Combinação Perfeita (A Perfect Pairing, 2022)

“Go big or go home”

Leve, romântico e com os belos cenários de uma fazenda no interior da Austrália, “Combinação Perfeita” é uma boa comédia romântica, a ser apreciada no finzinho de um domingo, sem muitas pretensões… Lola Alvarez (interpretada por Victoria Justice) é uma mulher que trabalha em uma empresa de importação de vinhos, para um chefe babaca, explorador e abusivo, que acaba pedindo demissão em uma cena de causar inveja (!) quando uma de suas boas ideias de trazer para os Estados Unidos os Vinhos Vaughn, da Austrália, é roubada e apresentada por uma “amiga” em seu lugar. Então, Lola resolve recomeçar a sua vida, abrir a sua própria empresa de importação de vinhos (afinal de contas, ela tem experiência com isso e era ela quem fazia aquela empresa funcionar!) e, quem sabe, conseguir até o grande contrato com Hazel Vaughn, se ela for para a Austrália e conseguir falar com Hazel antes do seu antigo chefe.

Gosto muito de filmes que nos levam para esses cenários remotos, que transmitem uma sensação tão gostosa e acolhedora de paz – nos faz ter vontade de estar no lugar de Lola e poder curtir aquela fazenda… talvez sem toda a questão de limpar esterco de ovelha e tudo o mais. Como convencer Hazel Vaughn a fechar um negócio com ela (até porque sua empresa ainda é tão recente que não tem nem licença) parece ser uma das missões mais impossíveis do mundo, Lola aceita um trabalho na fazenda para ajudar a cuidar das ovelhas, consertar cercas e coisas assim… se ela conseguir passar no teste com Max, o “chefe-mandão” da fazenda, talvez ela consiga impressionar Lola e talvez ela pelo menos escute as suas ideias – Lola sabe que tem boas ideias, talvez ela tenha alguma chance se conseguir ser ouvida. Para isso, ela precisa se empenhar.

O filme é clichê e previsível – o que não o torna menos interessante de se assistir. Particularmente, eu tenho uma queda séria por comédias românticas, pelo conforto que esses filmes conseguem trazer, e é bem gostoso ver a Lola se empenhar de verdade para ser uma ótima funcionária, enquanto também faz amizades com suas colegas de alojamento, que lhe dão um trabalhão nos primeiros dias. Às vezes, as coisas parecem meio abruptas, como a “transformação” das suas futuras amigas, mas o filme compensa, entregando algumas sequências divertidas, como aquela da briga no bar, algo que chama muito a atenção de Lola: afinal de contas, ela nunca esteve em uma briga de bar de verdade antes… não existe muito disso nas degustações de vinho às quais ela ia… e talvez a vida seja mais divertida do que ela imaginava.

Max, interpretado por Adam Demos, é o protagonista ao lado de Lola – e um personagem de quem é fácil de se gostar… ou talvez eu seja um homem muito simples, que se encanta depressa por aquele sorriso, aquela barba, aquele sotaque australiano delicioso de se ouvir… ou o Max trabalhando sem camisa, o que também é uma visão e tanto, e Lola concorda. Educado e charmoso, mas sério e misterioso, Max estabelece uma relação com Lola de uma maneira bastante orgânica, até, porque eles vão se aproximando conforme ele a “treina” nos trabalhos da fazenda (uma pegada meio Travis Brody ensinando a Miley no filme da “Hannah Montana”), e conforme escuta as suas boas ideias, e se admira, cada vez mais, pela sua determinação… ela veio à Austrália com um propósito e, por mais que pareça difícil alcançar seu objetivo, ela não vai desistir.

Eventualmente, descobrimos, conforme suspeitamos, que o segredo que Max guarda é que ele é da Família Vaughn – irmão mais novo de Hazel, ele é sócio dos negócios, mas prefere que ninguém saiba a sua verdadeira identidade, porque não quer se envolver e prefere “trabalhar na terra”… algo que tem a ver com traumas do passado e a maneira como ele se fechou, com medo de tentar, exatamente o oposto de Lola. Conforme os dois se aproximam e passam uma noite mágica (e perigosa?) acampando sob um lindo céu estrelado na Austrália, Max decide que ele precisa contar para Lola sobre realmente ser Max Vaughn… e mesmo que eles tenham vivido muita coisa significativa, ela acaba se ressentindo do fato de ele não ter lhe dito a verdade, e não sabe se pode seguir confiando nele, porque parece, também, que ele achou que ela fosse tentar usá-lo para chegar à irmã se soubesse.

Não que ele tenha realmente pensado isso.

“Combinação Perfeita” não é uma comédia que nos faça gargalhar, mas certamente entrega bons momentos enquanto acompanhamos as investidas corajosas de uma mulher de negócios determinada e o seu romance em construção com Max – além de ter vinhos australianos apetitosos e ovelhas carismáticas como a Baaabra Streisand. A reta final do filme, meses depois de as coisas terem dado errado para Lola tanto nos negócios quanto no amor, traz Max aos Estados Unidos, para dar o seu importante passo e poder ajudar Lola em ambos: a Família Vaughn vai fechar negócio com a sua empresa de importação de vinhos, agora licenciada, mas ele não está ali apenas para falar de negócios… leve, despretensioso e com um visual incrível, “Combinação Perfeita” funciona muito bem dentro daquilo a que se propõe e coloca um sorriso no nosso rosto! Vale a pena.

 

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