No! It can’t be! I just sent you “Back to the Future”


“No, I know. You did send me back to the future. But I’m back. I’m back from the future”
Dividido em três atos, De Volta Para o Futuro, Parte 2, parece o filme mais longo da trilogia, embora não o seja – com uma quantidade impressionante de fatos e uma história bem interessante e bem amarrada, esse é um dos mais notáveis filmes da trilogia. Eu ainda sou incondicionalmente apaixonado pela simplicidade e inteligência do primeiro roteiro, mas Back to the Future II é de encher os olhos! Com uma jogada incrível, que retoma a história exatamente de onde ela parou, no dia 26 de Outubro de 1985, o filme se lança a três tempos diferentes amarrando uma história perfeitamente com detalhes apresentados anteriormente, e ainda fazendo uma sequência de auto-referências que se tornaram a marca registrada de BTTF, nos quais em todo filme, por exemplo, Marty McFly precisa ser perseguido por alguém da família Tannen.
E o filme é pura emoção!
O filme começa com uma viagem de Doc Brown, Marty McFly e Jennifer ao futuro, 21 de Outubro de 2015, às 16h29, para sermos bem exatos. E quando eles chegam no futuro, a emoção fala mais alto do que qualquer coisa. Lembram-se da emoção de Marty McFly chegando à Hill Valley de 1955 ao som de Mr. Sandman? A trilha sonora agora não tem letra, e é mais futurística, mas a emoção de Marty entrando na Hill Valley futurística de 2015 é bem parecida. A maneira como ele anda olhando em volta, vendo uma versão moderna dos carros, da Prefeitura, do posto Texaco, da lanchonete com uma Pepsi muito bonita e aparentemente difícil de abrir… os garçons eletrônicos, o joguinho antigo, o velho Biff Tannen com o jovem Griff e Marty McFly Jr. Toda uma sequência MARAVILHOSA e tão nostálgica… eu me lembro de imaginar o futuro vendo esse filme.
Talvez por isso eu tenha começado a escrever sobre viagens no tempo em meus livros!
Okay, bem provavelmente foi mesmo.
As dicas para o terceiro filme são exploradas ao longo de todo o longa, especialmente porque a Parte II e a Parte III foram filmadas simultaneamente, e lançadas com meses de diferença. Então plots são introduzidos, como o “Your old man, Mr. Loser” e “Nobody. Calls me. Chicken”, que gerou o acidente de carro, 30 anos atrás, que acabou com a vida de Marty McFly… enfim. Temos o videogame do Velho Oeste, temos o Biff Tannen de 1985-A assistindo a um filme do Velho Oeste, uma menção ao Mad Dog Tannen, a paixão de Doc Brown com o Velho Oeste e um pequeno defeito dos circuitos do tempo que ficam piscando com a data de 1885… e então, na trama do próprio longa, Doc Brown reprime Marty McFly por pensar em voltar com informações ao passado para poder apostar (embora ele mesmo tenha sugerido isso na Parte I), e o velho Biff Tannen acaba por fazê-lo…
Depois de cenas rápidas mas marcantes no ano de 2015, que constituem o primeiro ato do filme (cenas que eu explorarei mais tarde, em outras postagens, chegaremos lá!), Doc Brown e Marty McFly retornam para 1985. E ali temos, possivelmente, a sequência mais incrivelmente DESESPERADORA de toda a trilogia – com o velho Biff tendo roubado o Almanaque de Esportes e dado ao jovem Biff, no passado, encontramos um 1985 Alternativo, chamado de 1985-A, e é um caos e um desespero terríveis. É aqui que acontece a cena “Mom… is that you?” desse filme, mas ela não consegue ser fofa em meio a tantos problemas! A filmagem escura, as pichações e destruições nas cidade, tiros por todo lado, bandidos, sangue de pessoas mortas no chão – é uma visão terrível da pior versão de Hill Valley possível, na qual a Prefeitura (o Relógio da Torre) virou um hotel-cassino do Biff: Biff Tannen’s Pleasure Paradise.
