Smash 1x01 – Pilot

“Let me be your star!”

Antes de mais nada, vou deixar registrado aqui algo que, há 10 anos, eu falei várias vezes no blog: EU AMO “SMASH”. Musical, vibrante, emocionante, triste, intensa, bela, “Smash” é uma série que me conquistou desde o primeiro episódio desde a primeira vez em que a vi – e quando eu a reassisti, anos mais tarde, foi a mesma coisa: um sorriso de satisfação constante estampado no rosto por essa obra incrível que “Smash” é. Em 2022, a série completou 10 anos de sua estreia, e eu achei que a melhor maneira de celebrar esse evento seria a revisitando mais uma vez e, dessa vez, comentando novamente. Existem reviews que você pode encontrar no blog que trazem a opinião de um Jefferson 10 anos mais novo, quando ele viu “Smash” pela primeira vez, e eu não me atrevi a voltar àqueles textos para saber o que eles diziam… não sei se confio tanto assim naquele Jefferson.

A emoção de assistir ao primeiro episódio de “Smash” ainda me arrebata, ainda me envolve – “Let Me Be Your Star” foi, é e sempre será uma música forte e impactante, que te atinge de uma maneira que o faz dizer: é, eu preciso ver o que mais eles têm a oferecer. “Smash” é a história da montagem de um musical sobre a Marilyn Monroe na Broadway… mas de modo algum é sobre isso. Eu adoro “Smash” pela sua intensidade e pela sua sinceridade ao contar essa história a partir de tantos pontos de vista: temos a força do lado criativo, mas todos os perrengues que se enfrentam para levar um musical ao palco, a maneira como isso influencia no sonho e, consequentemente, na vida de tantas pessoas, aquelas diretamente envolvidas com a criação/montagem do musical, no palco ou nos bastidores, e aquelas cujas vidas, de um jeito ou de outro, também são modificadas.

O efeito borboleta da montagem de um musical!

O primeiro episódio é marcado por performances musicais já memoráveis, uma galeria fascinante de personagens com tramas diversas e interessantes, que queremos ver serem desenvolvidos, atuações incríveis e muito carisma… o Piloto de “Smash” faz justamente o que um Piloto precisa fazer: te fazer pedir mais. Entre a galeria de personagens, encontramos Tom e Julia, dois escritores talentosos que pensaram em tirar férias, mas que esbarram em uma ideia promissora de um novo musical e precisam começar a trabalhar; encontramos Karen, uma garota que trabalha como garçonete, mas se mudou para Nova York para conseguir uma chance nos palcos; encontramos Ivy, uma garota igualmente talentosa, mas que está cansada de estar no ensemble e busca uma oportunidade de verdade; conhecemos Derek, uma “pessoa terrível”, mas um diretor com visão…

Várias tramas paralelas são apresentadas durante o primeiro episódio, com o fio condutor sendo a gênese de um musical sobre a MARILYN MONROE e, como eu disse, acompanharemos as pessoas que, de um jeito ou de outro, estão envolvidas nesse projeto. Tom Levitt e Julia Houston são uma dupla talentosa e divertidíssima, com uma química e uma dinâmica incríveis de se acompanhar, e quando Julia começa a reclamar sobre os remakes e reboots que tomaram conta da indústria e a ausência de material original (!), o novo assistente de Tom faz um comentário a respeito de “Marilyn Monroe possivelmente dar um bom musical”, e mesmo que não deem muita atenção nos primeiros segundos da ideia, rapidamente o cérebro de ambos começa a trabalhar… Marilyn é fascinante, as pessoas gostam dela, eles podem fazer cenas de filmes, um número de beisebol…

Parece promissor. E eles vão fundo.

Os primeiros trabalhos no musical, ainda sem título, começam de forma quase “descompromissada”… uma música, uma cena, um rascunho. Eventualmente, parece um projeto que ainda está muito no seu início, mas que vai tomando corpo. Eles têm uma possível Marilyn com a qual podem visualizar a primeira música escrita, por exemplo, e quando o vídeo de Ivy cantando “Never Give All the Heart” “vaza”, as pessoas começam a comentar… até um crítico comumente bastante maldoso faz um comentário positivo em relação à música e à ideia, e esse é o último incentivo de que Julia precisava… todos se envolveram! Tom e Julia são procurados por Eileen, produtora que está em processo de divórcio e, por isso, com seus projetos em pausa, e ela indica um diretor, Derek Wills… alguém com quem Tom trabalhou no passado, e de quem não gosta nem um pouco.

