Hey, Doc! Where you goin’ now? “Back to the Future”?


Your future hasn’t been written yet. […] Your future is whatever you make it.
De Volta Para o Futuro, Parte III chega ao fim, e o meu aperto no coração de ver o DeLorean dilacerado cruelmente por aquele trem nunca é mais ameno – uma das melhores trilogias de todos os tempos, um dos meus filmes favoritos, não tem como evitar um misto de alegria tremenda e tristeza profunda quando o terceiro filme chega ao fim e eu tenho que, mais uma vez, me despedir desses personagens todos, até a próxima maratona. De Volta Para o Futuro III fecha incrivelmente bem as aventuras de Marty McFly e Doc Emmett Brown pelo tempo, dessa vez mexendo um pouco com a família do Doc, porque os McFly já tinham sido jogados para lá e para cá nos dois primeiros filmes. Talvez o mais diferente, mas com todas as características relevantes dos filmes anteriores, esse filme se passa no VELHO-OESTE \o/
Bem, a terceira e última jornada de De Volta Para o Futuro começa exatamente de onde a Parte II nos deixou: vemos novamente uma sequência fascinante que começa no dia 12 de Novembro de 1955, às 22h03, com Doc fazendo os últimos ajustes que mandará o Marty McFly do primeiro filme de volta para o futuro, e então o Marty McFly do segundo filme, aquele que voltou do futuro, aparece pedindo ajuda. Os créditos iniciais são perfeitos, mostram a tempestade finalmente acontecendo, mostra a casa de Doc Brown em 1955 finalmente, com a sala nostálgica e os porta-retratos, o Hoverboard de Marty sendo usado como apoio para os pés… e fora que o Doc de 1955 não acreditando no Marty, se trancando, enquanto o Marty conta a história toda através da porta… isso é tão Back to the Future I.
Gosto particularmente de como esse filme, em 1955, se torna tanto uma referência constante ao primeiro De Volta Para o Futuro, como também uma investigação pesada para toda a história futura de De Volta Para o Futuro III – então ao mesmo tempo em que temos a maquete do primeiro filme revisitada, e o carrinho vermelho que pegou fogo no lixo, também temos Marty McFly e Doc Brown desenterrando o DeLorean escondido em uma mina há 70 anos (“No wonder this circuit failed. It says Made in Japan” “What do you mean, Doc? All the best stuff is made in Japan!”) e a lápide que diz que Doc Brown foi assassinado no dia 07 de Setembro de 1885. Assim, uma visita à biblioteca revela Buford “Mad Dog” Tannen, antepassado de Biff, e uma foto de Doc Brown na inauguração do Relógio da Torre – e você fica achando que tem inúmeros paradoxos temporais…
…até se dar conta de que não. Não muito graves pelo menos.
Só uma coisinha que eu acho que eles poderiam ter usado com mais freqüência, porque é uma das coisas mais adoráveis e só está no último filme com firmeza: “Marty, you’re not thinkin 4th dimensionly” (depois conta com o “Right, right. I have a real problem with that” do Marty que é absolutamente fofo!). Outra referência PERFEITA ao primeiro filme: “You don’t wanna crash into some tree that existed in the past”, lembrando o pinheiro que Marty McFly atropelou no primeiro filme, mudando o nome do shopping para Lone Pine Mall. Falando em mudanças de nome, a história se repete quando Doc Brown salva Clara Clayton, que deveria cair e morrer na Ravina que levaria seu nome, mas que anos mais tarde, com toda a história de como Marty enfrentou Buford e conseguiu colocá-lo na cadeia, no fim das contas, a Ravina se torna Ravina Eastwood.
Clint Eastwood o filme todo \o/ Não temos mais Calvin Klein.
