A Rainha da Fofoca (Meg Cabot)


“Lizzie Nichols tem um problema: ela não consegue ficar de boca fechada e sempre acaba se metendo em confusão. Mas parece que dessa vez tudo vai dar certo. Assim que pegar o diploma da faculdade, ela poderá embarcar para Londres e curtir as férias ao lado do namorado inglês. Só que as coisas não saem como planejadas. Ela tem uma monografia pela frente, e basta pisar em solo britânico para perceber que o namorado não é exatamente como ela se lembrava…

Agora ela está presa em um país estranho com uma passagem que não pode ser trocada nem ressarcida. Mas nem tudo está perdido. Sua melhor amiga, Shari, está no sul da França, ajudando o namorado, Chaz, na organização de casamentos em um castelo do século XVII. Lizzie não hesita e embarca em um trem a caminho do lindíssimo Château Mirac, propriedade de um amigo de Chaz, que, aliás, é um gato. Mas lá, graças à sua incrível habilidade de não fechar a boca, apronta novamente e precisa descobrir um jeito de provar que pode usar sua boca grande para salvar o dia.”

 

Meg Cabot é sempre divertidíssima em sua escrita, e sempre faz com que nos encantemos por suas protagonistas e, é claro, nos apaixonemos pelos homens por quem elas se apaixonam… sonhamos um pouquinho com Luke depois de ler “A Rainha da Fofoca”, não? Especialmente depois daquela cena quente para finalizar o primeiro livro da trilogia! “A Rainha da Fofoca” não é o meu livro favorito de Meg Cabot e parece que a autora retoma elementos que funcionaram muito bem em “Todo Garoto Tem” (esse, sim, um dos meus favoritos da autora), como o encantador cenário europeu e um casamento, para repetir o sucesso ao iniciar uma nova jornada. De qualquer maneira, eu me diverti lendo o livro e fiquei o tempo todo o imaginando em uma adaptação cinematográfica para comédia romântica… em parte porque eu queria conhecer o Luke, e em parte porque queria assistir à cena do casamento com “(I’ve Had) The Time of My Life”.

“A Rainha da Fofoca” nos apresenta Lizzie Nichols, uma garota que, como o título sugere, adora fazer fofocas – durante a maior parte do livro, no entanto, eu não estava vendo Lizzie realmente como fofoqueira. Ah, não me entendam mal: Lizzie não consegue ficar com a boca fechada. O que eu questiono é que não chego realmente a classificar como fofoca quando as coisas que ela não pode evitar falar são sobre ela mesma… acho que ela pode ser inconveniente, pode falar demais e se abrir sem necessidade, mas é uma “fofoca” toda a conversa de Lizzie com Luke no trem, por exemplo? Eventualmente, no entanto, é impossível negar que LIZZIE É UMA FOFOQUEIRA DE MÃO CHEIA – e nós a adoramos por isso. Na reta final do livro, por exemplo, já no Château Mirac, ela é incapaz de se calar em relação aos planos de Dominique para o lugar ou os sonhos que Luke supostamente tem.

E aquilo, sim, é fofoca… do tipo que ansiávamos por ver.

Lizzie Nichols acabou de se formar em História da Moda – quer dizer, ela acha que acabou de se formar, até descobrir que, na verdade, ela precisa entregar uma monografia que ela não escreveu. Então, ela precisa se dedicar a isso, embora tenha feito planos para ir para a Inglaterra para encontrar o homem que supostamente ama – mas que é, na verdade, um completo desconhecido que ela não vê há 3 meses. Lizzie é iludida. Assim, Meg Cabot tem a oportunidade de rechear o livro com o seu humor peculiar e suas adições extras que, às vezes, vêm em forma de e-mails ou letras de música e, em “A Rainha da Fofoca”, são excertos da monografia de Lizzie sobre a História da Moda. Pitadas de humor maravilhosas que são debochadas e têm a cara de Meg Cabot, mas que ainda não chega aos pés de um dos primeiros comentários em “A Garota Americana”.

Como era de se esperar, Lizzie acaba descobrindo que “o grande amor da sua vida” era um completo babaca, diferente de tudo o que ela “se lembrava” (na verdade, do que ela tinha idealizado ao longo desses últimos três meses). A passagem de Lizzie pela Inglaterra é um verdadeiro desastre, a começar pela jaqueta de couro vermelho de “dançar break” – mas acho que ela teria superado se fosse apenas a jaqueta. A situação de Lizzie com Andrew na Inglaterra fica cada vez mais bizarra e escrachada, quase como se fosse parte de uma esquete, e Lizzie parece o tempo todo disposta a convencer a si mesma que “está tudo bem”, até que ela finalmente perceba que não está – e que está tudo bem se não estiver. Ela precisa fazer alguma coisa, mas ela não pode voltar para casa ou então as suas irmãs vão ficar falando que a avisaram e tudo o mais.

Por isso, Lizzie parte para a França!

