadê o Visconde e o Pedrinho, hein? O Visconde só porque cresceu acha que não precisa mais de mim!” Sentindo-se excluída, a boneca acaba emaranhada em uma floresta de algas durante suas andanças, e é o Visconde e o Pedrinho que a encontram e a salvam, e o destaque vai para o Visconde todo heroico: “Nunca pensei que eu ia carregar a Emília!”

Desmaiada, a Emília é levada para o Doutor Caramujo, que explica: “Um caso de sono recolhido. Eu vou receitar três beliscões por dia, até ela despertar!” Assustada, ao ouvir isso, Emília salta de imediato, protestando: “Não! Liscabão, não!” Com isso, tudo está arrumado para o GRANDE JANTAR daquela noite, e Narizinho entra como convidada de honra, de vestido novo, para assombro e encanto de Dona Benta e Tia Nastácia, que dizem que “ela está parecendo uma verdadeira princesa”. Por falar nisso, o Príncipe Escamado pede a Dona Benta a mão de Narizinho, e embora ela ache que “Narizinho não pode se casar com um peixe”, ela aceita porque “é de brincadeira”. Quer dizer, pelo menos é de brincadeira para a Narizinho, porque o Príncipe Escamado queria que ela ficasse morando ali com ele para sempre, para o choque de todos!

“Eu me caso com você, mas eu não saio do Sítio”

A decepção amorosa compromete a saúde frágil do Príncipe Escamado, e o diagnóstico do Dr. Caramujo podia já ter sido previsto: “O nosso Príncipe teve uma recaída. Está novamente com Narizite Aguda”. Enquanto isso, Pedrinho e Visconde saem em busca da “maior pérola do mundo”, e Emília vai com eles – na tentativa de abrir a maior ostra do mundo, Pedrinho machuca o dedo e o seu sangue na água atrai a atenção de um tubarão chamado “Bocão”. Emília resolve tudo com certa facilidade ao fazer o tubarão sumir com o Faz-de-Conta, mas essa é uma confusão que não acaba assim de forma tão fácil… gostei muito de como o roteiro foi conduzido nessa fase final da história, embora normalmente eu não seja um grande fã do “Faz-de-Conta” da Emília, porque funciona muito como Deus ex machina. Aqui, no entanto, ele serve a um propósito bacana, eventualmente.

Narizinho tenta conversar com o Príncipe e explicar o porquê de não poder deixar a vovó, e ele entende quando ela o chama para ir morar com ela e ele diz que não pode. Assim, o Príncipe está curado de sua Narizite Aguda e decide se casar com sua princesa de qualquer maneira… Narizinho entra, todos se emocionam, mas a confusão se arma: um bando de tubarões furiosos estão se preparando para atacar o Reino (“Eu não acredito que isso está acontecendo de novo! Será que eu nunca vou poder me casar em paz?”), tudo porque a Emília fez o Bocão sumir com o Faz-de-Conta, então ela conta para a Narizinho que a culpa é dela e que eles precisam sair dali depressa… assim, o casamento é novamente interrompido e suspenso, e o pessoal do Sítio foge embora… pobre Príncipe. Emília acalma o cardume de tubarões devolvendo o Bocão com o Faz-de-Conta novamente.

Mas Narizinho e o Príncipe Escamado? Ainda não casaram!

Para mais postagens sobre o Sítio do Picapau Amarelo, clique aqui.

Ou visite nossa página: Cantinho de Luz