Around the World in 80 Days 1x04

Amor é a maior causa de todas.

Como não amar a brilhante atuação de David Tennant? “Around the World in 80 Days” continua incrível, e entrega um dos seus melhores episódios quando Phileas Fogg, Abigail e Passepartout chegam à Índia, sempre correndo contra o tempo para pegar o próximo navio, trem ou o que os levará mais longe em sua viagem – e, novamente, Phileas Fogg é questionado a respeito do motivo pelo qual ele está viajando, o que vem bem a calhar em um episódio no qual Passepartout está pensando em traí-lo por julgar sua viagem e os riscos que eles estão correndo ridículos por “se tratar apenas de uma aposta”. Quando sabotado, vemos Fogg se transformar, baixar suas guardas e falar sinceramente sobre os motivos que o colocaram na estrada, e agora temos a sensação de que o personagem é mais humano do que nunca… novamente, a série arrasando!

Uma das melhores coisas de “Around the World in 80 Days” é o fato de podermos conhecer e explorar tantos cenários, figurinos e culturas diferentes – cada episódio é uma nova aventura, uma pequena nova história que compõe a grande história de Phileas Fogg e seus companheiros de viagem… dessa vez, estamos em uma cidade na Índia, e Fogg quer um guia que possa levá-los até onde embarcarão para o próximo destino o mais rápido possível, mas toda a cidade está se organizando para uma grande festa de casamento que vai acontecer no dia seguinte, entre Arjan e Samanaz, então ninguém está disponível para levá-los… Fogg, então, vai se envolvendo com a história da cidade e dos noivos mais do que imaginava, enquanto a mãe da noiva faz uma pergunta que Abigail está fazendo há muito tempo: por que ele quer viajar ao redor do mundo em 80 dias?

Só para mostrar que é possível? Mas qual a razão por trás disso?

As histórias vão se desenvolvendo bem, e achei bem interessante a trama de Arjan e Samanaz: antes do casamento, quando todo mundo já está em clima de festa, o exército aparece buscando por Arjan, e embora tentem escondê-lo, ele é capturado e levado preso, acusado de desertar. Ele de fato escapou do exército, mas porque não recebeu a autorização que pediu para se casar, e não pode suportar a ideia de nunca mais ver a mulher que ama… e o homem que poderia permitir que ele continuasse ali e se casasse não parece nem um pouco disposto a “fazer vista grossa”. Como isso tudo tem a ver com o exército britânico operando na Índia, espera-se que Phileas Fogg, britânico, possa, quem sabe, conversar com Bathurst e fazê-lo mudar de ideia… para isso, Fogg precisa se importar o suficiente com a história, mais do que com a sua pressa para ir embora.

Afinal de contas, o cancelamento do casamento pode liberar um guia para eles!

Gosto de como os personagens de “Around the World in 80 Days” podem ser imperfeitos, cheios de ações duvidosas e movidos, muitas vezes, pelo egoísmo… Fogg é um personagem extremamente complexo. Passepartout, por sua vez, está se sentindo muito culpado por ter matado um homem no deserto recentemente, e cogitando acabar com a viagem de Fogg e “com essa aposta idiota”. Como convencê-lo a não seguir adiante parece totalmente fora de questão, porque Phileas Fogg é teimoso, Passepartout usa um chá que lhe foi dado para que ele colocasse o Fogg para dormir durante uma semana – e, então, ele não poderia mais completar a missão. A primeira reação de Fogg ao chá, no entanto, o deixa como se ele estivesse drogado, e David Tennant entrega algumas das melhores e mais divertidas cenas de “Around the World in 80 Days” até aqui.

Foi MARAVILHOSO vê-lo rir em momentos indevidos, vê-lo conversar com uma vaca como se fosse seu grande amigo, ver aquela conversa desastrosa com Bathurst para tentar defender Arjan… David Tennant estava espetacular! Depois, o chá começa a deixá-lo mais mole, ele vai apagando, e temos uma das cenas mais importantes da série quando ele vê Abigail e acreditar ser “Estella” – e é quando começamos a entender os motivos reais que jogaram Fogg nessa volta ao mundo em 80 dias. Pelo que podemos entender, Estella era alguém que Fogg amou muito, eles tinham planos de viajar o mundo juntos, mas ela o abandonou… e parte dele acha que ela tinha razão em fazê-lo, porque ele nunca seria bom o suficiente para ela. Agora, Abigail pode entender que talvez toda essa história de Fogg não seja “apenas por causa de uma aposta”, mas de um coração partido.

Importante informação a Passepartout, embora preciso reconhecer que ele começa a se sentir culpado pelas reações estranhas em Fogg antes mesmo de Abigail contar toda essa história de Estella. Como a mãe de Samanaz é a única pessoa que pode salvar Fogg e ela precisa saber exatamente o que ele tem para preparar um remédio, Passepartout acaba contando, e então ele e Abigail precisam mantê-lo acordado até que o remédio esteja pronto… e, quando acorda, Fogg não está mais pensando apenas na sua viagem e como eles têm pouco tempo para seguir adiante: ele precisa ajudar Arjan primeiro. Quando ele descobre que a conversa com Bathurst já aconteceu e não saiu nem um pouco como ele esperava, ele se prepara para invadir a corte marcial e defender Arjan na frente de todo mundo, e eu devo dizer: COMO EU FIQUEI ORGULHOSO DE FOGG!

Fogg arrasa em um discurso emocionantíssimo, mesmo quando ele diz que “não sabe o que dizer”, seguindo o conselho de Abigail que o manda “falar do coração” – afinal de contas, ela agora sabe que Phileas Fogg entende do coração e de amor. É tão bom ver aquela intensidade apaixonada de Fogg ao defender Arjan, colocando muito dele mesmo em todo o discurso, conseguindo que ele ganhe o perdão e possa ficar para se casar com Samanaz. QUE AVENTURA MARAVILHOSA NA ÍNDIA. E eu acho que, agora, talvez não precisemos nos preocupar muito mais com o grupo? Quer dizer, conhecer esse lado de Fogg fez com que Abigail olhasse para ele de outra maneira (amei vê-la escrevendo empolgadamente!), e acho que Passepartout não vai mais pensar em traí-los, porque se sentiu culpado ao fazê-lo e descobriu que estava errado sobre Fogg.

Não é só uma aposta de clube, no fim das contas.

 

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