Lost 2x06 – Abandoned

O encontro.

QUE FINAL SURPREENDENTE. “Abandoned”, exibido em 09 de novembro de 2005, não é um dos meus episódios favoritos de “Lost”, mas é interessante que mesmo os que eu não chamo de “meus episódios favoritos” ainda são episódios muito bons. Temos um flashback de Shannon (que traz de volta uma participação de Boone, para todos que, como eu, estavam com saudade de ver o rostinho lindo do Ian), uma interessante conexão com outro flashback da temporada e um pequeno desenvolvimento na ilha enquanto Shannon procura por Walt, que está vendo continuamente, e o grupo de sobreviventes da cauda do avião trilha um perigoso caminho pela floresta rumo ao acampamento dos sobreviventes da parte da frente. Se achávamos que o encontro desses dois grupos do 815 seria truculento, é porque não sabíamos o que Ana Lucia ia fazer.

Agora, vai ser pior do que podíamos imaginar!

Os flashbacks de Shannon são interessantes, mas não realmente memoráveis – mesmo assim, entendemos, durante o episódio, a necessidade de eles estarem ali. Vemos Shannon perder o pai em um acidente (o mesmo acidente sobre o qual vimos no primeiro episódio da temporada, quando Jack operou Sarah; é possível, inclusive, ver o Jack passar rapidamente por Shannon na cena do hospital), e então ela fica totalmente abandonada – de uma maneira até injusta, se você me perguntar. A madrasta, Sabrina, é particularmente detestável, porque se é verdade que Shannon precisa aprender responsabilidades e que trabalhar lhe faria bem, também é verdade que ela tem direito ao dinheiro do pai dela, sim, e a madrasta foi bastante filha da p*ta roubando todo o dinheiro e deixando Shannon desamparada, querendo dar lição de moral em um tom condescendente de superioridade.

Achei Sabrina insuportável.

Na ilha, o romance de Shannon e Sayid continua se desenvolvendo, e novamente ela vê Walt todo molhado, falando alguma coisa que não conseguimos entender, pedindo silêncio, e ela sai procurando por ele. É um episódio bastante sensível e emotivo para Shannon, que faz de tudo para encontrar Walt (ela coloca Vicent para procurá-lo, por exemplo, dando uma roupa do garoto para ele cheirar), enquanto Sayid acredita que ela estava sonhando quando “viu” o Walt. Na busca, Shannon ainda precisa enfrentar novamente a morte de Boone. A personagem tem bons momentos, dentre eles aquele embaixo da chuva em que conversa com Sayid e fala que “ele vai abandoná-la assim que eles saírem da ilha”, e ele diz que não fará isso porque a ama, e diz que acredita nela, embora, no fundo, não acredite – quer dizer, pelo menos até ver o Walt ele mesmo.

Em paralelo, acompanhamos um pouquinho de Claire e Charlie, dois personagens que estão fazendo pequenas aparições nesse início de temporada, mas que ainda não receberam, de fato, um destaque. Charlie está enfrentando uns dias difíceis e egoístas, Claire está tendo dificuldades para lidar com Aaron, porque ela não sabe ser mãe e, na verdade, nem tinha planejado ficar com o bebê, e percebemos que existe uma série de coisas a serem desenroladas dessa trama. Talvez os Outros ainda apareçam pelo Aaron novamente, por exemplo, e temos em segundo plano a trama de Charlie estar com uma estátua cheia de heroína guardada consigo. O tema vem à tona quando Claire comenta com Locke, ao falar sobre como parece que ela e Charlie são marido e mulher cuidando do filho, que “eles são praticamente estranhos e Charlie pode até mesmo ser um fanático religioso, sei lá”.

Então, ela menciona a estátua e Locke sabe bem por que ele a guarda.

Por fim, acompanhamos o segundo grupo de sobreviventes guiados por Jin, Michael, Sawyer e o Sr. Eko, rumo ao acampamento do primeiro grupo – e eu não sei se estou ansioso por essa junção dos grupos. Quer dizer, vai ser legal ter o Bernard reencontrando a Rose, e o Sr. Eko é um máximo, mas se a Ana Lucia já é chata sozinha, imagina ela versus o Jack? Vai ser praticamente insuportável. De qualquer maneira, o episódio caminha muito bem, enfatizando as características dos personagens quando Sawyer passa mal, por exemplo, e Michael e Jin se recusam a deixá-lo para trás e, com a ajuda de Eko e Bernard, constroem algo que podem usar para carregá-lo – além disso, o Sr. Eko pegou um caminho pela floresta, tão temida por eles, para chegar mais rápido e, quem sabe, salvar a vida de Sawyer, que está cada vez pior pela infecção.

Salvar a vida de Sawyer pode custar, no entanto, a vida de Shannon. Os caminhos dos dois grupos se cruzam pela primeira vez no meio da floresta. Ana Lucia e os demais estão tentando chegar ao acampamento, com Ana Lucia apavorada que os Outros possam aparecer e matá-los a qualquer momento, enquanto Shannon e Sayid estão distantes do acampamento, tentando encontrar Walt. Quando Shannon vê o garoto mais uma vez e sai correndo atrás dele, Sayid demora para conseguir segui-la, atordoado com a visão e pela chuva, e então ele escuta um tiro… poderia ter sido os Outros, mas não era: era Ana Lucia em sua intolerância extrema e seu medo contínuo a fazendo cometer um erro gravíssimo – ela acabou de matar um dos sobreviventes da parte da frente do avião. Isso certamente não vai ajudá-la a ser bem recebida agora.

 

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