A Favorita – O julgamento de Donatela

Culpada ou inocente?

É sempre tão TENSO acompanhar julgamentos em novelas, não? “A Favorita” está bem naquela fase das telenovelas em que absolutamente tudo dá errado para a protagonista – e agora que é a primeira vez que sabemos que Donatela é, de fato, inocente em tudo, ela está pronta para sofrer cada vez mais. Flora conseguiu o que queria ter feito há 18 anos: matar um homem e acusar Donatela por esse crime, e não parece que o júri tem qualquer chance de inocentar a Donatela com as evidências que eles têm, e a própria Donatela não parece estar muito disposta a se ajudar, porque embora ela fique gritando aos quatro ventos que “é inocente”, ela faz coisas como tentar escapar da cadeia (!) ou enlouquecer contra Flora no meio do julgamento… quer dizer, ela odeia a Flora e o sorriso cínico dela a provoca, mas, naquele momento, ela tinha que ficar quieta.

Bancar a vítima, sabe? Tipo a Roxie em “Chicago”.

Donatela sai da cadeia para o tribunal com gritos das demais detentas que lhe desejam sorte, que a chamam de amiga, e tudo é desconcertante e humilhante – a maneira como ela chega no camburão, algemada, e é atacada por uma multidão de repórteres, como a Flora está lá, fazendo cena e tentando conquistar a confiança de Zé Bob, que felizmente não cai no papinho dissimulado dela… gosto de como “A Favorita” consegue nos fazer sentir umas emoções muito fortes, porque é revoltante acompanhar a Flora assistindo àquilo tudo de camarote, sabendo a verdade, mas também sinto um nojo imenso de Irene e Gonzalo, que caíram no papinho de Flora. Mas, também, não é difícil ficar contra Donatela quando ela parece não ter controle nenhum sobre si mesma, levantando-se no meio da leitura do caso pelo juiz, por exemplo, para dizer que “jura que é inocente”.

A ideia do advogado era que Donatela se declarasse culpada, para tentar diminuir a sua pena, mas Donatela diz que não vai fazer isso, porque é inocente! Então, ela dá o seu depoimento contando tudo exatamente como aconteceu… como eles armaram para atraí-la para o galpão, como se ela fosse conversar com o Dr. Salvattore, como foi a Flora que matou o médico e, depois, colocou a arma na sua mão… ela conta a história exatamente como aconteceu, mas parece realmente uma história pouco crível quando contada ali no tribunal, e é claro que ninguém acredita. O depoimento de Zé Bob também não ajuda muito – ele acredita na inocência de Donatela, e ele quer falar sobre isso, mas não tem a chance, porque o advogado e o juiz o interrompem e o enchem de perguntas que ele responde com sinceridade, mas parecem incriminar Donatela.

Ele fez o que podia… ele até diz que acredita nela, mas não é o suficiente.

Acho que um dos depoimentos que mais incriminam Donatela é o da esposa do Dr. Salvattore, porque ela fala sobre como ela apareceu louca na casa dela uns dias antes do assassinato, jurando que “ia acabar com a vida dele” e tudo o mais – e essa intensidade descontrolada de Donatela que faz com que todos acreditem que ela seria mesmo capaz de matar o Dr. Salvattore. Por fim, chega a hora do depoimento de Lara e, como eu comentei no último texto, eu sempre fico tenso porque eu nunca sei como a Lara vai se comportar em relação à Donatela, e Lara começa respondendo à pergunta do juiz sobre qual é a sua relação com a ré de uma maneira que Donatela não esperava: “Ela é minha m… madrasta”. Ela quase diz mãe, mas recua. Eventualmente, enquanto dá o seu depoimento, no entanto, ela chama a Donatela de uma mãe amorosa, calorosa, presente, seu porto seguro… fala do caráter sensível e generoso “da mulher que está ali hoje sendo acusada de homicídio”.

 

“Eu quero deixar registrado aqui que comigo ela sempre, sempre agiu como uma mãe desvelada. Nem em sonho poderia contar com uma mãe mais amorosa. Eu não estava no lugar do crime do qual ela está sendo acusada, eu não vi o que aconteceu, mas eu posso garantir que eu não acredito, senhores, eu não consigo acreditar na culpa dessa mulher! Essa mulher que sempre dedicou a mim todo o amor de que um coração humano é capaz”

 

FINALMENTE A LARA FEZ ALGO DECENTE. Fiquei emocionado.

O depoimento é lindo, Donatela corre para abraçá-la, as duas choram abraçadas no meio do tribunal, mas a emoção do momento é quebrada porque o juiz manda os seguranças separarem as duas, e Lara é carregada para fora do tribunal. Então, chegamos à hora da sentença, e eu preciso dizer que EU PASSEI RAIVA naquele momento – e nem foi pela sentença, foi por causa da Donatela mesmo… porque esse jeito descontrolado dela às vezes me irrita. A Flora é filha da p*ta, sorrindo toda cínica para ela, mas Donatela tinha que se levantar nessa hora para gritar feito louca, chamando Flora de assassina e querendo atacá-la no meio do tribunal? Ela acha mesmo que é assim que as coisas vão se resolver? Naturalmente, ninguém fica do lado de Donatela e, quando a sentença é finalmente lida, ela é declarada culpada e condenada a 30 anos de prisão.

“A justiça tarda, mas não falha”

“Essa história ainda não acabou”

É ainda mais humilhante, então, o retorno de Donatela à prisão. Mas Diva tem um plano.

 

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