Biff está poderoso, muito mais arrogante do que nunca, e ele nos proporciona as cenas mais deprimentes da trilogia. Eu fico completamente angustiado e desesperado assistindo, eu mal posso entender o quão horrorizado Marty McFly estava se sentindo! A morte de George, a cena do cemitério… “This can’t be happening! Please, God, no!” E então as coisas fazem sentido: com a sacola do Almanaque, o recibo e um pedaço da bengala futura do Biff na Máquina do Tempo: ele retornou para o passado e deu ao jovem Biff o Almanaque, o que o tornou rico e criou essa outra realidade, desesperadora. Os jornais mostram a morte de George e o internamento de Doc Brown, e para impedir isso tudo, só há uma solução: retornar à ocasião na qual o Jovem Biff ganhou o Almanaque do Velho Biff, e tomá-lo então (afinal viajar para o futuro daquele ponto resultaria no 2015-A, não no 2015 do qual eles vieram).
E o dia? 12 DE NOVEMBRO DE 1955. Sim, o dia do baile da tempestade.
O que, particularmente, eu acho que é a melhor jogada do filme. Com o terceiro ato se desenrolando de volta em 1955, nós percebemos o quanto, em De Volta Para o Futuro II (e só nesse), a viagem no tempo é a protagonista. Temos a oportunidade de estar no dia do baile e da tempestade novamente. De rever cenas que nos marcaram, ganhar novas perspectivas de outras que já vimos acontecer, e ver os “bastidores” de eventos que presenciamos, como Biff Tannen buscando o carro depois de mandar retirar o esterco, e Lorraine buscando o vestido que será vista usando mais tarde, quando estacionar com o Marty McFly do primeiro filme. “Oh, this is heavy, Doc. I mean, it’s like I was just here yesterday” “You were here yesterday, Marty”. E então, com dois Marty McFlys, dois Doc Browns e alguns DeLoreans, o Marty só precisa pegar o Almanaque de volta…
Bem, depois de um trechinho de Mr. Sandman (eles colocaram de novo, acho que eu não sou o único a me emocionar com isso!) e do Jovem Biff ganhar o Almanaque do Velho Biff (cena presenciada pelo Marty 2), a saga em busca do Almanaque é longa e dura quase todo o restante do filme… parece estarmos revisitando De Volta Para o Futuro, mas as coisas ganham nova significância e isso é o mais bacana! Marty 2 passando escondido pelo carro no qual Marty 1 conversa com Lorraine; o soco de George McFly em Biff Tannen, que é revisto pelo Marty 2, que também vê o Marty 1 chegando logo em seguida; “Talk about dejávù”; Earth Angel; o Marty 1 tocando Johnny B. Goode, sem saber o risco que estava correndo; e o Marty 2 precisando salvar o Marty 1, tocando no palco. Até que, na incrível cena do túnel (com hoverboard e corda de salvação), Marty McFly finalmente consegue pegar o Almanaque de volta e queimá-lo.
Biff cai no esterco, os jornais mudam, e o Doc Brown é levado por um raio…
…de volta a 1885!
Particularmente, eu acho que esse filme tem o melhor final da trilogia. Pelo menos o mais divertido! O primeiro filme, que nunca foi pensado para ter uma sequência, teve um final muito bonito e cheio de esperança, com uma brincadeira boba depois. O terceiro filme me deixa aos prantos. Mas esse filme… tudo é tão claro e tão bonito! A chuva que começa a cair depois que o Doc Brown desaparece no céu, e o carro do correio que chega com uma carta para Marty McFly, deixada com eles 70 anos atrás! Uma carta do Doc Brown para o Marty, de 1885, onde está vivendo bem e feliz, no Velho Oeste. “Do you need any help?” “There’s only one man who can help me”. E então o Marty 2 vai em busca do Doc Brown de 1955, segundos depois desse ter sido bem sucedido em mandar o Marty 1 de volta para 1985. “You did send me back to the future. But I’m back. I’m back from the future”.
Que venha os prantos da última parte.

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