O artigo e o Dragão Branco.
Uma Aventura desesperadora em Hong Kong.
Bellamy parece capaz de qualquer coisa para que Phileas Fogg não complete a sua
volta ao mundo em 80 dias, mas as sabotagens vindas de Londres não são os
únicos problemas que o Sr. Fogg precisa enfrentar em sua viagem – ele está
prestes a descobrir, por exemplo, que Abigail Fox publicou um artigo bastante pessoal dele, contando coisas
que ele queria manter em segredo, sem a sua autorização… novamente, quando
parece que as coisas estão ficando bem entre o grupo, o caótico trio volta a
ter problemas, porque Fogg vai se sentir traído tanto por Abigail, que publicou
sem o seu consentimento, quanto por Passepartout, porque ele acaba se lembrando
dele trabalhando como garçom no Clube em Londres… estamos na China, mais ou menos na metade da viagem, e nos perguntamos
o que vem pela frente!
Quando
chegam em Hong Kong, Fogg vai diretamente ao banco para conseguir dinheiro para
boas acomodações e passagens para o Japão, mas ele descobre que o banco não quer liberar o seu dinheiro,
com a desculpa de que eles não podem fazê-lo porque a carta de crédito ainda
não chegou, mas tudo é, na verdade, sabotagem de Bellamy… então, eles
precisarão improvisar, e eles têm algumas opções
para isso. Enquanto ficam hospedados em um lugar nada confortável para o qual
Passepartout os leva, duas opções para conseguirem o dinheiro, caso o banco
realmente não o libere, surgem: primeiro, Fogg pensa em pedir dinheiro
emprestado ao Governador de Hong Kong, já que a sua mulher é sua fã e vai fazer uma festa em sua homenagem;
depois, Passepartout é “convidado” a roubar o Dragão Branco, uma joia que foi roubada pelos ingleses.
Assim que
Fogg sai do banco, sem o dinheiro de que precisava, ele é reconhecido por Lady
Clemency Rowbotham, a mulher do Governador de Hong Kong, Sir Henry Rowbotham,
que fica fascinada ao conhecê-lo e convence o marido a dar uma festa… é a oportunidade perfeita para se conseguir
um empréstimo. O problema, é claro, é que Lady Clemency está
particularmente encantada por Fogg desde o último artigo escrito pela Srta.
Fix, que fala sobre como a volta ao mundo do Sr. Fogg é fruto de “um coração
partido”, mas Abigail demora para perceber o tamanho do problema em que se
meteu ao escrever aquelas palavras: é Passepartout quem a ajuda a enxergar como
Phileas Fogg vai se sentir humilhado, exposto e traído se ler o que ela
escreveu… então, Abigail precisa passa a
festa inteira tentando impedir que Fogg chegue a um jornal.
Toda a
sequência da festa é bizarra e com um quê inusitado de comédia desesperadora em
uma corrida contra o tempo – todo mundo interpretando, tentando chegar a algum
lugar… Abigail tenta manter Lady Clemency e as outras mulheres afastadas de
Fogg, para que elas não digam nada a ele, Fogg tenta conseguir dinheiro com Sir
Henry, mas, no fim, ele acaba descobrindo
sobre o artigo – e eu fiquei bem mal por ele. Na verdade, o artigo não é humilhante
e mostra uma complexidade e uma humanidade belíssimas de Phileas Fogg, mas ele
tem todo o direito de não querer ser exposto: aquela era uma história pessoal
que ele nem se lembra de ter compartilhado com Abigail, muito menos ter lhe
dado autorização para falar sobre isso no jornal para que o mundo todo possa
ler… Abigail errou ao agir dessa maneira, e é compreensível que Fogg se sinta
traído.
Como isso o
impede de conseguir o dinheiro com Henry, que age como um completo babaca,
Passepartout resolve fazer o que prometera que não faria: roubar o Dragão Branco para Jiang Lei. Preciso dizer que as ações
de Passepartout, eventualmente, causam bastante dor a Fogg em uma das
sequências mais injustas de “Around the World in 80 Days” até aqui,
mas eu acho que Jiang Lei estava com a razão em querer a joia de volta: era uma
joia que pertencia a seu povo e que foi roubada do túmulo, conforme a própria
Lady Clemency conta na festa, com certo orgulho. Por isso, é desesperador que,
com o sumiço do Dragão Branco, Phileas Fogg seja acusado de ladrão e seja
preso, mas é quase bonito ver o respeito de Jiang Lei pegando a joia de volta
não por nenhum motivo financeiro: apenas
porque ele quer devolvê-la ao lugar a que pertence.
Nos planos
de Passepartout, ele usaria o dinheiro que Jiang Lei lhe deu para escapar de
Hong Kong antes que alguém desse pela falta da joia, mas eles não tiveram tempo
disso… Phileas Fogg é realmente humilhado
ao ser levado para a prisão e condenado ao flagelo sem direito a advogado ou
qualquer espécie de julgamento, e Passepartout e Abigail precisam correr contra
o tempo para salvar o amigo – o que os leva até a casa do Governador novamente.
Enquanto reforçam a inocência de Fogg e pedem que Henry retire as acusações
contra ele, Passepartout acaba dizendo a verdade, e Lady Clemency é quem
convence o marido a dar o perdão a Phileas Fogg, quando ela percebe o motivo
pelo qual o marido lhe deu aquela joia: porque
queria demonstrar seu amor por ela… era uma tentativa de expressar o
romantismo que ela achou que ele não tinha.
De certa
maneira mágica, então, digamos que o artigo de Abigail Fox ajuda a resolver
esse caso todo, porque foi a admiração de Lady Clemency por Fogg, que existia
graças ao artigo de Abigail, que ela conseguiu perdoá-lo e conseguir sua
soltura… sem o artigo, no entanto, talvez Fogg tivesse conseguido um empréstimo
durante a festa, sem toda essa complicação extra – e sem aquela chicotada que
lhe cortou as costas e que foi horrível de se assistir. Quando embarca para o
Japão, temos a sensação de que Phileas Fogg está
se sentindo mais sozinho do que jamais esteve, mas por mais imperfeito que
seja esse grupo, e por mais que eles falhem uns com os outros continuamente,
eles também são pessoas com quem se pode contar, de um jeito ou de outro… por
isso, contamos com Abigail e Passepartout para ajudarem Fogg a se livrar de
alguém que está disposto a matá-lo.
Completar
essa viagem é mais difícil a cada dia!
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