Digamos que Michael J. Fox como Seamus McFly é uma das coisas mais adoráveis do filme, e eu gosto dessa versão diferente da cena de “Mom? Mom… is that you?”, e de como William, o bisavô de Marty ainda é apenas um bebê. “So you’re my great-grandfather. The first McFly born in America. And you peed on me”. Depois da rápida estadia de McFly no rancho de seus antepassados, ele adentra a Hill Valley de 1885, que não tem a mesma emoção da Hill Valley de 1955, com Mr. Sandman, ou a Hill Valley de 2015, mas é bem interessante… tudo está ali, mas modificado, ao estilo Velho-Oeste. Mas tem o Relógio a ser inaugurado, a prefeitura sendo construída, o Saloon (que substitui a lanchonete), o anúncio de um Festival (que substitui o Baile), e a perseguição acontece já de cara! “You’re Mad Dog Tannen” – e depois de uma rápida Moonwalk, Marty sai correndo pela Hill Valley do Velho-Oeste, sem skates dessa vez, perseguido pela gangue de Buford…
Marty McFly foi instruído pela carta do Doc a não ir atrás dele – mas isso não impede um abraço lindo entre os dois, pela amizade bela que eles têm, nem um agradecimento por ele contar sobre os 80 dólares, e Clara Clayton. Decidido a não encontrar Clara, o Doc começa a pensar em possibilidades para fazer o DeLorean atingir 88 milhas por hora, agora que o tanque de combustível está rachado e não haverá gasolina ali até o próximo século, o que leva àquela clássica cena do carro puxado pelos cavalos, que não leva a nada. O plano se delineia para usarem um trem rumo à Ravina Clayton, e logo depois, visitando o lugar, o Doc Brown vê uma donzela em perigo e não consegue não salvá-la: Clara Clayton, uma professora que cairia do penhasco em 1885, dando nome à ravina. “Clara? What a beautiful name”.
E então você se dá conta que até o mais científico dos homens se rende ao amor…
“It’s Clara. Quick. Cover the DeLorean” é tão Lorraine em 1955, atrás de Calvin Klein.
O Festival proporciona cenas bem divertidas, como Marty atirando perfeitamente dizendo que aprendeu no 7-Eleven, ou salvando o Doc jogando um prato da marca Frisbee, e outras cenas bem importantes, como “Nobody calls me yellow”, que será usada para fechar a história do filme explicando comentários sobre o desastre do futuro de McFly, apresentados desde o filme anterior, e também colocando Marty rumo a um duelo contra Buford Tannen, que guia quase todo o restante da história no Velho-Oeste: como a lápide não desaparece da foto tirada em 1955, alguém ainda irá morrer naquela segunda, dia 07 de Setembro de 1885, e essa pessoa pode ser Marty! “Great Scott!” “I know, this is heavy” Eu ADORO quando Marty e Doctor TROCAM as frases de efeito deles. Sério, será que tem alguma coisa mais adorável no filme todo?
Bem, tem a…
Esquece.
Depois de um coração partido, de conversas aleatórias sobre o “futuro” no Saloon, um “porre” do Doc Brown e um comentário inteligentíssimo de Marty – “10 minutes? Why do we have to cut these things so damn close?” – o duelo acontece como sugerido no 1985-A de De Volta Para o Futuro II, e ainda mostra um crescimento importante do personagem de Marty, que não age impetuosamente por ser chamado de “covarde”. E Marty teve a oportunidade de socar o Biff (ou o seu antepassado) pela primeira vez, e FOI LINDO. Teve esterco e tudo. Depois você já sabe… Marty e Doc colocam o plano do trem em prática, as madeiras verde, amarela e vermelha, enquanto Clara tenta chegar até Doc e dizer que acredita, e Marty só tenta voltar para casa… o Hoverboard salva a vida de Doc e Clara, Marty retorna sozinho, os corações dos fãs se despedaçam com o DeLorean sendo brutalmente destruído de volta em 1985 (“Well, Doc. It’s destroyed. Just like you wanted”), porque o trem jamais será a mesma coisa… mas Marty está bem, o acidente nunca aconteceu, o futuro ainda vai ser escrito, o Doc e a Clara estão bem…
E o avião vem para a tela, exatamente como o fim de Back to the Future I.
E uma das melhores trilogias de todos os tempos chega ao fim.

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