Lost 3x20 – The Man Behind the Curtain

“That was Jacob”

A CADA NOVO EPISÓDIO EU PRECISO DIZER O QUANTO EU AMO ESSA SÉRIE! Rever “Lost” é uma das melhores coisas que eu resolvi fazer nos últimos tempos, e eu não me lembrava de como essa terceira temporada era impecável. “The Man Behind the Curtain”, exibido em 09 de maio de 2007, finalmente traz um flashback de Benjamin Linus, o cara que supostamente “nasceu na ilha” (e a primeiríssima cena do episódio já desmente isso), e é um dos episódios mais empolgantes da história de “Lost”, conectando algumas pontas, entregando algumas respostas, e levantando mais questionamentos interessantes que nos deixarão pensando sobre toda a mitologia da série nos próximos episódios… é incrível como o flashback de Ben Linus consegue trazer um pouco da Iniciativa Dharma lá na década de 1970, em um paralelo perfeito com a mitologia dos Hostis/Outros no presente.

Quando Ben deixou John Locke para trás, há alguns episódios, ele disse que estava deixando uma trilha que Locke poderia seguir, mas que não se importasse em fazê-lo se não estivesse carregando o corpo do pai nas costas – e é literalmente o que Locke faz. Agora, ele quer algumas respostas. De acordo com Locke, Ben prometera “contar tudo sobre a ilha” caso retornasse com o corpo de Anthony, mas, aparentemente, também existe muita coisa que o próprio Ben desconhece, porque pode ser que ele não esteja tão no comando quanto ele fez parecer até então… existe uma outra pessoa, um tal de Jacob, sobre o qual ouvimos brevemente falar durante essa temporada inteira, e eu adoro como “Lost” vai introduzindo algumas coisas aos poucos, até que vem à tona. Ouvimos o nome de Jacob em algumas situações-chave, e agora entendemos um pouco mais.

Mas temos mais perguntas que respostas… é apenas a primeira “aparição” de Jacob.

Ben parece um pouco relutante em cumprir sua promessa e levar Locke até Jacob, mas Locke é bastante insistente… em paralelo, o episódio nos mostra flashbacks maravilhosos que retornam ao nascimento de Ben, sua infância na ilha e um momento importantíssimo na sua vida que é ironicamente conectado a um evento que assistimos em outro episódio dessa temporada. O primeiro flashback mostra o nascimento de Benjamin, fora da ilha, apesar de ele ter dito várias vezes que tinha nascido lá, no dia em que a mãe morreu… os pais de Ben estavam fazendo uma caminhada (adoro como “Lost” brinca conosco e nos faz acreditar que aquele parto está acontecendo no meio da ilha, por exemplo!), quando Ben nasceu dois meses antes do previsto, e então a mãe acabou morrendo logo em seguida. Durante todos os anos seguintes, o pai de Ben culpou o filho pela morte da esposa.

O pai de Ben, conforme descobrimos eventualmente, é Roger, o cara que trabalhava como servente na Iniciativa Dharma e que “vimos” em outro momento da temporada. Nos flashbacks, vemos Ben e Roger chegarem à ilha em 1973, uma época em que a Iniciativa Dharma ainda existia. Esse é um dos meus momentos favoritos em “Lost”, e a minha sensação era: EU QUERO FICAR AQUI E EXPLORAR MAIS DA INICIATIVA DHARMA, POR FAVOR! É interessante ver esse grupo de cientistas, essa sociedade que eles construíram dentro da ilha, vê-los se cumprimentarem usando “Namastê”, ver vídeos de orientação tocando nas televisões quando Ben está chegando… tudo é grandioso e sabemos que existe mais história a ser contada, mas esses elementos estão no episódio mais para nos provocar, porque o foco é o desenvolvimento de Ben como personagem.

Conhecemos um Ben bastante silencioso e que cresceu traumatizado por um pai que não celebrava os seus aniversários, por exemplo, porque dizia que “era difícil comemorar o dia em que ele matou sua mãe”, e um Ben que mostra certa conexão com a ilha, porque a mãe dele, morta há alguns anos, aparece para ele na janela do seu quarto, primeiro, e do lado de fora da cerca, depois… quando Ben foge, traumatizado por mais um comentário maldoso do pai, ele tenta procurar a mãe na floresta do lado de fora da cerca, mas não a encontra. Em contrapartida, ele encontra Richard, um dos “Hostis”, que são os “moradores nativos” da ilha e que parecem ter uma rixa imensa com a Iniciativa Dharma… ainda é algo que veremos ser explorado com mais detalhes futuramente, mas parece que existe uma briga ferrenha sobre as coisas nos quais cada um acredita.