Felizmente, Shari, a melhor amiga de Lizzie, estava na França com o namorado em um Château de um amigo dele, e ela já tinha sido convidada para ir com eles – para trabalhar ajudando nos casamentos que se realizam na propriedade e tudo o mais, mas ainda assim… é a melhor opção que ela tem no momento. Então, ela acaba conhecendo o perfeito Jean-Luc no trem quando se senta ao lado dele, e todo mundo que lê Meg Cabot sabe como ela faz com que nos apaixonemos pelos homens que ela cria… Jean-Luc é inteligente, charmoso, atencioso, educado, cheiroso, tem as mãos bonitas. Um sonho. E aliviada por finalmente encontrar um americano com quem conversar em um trem na França, Lizzie acaba se abrindo com ele e falando sobre absolutamente tudo o que aconteceu entre ela e Andrew… afinal de contas, ele é apenas um desconhecido que ela nunca mais vai voltar a ver…

Mas vai. Jean-Luc é Luke, o melhor amigo de Chaz, o namorado de Shari. Ou seja, é no Château da família de Luke que Lizzie vai ficar. O livro se desenvolve bem e é muito mais fascinante na segunda e na terceira parte do que na primeira, com Andrew. É gostoso acompanhar aquele jogo típico da comédia romântica no qual os protagonistas se aproximam, trocam olhares e momentos, se perguntam se o outro sente o mesmo – e Lizzie está totalmente caidinha por Luke, embora não queira admitir isso inicialmente. Especialmente porque Luke tem uma namorada, Dominique – ainda que ela seja uma mulher insuportável, arrogante e cheia de ideias pavorosas para o Château da família. Mesmo com Dominique ali, não tem problema se Lizzie olhar para o Luke e admirar a sua beleza, especialmente quando ele está trabalhando sem camisa, todo lindo, né?

Quer dizer, você pode culpá-la?

Gosto bastante dos desdobramentos da trama e de como podemos ver vários momentos ternos de Luke e Lizzie, como quando ele compra Diet Cokes para ela ou quando ele a leva para ver as roupas antigas do sótão e tudo o mais, além de explorarmos um pouco mais do futuro de Lizzie – incerto, por enquanto, mas a sua estadia no Château Mirac pode ajudá-la a entender o que ela quer do futuro… afinal de contas, ela acaba metida em uma confusão quando dá tudo errado com o vestido de noiva de Vicky, a garota que vai se casar no Château Mirac e cujo casamento Lizzie e os amigos estão ajudando a organizar, e ela precisa dar um jeito de consertar. Não foi ela quem fez aquele vestido horrendo cheio de rendas, mas parece que, agora, vai ter que ser ela a consertar essa bagunça – e, felizmente, Lizzie encontrou e recuperou um vestido antigo no sótão.

No fim, Lizzie salva o dia.

Além de, é claro, causar mais estragos com a sua boca grande… acho divertido ver como Lizzie é realmente incapaz de manter a boca fechada. Ela acaba contando para a mãe de Luke, por exemplo, que Luke tem um sonho secreto de estudar medicina e passou na NYU, mas isso em parte porque ela não quer que ele se mude para Paris e aceite uma proposta de emprego que ela sabe que não vai fazê-lo feliz e tudo o mais… mas embora essa parte tenha sido planejada para ser dita a Bibi, a mãe de Luke, Lizzie acaba falando um pouco mais quando também menciona o fato de que Dominique (embora não cite seu nome) pensa em transformar o Château em um spa de recuperação para quem fez cirurgia plástica (ou qualquer coisa assim) para aumentar os lucros do lugar… ah, e a boca grande de Lizzie também faz Dominique fugir com o irmão da noiva.

Enfim…

O livro tem as reviravoltas e confusões típicas de qualquer leitura de Meg Cabot, e é um livro que os fãs da autora certamente vão adorar! A conclusão é divertida, romântica e sexy, com um pouquinho de tudo. Temos um casamento bonito em que as coisas felizmente dão certo; um momento fofo entre Lizzie e Shari quando elas sobem ao palco para cantar “(I’ve Had) The Time of My Life” para salvar o casamento quando o vocalista da banda foge; o retorno de Andy, que leva um merecido soco de Luke; ah e, é claro, a consumação (literalmente) do amor de Lizzie e Luke, que é claro que se apaixonaram um pelo outro. Dominique não deve voltar a incomodar, porque eles já estavam com problema no namoro, Luke terminara com ela no dia anterior e agora ela fugira com outro cara com uma carreira promissora, que é tudo o que ela quer… então, acho que está tudo bem para Luke e Lizzie.

O segundo livro poderá nos mostrar como se desenvolve o romance dos dois depois dessa paixão que nasce de um primeiro encontro e de dias intensos em que muitas coisas acontecem – agora, os dois estão se mudando para Nova York; ele para começar os seus estudos na carreira de medicina, como sonhava; ela aceitando um convite de Shari para se mudar para lá com ela, agora que ela é (quase) formada e pode conseguir um emprego… quem sabe até abrir a própria loja, porque a coisa de recuperação de vestido de noiva parece ter dado certo e parece ter clientes! Devo dizer que, por mais que eu adore o cenário francês de um encantador e romântico Château, eu também sou apaixonado pela cidade grande e pelas possibilidades que Nova York apresenta para a história, então estou ansioso para saber em que mais confusões Lizzie ainda pode se meter.

 

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