Venom (2018)



“We are Venom!”
Sempre me FASCINOU o universo do “Homem-Aranha”, e o Venom sempre foi um dos vilões mais interessantes do personagem – afinal de contas, ele é um simbionte de outro planeta que se une a seres humanos na Terra e faz o maior estrago. Lembro-me da época em que Andrew Garfield assumiu o papel do amigão da vizinhança e a Sony, ambiciosa, anunciou uma série de projetos que, além dos filmes do herói, previa um filme solo do Venom e um filme do Sexteto Sinistro. É claro que foi perfeito ver o Peter Parker se unir ao Universo Cinematográfico da Marvel, e Tom Holland está fazendo um trabalho excepcional no papel, mas felizmente ainda pudemos ver a Sony levar adiante “Venom”, um projeto que dividiu o público. Vi tanta crítica negativa, tanta reclamação, e então baixei significativamente minhas expectativas ao ir ao cinema.
E sei lá se foi esse o motivo, MAS EU ADOREI O FILME!
Okay, posso confessar que existem alguns problemas um tanto quanto sérios, e que talvez seja prejudicial à estreia de Venom nos filmes o fato de ele não ser se juntado anteriormente ao Homem-Aranha, antes de chegar ao Eddie Brock, até porque a sua forma ainda nos remete ao teioso, e a princípio não existe nenhuma conexão entre eles e tudo o mais… além disso, a voz do Venom na cabeça do Eddie foi muito legal em alguns momentos, e um tanto quanto bizarra em outros, então o filme acabou não ficando tão sangrento ou sombrio quanto se esperava, porque tivemos vários momentos divertidos em que mais ríamos que qualquer outra coisa. E o clímax… para mim o clímax foi o principal problema do filme, porque tivemos sequências de ação muito boas durante o filme, e a última delas realmente deixou a desejar um tanto.
Conhecemos Eddie Brock, um jornalista um tanto quanto irresponsável, mas de bom coração, que tenta expor o dono da “Fundação Vida” por causa de todas as mortes de indigentes sobre as quais ele nem quer comentar. Quando Brock entra fundo demais nesse assunto, ele acaba perdendo tudo o que tem, como o seu emprego, como um repórter famoso que tinha o seu próprio programa, e o seu noivado. Mas o fato de ele confrontar Carlton Drake quando ganha uma entrevista com ele faz com que Dora Skirth, uma cientista da Fundação Vida, o procure dizendo que ele tem razão sobre as atrocidades cometidas naqueles laboratórios, e que ela tem como provar… assim, Eddie Brock acaba invadindo o laboratório com ela e, novamente agindo impulsivamente e desobedecendo ordens, ele acaba liberando um dos simbiontes e saindo com ele.
Adorei como os simbiontes foram apresentados, e me fez pensar bastante em “Vida”, aquele filme de terror espacial de 2017, que dava calafrios. Antes que os simbiontes precisem de hospedeiros e comecem a se unir a humanos, o filme estava muito mais macabro. A introdução é brilhante! Então, os experimentos de Carlton Drake tentam unir humano e simbionte para que possamos “morar em outros planetas” e “curar todas as doenças”, mas a sua ambição o torna desumano, e ele age com frieza e indiferença à vida alheia, matando cobaia atrás de cobaia, pessoas de quem “ninguém vai sentir falta”, segundo suas palavras. Eddie Brock não é uma dessas cobaias, mas um dos simbiontes, o Venom, se junta a ele por acidente e o entrega força e habilidade inimaginadas durante a fuga, com direito àquela escalada de árvore super-rápida.
O filme passa do macabro ao nojento bem depressa, e de alguma maneira é divertido – e Tom Hardy atua brilhantemente na sua transformação em hospedeiro de simbionte, embora ele pareça uma mistura estranha de drogado e esquizofrênico. Enquanto Dan, o novo namorado de sua ex-noiva, começa a fazer testes para tentar ajudá-lo e descobre que “ele está com um parasita”, o próprio Eddie vai ouvindo a voz de Venom conversando com ele, e percebe seus novos “poderes” através de uma primeira cena de ação que É FENOMENAL! Adoro como Venom luta, adorei aquela perseguição em que Eddie e Venom fogem em uma moto, e é muito bom ver a conexão entre eles se estabelecendo e se tornando cada vez mais forte, quase como se eles estivessem se tornando amigos. Eles acabam se separando em um momento, no entanto, no laboratório de Dan.
A trama principal do filme coloca, então, Carlton Drake em contato com outro simbionte, Riot – e se Drake já era um problema seriíssimo sozinho, imagina com a ajuda de um simbionte? Venom encontra seu caminho de volta a Eddie Brock (passando por um cachorro e Anne), e os dois lutam bravamente contra Riot, em cenas que são mais confusas do que realmente eletrizantes. E aqui eu senti falta de um cuidado melhor no grande clímax, embora tenha sido bacana ver os momentos em que os rostos de Eddie e Carlton apareciam no meio dos simbiontes! Minha maior decepção é o momento final da batalha, quando Venom consegue explodir o foguete que Riot estava tentando usar para escapar de volta ao seu planeta e voltar com uma tropa de destruição para dominar toda a Terra… e como o fogo é letal para esses simbiontes…
Felizmente, Venom não é destruído também, como por um momento podemos pensar! Ele está ali, compartilhando um corpo com Eddie Brock, e tudo é, no fundo, divertido. Como quando ele vai à loja comprar “batata e chocolate” para matar a fome de Venom e impedi-lo de devorar seu fígado, mas acaba atacando o ladrão que incomodava a Sra. Chan há tanto tempo – o legal dessa cena é a maneira como Eddie se transforma em Venom (os efeitos disso são ÓTIMOS!) e aquele “We are Venom” com metade do rosto pertencendo a cada um, que é a cena do trailer que mais me fascinou. Também não vou negar que é divertido quando a Sra. Chan, assombrada, pergunta para ele “o que ele é”, e ele responde que “tem um parasita”, com o Venom dentro da sua mente ficando um pouco bravo e exigindo que ele peça desculpas agora mesmo.
Numa possível sequência… o Carnificina!

Para reviews de outros FILMES, clique aqui.


Comentários