Fé x ciência de novo?

Ben, então, diz a Richard que quer ir embora com eles, mas Richard pede que ele tenha certeza do que está falando e diz que ele terá que ter paciência… e é o que ele faz. Até que, quase 20 anos depois, Ben faça exatamente o que pedira que Locke fizesse no presente: mata o próprio pai. É uma cena tensa e construída de forma incrível, conectando-se a toda aquela sequência que se iniciou quando Hurley encontrou uma Kombi cheia de cervejas da Iniciativa Dharma no meio da floresta… vemos Ben matar o próprio pai, com um gás que lhe é dado pelos “Hostis”, e então todo o cenário é preparado para que Hurley e os demais encontrem a Kombi, as cervejas e o corpo decomposto de Roger mais de 10 anos depois. Ao mesmo tempo, os Hostis invadem a Iniciativa Dharma e também fazem o expurgo: quando Ben chega, todos já estão mortos como o pai.

No presente, acompanhamos Ben levando Locke até a cabana na qual Jacob supostamente vive – e eu adoro como tudo é construído, porque, por muito tempo, queremos pensar que Locke está certo e talvez Jacob não exista, no fim das contas… afinal, Ben é aparentemente o único que é capaz de vê-lo, o único com quem Jacob conversa, o que parece “conveniente demais”, aos olhos de John Locke. E o início da cena “com” Jacob realmente nos faz acreditar na possibilidade de que ele não exista, porque Ben leva John para dentro de uma cabana aparentemente vazia, e começa a conversar com uma cadeira igualmente vazia, como se Jacob estivesse sentado lá. Então, John conclui que ou Ben está fazendo toda uma cena para tentar enganá-lo, ou então ele realmente acredita que Jacob está ali com eles, o que quer dizer que ele está louco…

Mas está?

A cena tem uma reviravolta FANTÁSTICA quando Locke escuta alguém dizendo “Help me”, e quando ele confronta Ben com uma lanterna, as coisas ficam macabras ali dentro… é um toque sobrenatural incrível que torna a cena macabra e intrigante – e, para mim, parece evidente que Ben estava dizendo a verdade, no fim das contas: Jacob existe. Durante uma cena, inclusive, conseguimos ver alguém sentado na cadeira que até então estava vazia. É rápido, mas está ali, é possível ver! Além disso, Ben parece bastante incomodado com o fato de que Locke supostamente ouviu Jacob falar com ele, e agora quer saber o que ele disse. Talvez Ben não esteja mais fazendo o que Jacob quer, talvez Ben tenha perdido sua “conexão” com a ilha, como ficou sugerido em outros episódios, talvez Jacob esteja realmente pedindo a ajuda de Locke… mas ajuda com quê.

Por ora, talvez Locke não possa ajudar. Não depois daquele tiro!

Enquanto isso, embora pareça incrivelmente menos interessante do que todo o resto que estamos acompanhamos, vemos um pouquinho do acampamento na praia, quando Sawyer retorna com a gravação que Locke lhe dera, em que Juliet manda uma mensagem para Ben, falando sobre Sun estar grávida… enquanto todos se voltam contra Juliet e, consequentemente, contra Jack, Jack e Juliet retornam de alguma caminhada cujo objetivo desconhecemos com um suposto “plano” em mente. Gosto muito da Juliet, de verdade, mas é insuportável que ela esteja passando tanto tempo com o Jack, porque eu não suporto o Jack – fico até com pena da personagem da Juliet, de verdade! De qualquer maneira, aparentemente Jack vai pedir que confiem em Juliet porque ela já tinha contado que Ben e os Outros virão para levar as mulheres grávidas em poucos dias…

Eles precisam de um plano urgente.

QUE DELÍCIA DE RETA FINAL! QUE TEMPORADA INCRÍVEL!

 

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