Turma da Mônica Jovem (2ª Fase, Edição Nº 36) – Invasão do Limoeiro

Doutor Olimpo vs Capitão Feio

Vou confessar que, quando vi a capa e a sinopse da edição, eu não dei muito crédito para “Invasão do Limoeiro”, não. Parecia uma edição do “Chico Bento Moço” em sua pior fase (você sabe, quando aquela parte inovadora e moderna da revista que focava na vida real do Chico, com temas bem pertinentes e às vezes pesados, foi deixada para trás e tínhamos ataques zumbis a cada edição nova), mas a “Turma da Mônica Jovem” se saiu incrivelmente bem e, dentre as últimas edições, essa é, provavelmente, a mais interessante! Temos de volta os nanitas do Doutor Olimpo, e provavelmente ainda não é a última vez que os vemos, mas dessa vez temos um contraponto interessante ao vilão, apresentado na forma do Capitão Feio, e a edição tem mistério, tem ação e uma resolução bem bacana… há algumas edições que eu não me divertia tanto lendo!

“Invasão do Limoeiro” começa com a chegada do Tio Feitoso na casa do Cascão. Supostamente, ele é “um novo homem”, está disposto a mudar, a ser “um homem limpo”, mas o Cascão não acredita em nada disso… deve ser só mais um plano do Capitão Feio. Por isso, ele conversa com o Cebola, que sabe exatamente a quem pedir ajuda, mas o Cascão acaba passando a maior parte da edição mesmo é com a Mônica, porque é ela que está com ele quando o sinal da internet cai no Colégio do Limoeiro (para o desespero da Denise), por exemplo, e quando o Cebola parece ter desaparecido. E, juntos, eles percebem como as coisas estão diferentes e bizarras. A cidade está incomumente limpa, de maneira exagerada, sem nenhuma folha fora do lugar. Toni e DC estão conversando sobre limpeza, o que é estranho por ver o Toni pensando em “boas práticas” e ver o DC “concordando”.

Mas tudo fica mais estranho quando eles veem o Dudu “contaminando” o Titi, e então percebe que todos estão sendo transformados em zumbis… ou qualquer coisa assim. É a continuação da história dos nanitas, que deram problema há algumas edições na festa de 1 milhão de inscritos da Carmem e, mais tarde, se voltaram contra Denise e mostraram poder controlar mentes… é o que está acontecendo agora, algo bem sinistro – sob o domínio do Doutor Olimpo, os zumbis são obsessivos por limpeza. Quando Cascão e Mônica acham que vão ser capturados também, porque não têm para onde fugir, o Agente Xis aparece para resgatá-los em um carro voador, e eles entendem que o Cebola foi atrás do pessoal da DI.NA.MI.CA. (Divisão Nacional de Mistérios e Catástrofes), que são uma mistura de Arquivo X com o que Mônica chama de “Os Caras de Preto”.

Ao que tudo indica, o Cebola também foi infectado, e agora ele anda por aí com uma moto voadora da DI.NA.MI.CA., e uma máscara de metal que lhe cobre todo o rosto, e enquanto isso tudo acontecia, eu percebi o quanto eu estava gostando da edição, o quanto estava gostoso de ler, o quanto era mais interessante que os últimos meses… fugindo do Cebola, Cascão, Mônica e Agente Xis conseguem ir para bem longe, onde têm sinal de internet, e agora eles precisam de um plano e da tecnologia da DI.NA.MI.CA. para curar o pessoal do Limoeiro. Assim, eles chegam à Base 45, onde as coisas ficam ainda mais estranhas, e então percebemos que talvez o Agente Xis estivesse mentindo para Mônica e Cascão desde o começo. Afinal de contas, a Base está estranhamente vazia, e ele está agindo de uma forma bastante suspeita naquele lugar.

Quando vemos o Agente Xis conversando com o Doutor Olimpo, percebemos que não há dúvidas – o Agente Xis também já virou um “zumbi”. Investigando na base sozinhos, Mônica e Cascão descobrem uma fábrica de nanitas, em um plano do Doutor Olimpo para “dominar o mundo”, e eles precisam impedir isso de alguma maneira… é quando o Cebola aparece, e descobrimos que, no final, ele não foi infectado, mas conseguiu escapar da contaminação graças à máscara, que devia ser algum protótipo ainda em desenvolvimento pela DI.NA.MI.CA., e é legal ver esse trio se unindo para enfrentar o Doutor Olimpo e o que ele chama de “aprimoramento nanita”, o que me fez lembrar, imediatamente, do upgrade proposto pelos Cybermen em “Doctor Who”. Olimpo fala de “um mundo melhor”, de “um mundo limpo”, e ele transformou o Capitão Feio em alguém “limpo e decente” para provar que consegue…

Mas Cascão não reconhece mais o próprio tio.

O Capitão Feio pode ter todos os seus defeitos, e os tem, mas ainda é o tio do Cascão, e aquele ali não é ele. Cascão faz um discurso bem bonitinho sobre como o tio tem o direito de escolher quem ele quer ser, mesmo que seja alguém de quem ele não gosta (e de quem ninguém gosta), e o trio de adolescentes dá uma lição de moral no Doutor Olimpo e na maneira como ele paga de “ético” e tudo o mais, mas planeja impor sua vontade sobre os outros, usando os nanitas para controlar as mentes das pessoas, e isso é mais sujo do que qualquer plano do Capitão Feio… a ação final da edição é interessante, com o trio em máscaras lutando contra o Doutor Olimpo e os nanitas, até ele convocar todas para si e ficar gigante e quase invencível, tipo no final de um episódio de tokusatsu. Quando os jovens percebem que não vão poder vencê-lo, no entanto, o Capitão Feio, livre, acaba os ajudando.

E eu gostei de ver o Capitão Feio lutando para protegê-los.

E o trio torcendo por ele.

Bem bacana a edição!

 

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