Vale o Piloto? – Elite 1x01



“¡Nos miran como marcianos!”
AH, COMO EU ESTAVA ESPERANDO POR ISSO! A Netflix está sempre nos entregando produções excepcionais e, dessa vez, ganhamos “Elite”, uma série espanhola que conta a história de um crime em uma escola de riquinhos, depois que uma escola pública desaba e três bolsistas são mandados para estudar na “Las Encinas”. É inevitável não pensar em “Rebelde”, até porque o título da série nos remete ao “Elite Way School”, e os uniformes são exatamente como os dos Warblers, em “Glee”, mas a série tem outra vibe, totalmente. Passamos muita raiva, porque existe muita gente babaca para tornar tudo mais difícil, e torcemos pelos personagens, enquanto também acompanhamos todo um suspense e um mistério bacana envolvendo um ASSASSINATO. E é claro que nossa mente está em busca do culpado, mas ainda é cedo demais para apontar dedos.
Mais ou menos como “Le Chalet”, a história nos é apresentada mesclando o tempo no futuro (quatro meses depois) logo após o crime, enquanto Samuel, Nadia e Christian são interrogados pela polícia, em paralelo à chegada deles na escola e toda a história que, enfim, culminará no assassinato – do qual acredito que nenhum dos três deve ter a culpa. Em nenhum momento (e é claro que eu posso estar sendo ingênuo), eu desconfiei de Samuel, pois a sua cena com o rosto e as mãos sujas de sangue trazia um desespero que me pareceu sincero. No passado, quando Samuel e os amigos chegam à nova escola, percebemos que eles não terão dias fáceis, com um bando de riquinhos desprezíveis que se julgam melhor do que todo mundo, e eles são hostilizados o tempo inteiro. Sinceramente, eu não teria o estômago para estar naquela escola com aquelas pessoas.
A primeira aula, EM LÍNGUA INGLESA, é importante para que entendamos um pouquinho sobre cada um dos personagens principais. Conhecemos Christian e sua atmosfera debochada, mas que também lhe permite levar tudo numa boa, quando ele não sabe nada de inglês, e se apresenta com um “Hello… goodbye. Thank you, Mr. Teacher”. Logo em seguida, Nadia, que fala inglês, que é evidentemente inteligente e dedicada, e que já chama a atenção do professor. Por fim, Samuel, que diz que prefere não dar informação nenhuma sobre sua que possa ser usada contra ele mais tarde, com o professor ingenuamente dizendo que “ali eles ensinam respeito”. Os demais alunos da sala, em nenhum momento, dão apoio à fala do professor, sempre sendo babacas nojentos, e é assim que conhecemos Guzmán, talvez o pior de todos.
E sua irmã, Marina, que parece muito mais legal.
Parece, ao menos. Sinto que TUDO pode mudar a qualquer momento.
Mas eu devo dizer que a escola, em si, me causou um asco tremendo. Não são apenas os alunos que são babacas intolerantes, mas as próprias autoridades da escola, que demonstrou isso naquela cena revoltante em que chamam Nadia à diretoria e dizem que ela não pode usar o seu HIJAB dentro da escola, e se ela voltar com ele de novo no dia seguinte, eles terão que expulsá-la. É um desrespeito sem tamanho, uma afronta e uma intolerância – e Nadia se posiciona contra a decisão. Eles chamam seu hijab de “adorno”, quando na verdade tem tanto significado, e ela expressa a sua revolta porque os demais alunos podem usar outras coisas, como bolsas caras e relógios de ouro, só para “mostrar-se superiores a todos”, mas embora ela tenha um bom argumento, não dá em nada… no dia seguinte, ela acaba tirando o hijab para ir à escola.
E é lamentável.
O episódio também tem um lado sexual ousado, com destaque para quando Nadia sai da piscina e vê Guzmán e Lucrecia (interpretada pela Danna Paola!) transando nos chuveiros, e é uma cena bem quente, e um trunfo que agora Nadia tem em mãos, e que já em breve precisará ser usado. Também temos o lado de Christian, e eu acho que uma de suas melhores cenas é quando ele está tomando banho e alguém rouba o seu uniforme, apenas para zoá-lo – com uma atitude leve e divertida, além de muito confiante, ele sai completamente nu (porque não teria graça em forma de protesto se ele pegasse uma toalha) andando pela escola até encontrar o seu uniforme de volta, e isso é importantíssimo para mostrar que ele será um pouco mais difícil de abalar. E ele é o primeiro a fazer uma outra amizade na escola, com o filho da diretora, um “penetra”.
Gostei bastante da introdução ao personagem de Ander, e estou torcendo para que sua trama seja bem desenvolvida. O início de “amizade” entre ele e Christian surge quando ele instintivamente salva o garoto escondendo um pouco de droga que ele deixa cair pouco antes de o professor aparecer no vestiário. Então, Ander pede algo em troca: ele quer comprar baseado também. E é assim que eles se aproximam, que Ander conta a ele que “não é um deles”, dos riquinhos da escola, porque é filho da diretora e só por isso estuda lá. Ander também está se descobrindo gay, embora ele só seja capaz de agir como tal quando está bêbado ou drogado. Depois de fumar o baseado recém-comprado, ele tira fotos sensuais e cria um perfil em aplicativo gay, o qual ele abre novamente na festa de Marina, quando já está bêbado e vai a um encontro.
Que, no fim, não dá em nada… afinal, eles se conhecem.
Um dos eventos importantes desse primeiro episódio é a FESTA DE 16 ANOS DE MARINA – os bolsistas acabam indo após um convite dela, e eu fiquei apreensivo desde o primeiro momento, quando eles cegam com um carrinho pobre e vestindo roupas normais, enquanto as pessoas estão elegantes usando smoking e tudo. E tudo na festa, o tempo todo, os lembra como eles não deveriam estar ali. Marina, por exemplo, fica feliz por Samuel ter vindo, mas o pai dela fala com ele sobre as câmeras de segurança que pegaram ele e o irmão pichando o muro, e isso tudo se torna um grande jogo de poder, quando o desprezível pai de Marina usa a informação que tem para obrigá-lo a tirar uma foto ao lado dele e dos demais bolsistas, tudo para a sua “imagem”, e Samuel só aceita para proteger o irmão que está em liberdade condicional… tudo é TENSO.
Também temos aquela garota seduzindo Christian, e ele é facilmente enganado – não entendi ainda qual era todo o plano, mas aquela garota e o namorado dela são bastante suspeitos. De todo modo, ela manipula Christian para levá-lo para a cama, e enquanto eles estão transando, em uma cena um tanto quanto doentia, embora excitante, ela o provoca e olha para o outro cara, que assiste sorrindo – e eu ainda fui INCAPAZ de entender qual era o plano dessas pessoas! E não temos muito tempo para explorar isso, porque o irmão de Samuel acaba aparecendo para buscá-lo, Guzmán causa uma encrenca séria e ameaça contar a todos na escola sobre como Samuel pichou o seu muro, manda ele “esquecer a bolsa”, mas no fim não faz nada, porque Nadia já usa a carta que tem na manga. E o faz LINDAMENTE, ameaçando-o calma e caminhando embora.
Ansioso por mais Nadia.
O fim do episódio, por fim, mostra a vítima do crime da série: MARINA!

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