A Favorita – A tentativa de fuga de Donatela

Sílvia Lontra.

Donatela sabe que só existe uma coisa que ela pode fazer nesse momento: fugir. Ela é inocente, tanto do assassinato de Marcelo, há 18 anos, como do assassinato do Dr. Salvattore, mas tudo parece depor contra ela – se nem o Zé Bob parece ter acreditado nela quando a encontrou na cena do crime, ela sabe que ninguém mais vai acreditar… dessa vez, Flora pensou em tudo e não houve nenhum imprevisto que vai condená-la, então Donatela está prestes a cair. Infelizmente, não tem mesmo como acreditar em Donatela dessa vez, e não acreditaríamos tampouco se não tivéssemos visto como tudo aconteceu: o que parece é que Donatela tinha motivos para matar o Dr. Salvattore e, além disso, estava na cena do crime, segurando a arma que foi usada para matar o médico, e a arma estava cheia das suas impressões digitais… como convencer que não foi ela?

Depois de passar uma noite na rua, sozinha, dormindo numa estação de metrô, Donatela foi atrás de ajuda no dia seguinte ao ver as matérias no jornal que a acusam de assassina – ela chega desesperada na casa de Pedro, pedindo que ele a ajude “pelo amor de Deus”, e eu devo dizer que é muito bonita a relação deles, porque Pedro não duvida dela nem por um segundo… ele abraça e acolhe Donatela, e sabe que Flora fez o que queria fazer há 18 anos quando matou o Marcelo. É uma pena que o personagem tenha momentos de tanta clareza e, logo em seguida, momentos de ingenuidade tola que colocam tudo a perder… Pedro é inteligente percebendo toda a artimanha de Flora, mas ele pisa na bola feio ao ir falar com Gonzalo, que o engana falando que ainda acredita em Donatela só para marcar um encontro, chamar a polícia e prendê-la.

Felizmente, ela consegue escapar a tempo, sentindo-se traída, enquanto Gonzalo grita e a chama de “assassina desgraçada”. Bem que Pedro dissera a Lara que ela e os avós ainda se arrependeriam de dar ouvidos a Flora.

Em paralelo, acompanhamos um pouquinho de Diva, que está na cadeia e parece ter um passado com Flora – o que quer dizer que ela pode vir a se tornar uma grande aliada de Donatela. Diva também vê o jornal acusando Donatela de assassinato e dizendo que “Flora pode ser inocentada”, e ela fica furiosa com isso, com “a carinha de Flora enganando todo mundo”. Gosto de ver a personagem de Diva crescer na novela, e da certeza dela de que Flora é culpada… porque ela conhece a Flora da cadeia. Acompanhamos alguns flashbacks que dão contexto à relação de Diva e Flora, momentos como a tentativa de fuga de Diva que é frustrada por Flora, que a dedura e ela acaba na solitária: “Traíra, desgraçada! Eu vou acabar com você! Eu vou te enquadrar! Sangue ruim!” Aparentemente, Diva odeia a Flora e pretende cumprir a promessa de acabar com ela.

Mal posso esperar para vê-la ao lado de Donatela!

Antes de escapar, Donatela precisa ver Lara uma última vez, e vai até a sua faculdade e pede 5 minutos, mas a Lara não merecia tanta atenção – ela não é confiável, e tampouco acredito no “amor” que ela diz sentir por Donatela. Assim que vê a mãe, ela já espuma: “Como você ainda tem coragem de aparecer na minha frente? Eu vou chamar a polícia”. Donatela fala que não é possível que, depois de todos esses anos, de tudo o que viveram juntas, ela ache que o amor que Donatela tem por ela é mentira, ou que ela seja uma assassina… Donatela volta a dizer que a ama mais que tudo nessa vida, e Lara questiona esse amor (!), dizendo que ela “matou o seu pai” e, sinceramente, eu não tenho paciência para a insuportável da Lara – Donatela precisa se afastar dela e só reaparecer depois de provar a sua inocência, para que Lara se humilhe pedindo perdão.

Sim, eu sou dramático.

Mas que a culpa vai CORROER a Lara quando ela souber da verdade… ah, vai. E ela merece.

Donatela pede um beijo de despedida, e diz que vai ter que ir embora e não sabe quanto tempo vai ficar sem vê-la. Por fim, Donatela diz que a ama e pede que Lara não se esqueça disso, mas Lara não devolve a fala nem retribui o beijo – mesmo assim, ela deixa que Donatela a beije e a abençoe antes de ir embora, e fica com o rosto todo molhado de lágrimas, imóvel, enquanto a mãe se despede… da porta, Donatela a chama novamente, manda um beijo e, fracamente, Lara manda outro em resposta. Mais uma das cenas fortes de Lara e Donatela, as duas arrasando na atuação como sempre. Agora, Donatela pretende ir embora para Roma, como SÍLVIA LONTRA. Pedro ajudou a organizar tudo para ela, mandando fazer um passaporte falso e comprando uma passagem para que ela acorde em Roma no dia seguinte… Donatela precisa ir embora o mais rápido possível.

E torcemos por ela… mesmo sem esperanças. A despedida de Donatela e Pedro no aeroporto é bem bonita e bem emocionante, e ela o chama de pai, diz que o ama, e ele diz que também a ama, mas diz que ela precisa ir embora logo… Donatela está fantasiada com óculos de grau, uma peruca loira, e as coisas quase dão certo… quase. Ela passa por tudo o que se precisa passar em um aeroporto, e estava prestes a embarcar no avião, já quase respirando aliviada, quando as coisas saem de controle, graças a Amelia, uma repórter enxerida, e uma garotinha mal-educada na fila. Toda a cena é desesperadora e ficamos apenas esperando para ver como Donatela vai ser descoberta, porque é evidente que ela não vai conseguir escapar dessa vez. Então, quando Donatela está na fila de embarque, a garotinha mal-educada tira a sua peruca e Donatela é reconhecida pela repórter que chama seu nome e a chama de assassina…

Tarde demais, Donatela foi pega.

E que comece o inferno de Donatela.

 

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