Adoro ver essas relações entre os personagens, essa coisa que envolve paixão, talento, intriga! Essa é a alma de “Smash”, que conduz suas tramas tão bem. Derek é convencido a fazer uma espécie de “audição” como diretor do musical, com Ivy interpretando Marilyn Monroe durante uma primeira cena – “The National Pastime” não é tão grandiosa pensando no que a série apresentará no futuro, mas, naquele momento, era um momento de encher os olhos! Eu adoro essa atmosfera de teatro, esse ensaio naquela sala que nos remete exatamente a salas de ensaio de musicais como são liberados em vídeos, às vezes, e “Smash” ainda intercala a brilhante apresentação de Ivy, naquela sala, com uma versão mais “finalizada” do número, para que possamos visualizar como ele ficaria uma vez pronto, de fato nos palcos da Broadway… e é de arrepiar.

Depois de uma audição que não sai lá muito bem, com “Over the Rainbow”, Karen Cartwright vai à audição para Marilyn Monroe, quando o projeto se oficializa… é uma rotina de Karen, fazer uma série de testes, esperar ser chamada de volta, esperar que sua “grande chance” enfim apareça em um meio competitivo e, infelizmente, cheio de frustração. Mas Karen brilha. Ela não tem experiência, mas ela tem talento, e sua interpretação de “Beautiful” (e sua coragem de não aparecer na audição vestida como Marilyn ou usando uma peruca loira, por exemplo) chama a atenção de algumas pessoas durante a audição… em especial a de Derek. E percebemos que, agora, Karen e Ivy lutarão com unhas e dentes por esse papel, e como Tom é amigo de Ivy e a quer como Marilyn de qualquer maneira, as duas serão quase “avatares” de uma briga já antiga de Tom e Derek.

Derek não é mesmo uma boa pessoa – Tom nos alertara… e, especialmente nesse início de série, eu me culpo por achá-lo tão charmoso, mas é que aquele sotaque mais a barba e o cabelo desgrenhado acabam comigo. Assim como Ivy, Karen é chamada para um novo teste, mas, dessa vez, eles querem ver mais sensualidade – afinal de contas, Marilyn Monroe era um símbolo sexual. E isso motiva duas cenas bastante distintas: a primeira dela é de Karen com Dev, que é um namoro incrível, um parceiro fenomenal, que a apoia incondicionalmente e que quer “ajudá-la a entender Marilyn”; a segunda é uma cena um tanto humilhante na qual Derek chama Karen para a sua casa, às dez da noite, e ela vai de maneira ingênua, sem nem maliciar o pedido, mas acaba surpreendendo Derek apresentando uma Marilyn sensual com “Happy Birthday, Mr. President”, sem precisar dormir com ele…

Assim, o conceito de “Smash” está apresentado… e há muito o que se explorar nesse universo! A conclusão do primeiro episódio é grandiosa e memorável, com Ivy e Karen, ambas chamadas de volta para mais testes como Marilyn Monroe, interpretando o que virá a ser a música de abertura do musical, e que tem tudo a ver com o que elas mesmas estão vivendo naquele momento – “Let Me Be Your Star” é uma música poderosa e impactante, com uma letra incrível que traduz o sonho de Norma Jean/Marilyn Monroe tanto quanto o sonho de Karen Cartwright e Ivy Lynn, em uma espécie inteligente de metalinguagem que funciona brilhantemente. É um dos Pilotos que mais me empolgou na época de lançamento, o que faz todo o sentido, porque “Smash” é uma das séries que eu mais gostei de assistir na vida… e agora é hora de revisitá-la e celebrar seu aniversário!

 

“She'll do all she can

For the love of one man

And for millions who love from afar

I'm what you've been needing

It's all here and my heart's pleading

Let me be your star”

 

Para mais postagens de “Smash”, clique aqui.

 

Comentários