American Horror Story: Murder House 1x03 – Murder House



O passado de Moira.
O episódio que, mais tarde, daria título à temporada: MURDER HOUSE. Gosto muito de como o roteiro da primeira temporada de “American Horror Story” é conduzido nos dando pedaços de informações que vão se unindo até formarem uma trama mais complexa. Retornamos a 1983 em uma cena reveladora, por exemplo, para o passado de Moira, e que está muito mais conectado ao presente do que se podia imaginar, com todo esse retorno de Hayden e o desaparecimento de Sally. Além de toda a complexidade bem amarrada nessa parte da trama, também voltamos a 1922, onde conhecemos o surgimento da “Murder House” e o porquê de ela ter ficado, então, conhecida desse modo, quando Vivien Harmon embarca em um tour sinistro do qual a sua casa, da qual quer desesperadamente sair, é a grande atração principal.
1983. Moira era uma jovem empregada na casa quando foi estuprada pelo seu patrão, e em paralelo vemos quem se aproximar com uma arma em mãos? CONSTANCE! Por um segundo, eu achei que Constance defenderia Moira e atiraria no cara, mas não… ela atira primeiro em Moira, um tiro certeiro no olho direito (!), e então se volta para o homem, seu marido, quem ama desde os 16 anos. “You broke my heart for the last time”. Depois de matar Moira com um único tiro, ela também mata o marido com alguns tiros no peito, e é uma cena macabra. Isso intensifica a personagem de Moira, que morreu jovem e é vista agora, velha, implorando para Constance para que a liberte. Ela não quer mais ficar ali, ela queria muito seguir em frente, ela “sente falta da mãe” (!), mas ela está presa naquela casa… a não ser que convença Ben a ajudá-la de algum modo.
Em 2011, depois da invasão do último episódio, Vivien está desesperada para deixar o lugar, mas aparentemente eles estão falidos e não têm dinheiro para trocar de casa a não ser que vendam aquela – e vendê-la não vai ser assim tão fácil. Mesmo assim, ela chama a corretora de imóveis e a obriga a fazer o possível para que aquela casa seja vendida, e acaba descobrindo mais coisas sobre a casa em que mora quando um carro para na frente dela e a apresenta como a “Murder House”. Curiosa e meio horrorizada, Vivien Harmon entra no tour macabro (“Eternal Darkness”) pelos pontos turísticos de grandes crimes e mortes pela cidade, como a morte de Sal Mineo por homofobia – me pergunto se foi algo rápido colocado no episódio ou se essa trama de algum modo ainda virá à tona novamente com algum tipo de importância que não notamos nesse episódio.
Quando o tour chega à sua casa com ela do outro lado, acompanhamos um pouco do passado da casa: ela foi construída em 1922, por Charles Montgomery, para sua esposa Nora. Os flashes dele em seu “Complexo de Frankenstein” são macabros, e as brigas de Charles e Nora são fortíssimos, especialmente aquela briga que culmina no choro da criança entre eles… em busca de soluções, Nora anuncia uma “paciente” para o marido no dia seguinte, e depois de exigir o seu pagamento adiantado e drogá-la (!), a menina é encaminhada para a morte com Charles – foram 24 meninas mortas por Charles e Nora Montgomery naquela casa, até que o “reino de terror” chegou ao fim em 1926 de “forma horrível”, embora ainda não tenhamos tido essa informação mais detalhada… isso porque Vivien acaba tendo que sair desesperada com medo de um aborto espontâneo.
Ela perderia o bebê uma vez longe da casa?!
Nora até chega a aparecer no presente, e é uma cena bastante peculiar. Ela reage à casa com certa fascinação, quem sabe “saudade”, mas fica horrorizada ao conhecer a cozinha e as “modernidades”, especialmente angustiada com o chá sendo esquentado no micro-ondas – ela nem fica tempo o suficiente para tomá-lo. Mas o que mais me intrigou foi como ela falou do filho, e eu me pergunto se esse filho poderia ser o Tate, que esteve tão apagado nesse episódio… de todo modo, outras tramas interessantes estão acontecendo no episódio, como a nova paciente de Ben, uma mulher “chata” que está se divorciando agora… no meio da cena, de uma hora para outra, reencontramos Ben despertando do lado de fora, com as mãos sujas de sangue e, quando volta para dentro de casa, Moira está limpando a sua sujeira e se insinuando para ele, como sempre.
Aqui, temos uma cena interessante também – ele a segura pelos ombros e diz que não aguenta mais isso e que “ela está despedida”, e Vivien os vê. É quase engraçado, mas é muito mais desconcertante, porque Ben está falando sobre as provocações e como recusou todas as vezes, enquanto Moira nega qualquer coisa e insista que “seus dias de romance já acabaram” – o que torna a cena mais memorável é a alternância entre as versões de Moira, com Vivien a vendo como ela realmente é, agora, e Ben a vendo como a jovem sensual que fora em 1983, quando morreu… tem algo a ver com “homens veem o que querem ver”. Vivien suspende a sua demissão, especialmente quando ela grita que se o marido dela encostar nela de novo ou a despedir sem justa causa, ela os processará. Tudo o que ela quer é sair daquela casa, e de preferência sem um processo.
Um policial aparece à porta da Murder House para falar com Ben e pedir informações sobre Sally, que está “desaparecida” desde a última consulta. Depois de um novo apagão, do qual Ben desperta do lado de fora, no mesmo lugar de antes, com uma pá ao seu lado, o policial retorna para avisar que Sally foi encontrada em um hospital, depois de uma tentativa de suicídio, e mostra a gravação comprometedora da consulta: não foi Ben quem a atacou, foi ela mesma, mas por culpa dele, de alguma maneira. Ela estava desesperada e descontrolada, pedindo conselhos, e ele não estava fazendo nada. Até que ela pergunta o que tem que fazer para chamar a sua atenção: se matar? E, ao dizê-lo, corta os próprios pulsos… em paralelo a isso, descobrimos que Moira vem drogando o café de Ben com um medicamento abolido em 1934 por causar “sérias perdas de memória”.
Mas o mais legal é entender o porquê…
Hayden reaparece em busca de Ben contando-lhe que não abortou, e que vai ter o bebê, morar ali, e ele vai pagar por tudo e ser um pai – pelo menos era o seu plano, até que aquele misterioso homem do rosto queimado apareça e, simplesmente, A MATE COM PAZADAS! Ben surta, e devo dizer que senti dó dele dessa vez, porque tudo é MUITO FORTE! Ele não sabe o que fazer… enquanto o homem cava para esconder o corpo de Hayden, ele encontra um corpo e um lenço, enquanto Moira assiste tudo da janela, chorando. Eles enterram Hayden, pavimentam o local, como a própria Constance sugeriu, e constroem um gazebo e, como Constance diz a Moira: agora ela está presa ali para sempre. O episódio acaba com uma explicação e uma dúvida: a explicação – Moira estava drogando Ben para fazê-lo cavar aquele lugar do jardim e descobrir o seu corpo, libertando-a, então ficamos com pena dela, no fim das contas; a dúvida – Hayden volta como fantasma também?

Para mais postagens de American Horror Story, clique aqui.


Comentários