Vale o Piloto? – Murderbot (Diários de um Robô-Assassino) 1x01 – FreeCommerce
“It calls itself Murderbot”
Baseado nos
livros de Martha Wells, “Muderbot
(Diários de um Robô-Assassino)” é a mais nova série de ficção científica e
comédia da Apple TV+, que estreou no último dia 16 de maio, e QUE ESTREIA
DELICIOSA. Com pouco menos de 30 minutos de duração, “FreeCommerce” apresenta um roteiro ágil e competente que nos
apresenta a esse universo, a esses personagens e a essa trama com maestria –
eu, particularmente, termino o primeiro episódio já encantado com a Unidade de
Segurança, a UniSeg que se autodenomina “Murderbot”, interpretada por Alexander
Skarsgård, e curioso para ver como serão os próximos dias de sua interação com
a equipe da PreservationAux, que é tão diferente dos humanos que ele conhecia
na Estação de Mineração Aratake.
As Unidades
de Segurança são robôs sencientes colocados para trabalhar para humanos e
inteiramente incapacitados de descumprir qualquer ordem por causa do módulo
regulador governamental implantado em seus sistemas – é o caso da UniSeg que
acompanhamos, até o momento em que ela utiliza seus segundos livres em Aratake,
na Orla da Corporação, para hackear e desabilitar
esse módulo regulador… e, então, ele consegue uma liberdade nunca antes
provada, e que precisa ser “escondida”, por ora, para que ele não seja jogado
em um banho ácido por mau funcionamento e tudo o mais… livre, mas interpretando
seu papel, o agora autodenominado Murderbot faz seu trabalho e gasta uma boa
parte do seu tempo vendo séries e filmes.
Quer dizer…
pode ser mais humano que isso?
Eu amo como Alexander
Skarsgård dá personalidade ao Murderbot através da sua voz na narração da
série, e foi isso que fez com que eu me encantasse… é tão bom ouvir o que ele está pensando, confrontar com o que ele
está dizendo e/ou fazendo – o conceito é muito bom! E a trama de “Murderbot” começa de verdade a partir
do momento em que ele é colocado para trabalhar como UniSeg de um grupo de
“cientistas hippies”, porque o Murderbot conhecera um tipo de humanos bem
desprezível em seus trabalhos anteriores, mas esses humanos… são legais? Para começar que eles nem
querem uma UniSeg, porque são contra a ideia de um constructo senciente sendo
obrigado a trabalhar e obedecer, porque isso equivale à escravidão…
Como a
missão só é liberada com um UniSeg,
eles são obrigados a levar um consigo, e escolhem um modelo antigo e mais barato e temos, talvez, a melhor sequência
de todo o episódio, quando o Murderbot rapidamente nos apresenta a todos os
membros da equipe através dos seus olhos – com suas conclusões e comentários
ácidos, e sua falta de entendimento sobre as relações humanos, trocas de
fluídos e tudo o mais… e enquanto os cientistas hippies pintam a base, tocam
música e trabalham, o Murderbot se distrai assistindo a séries de TV, como “The Rise and Fall of Sanctuary Moon”,
que é uma paródia engraçada de “Star
Trek”, com John Cho interpretando o Capitão… a melhor parte? John Cho JÁ
ESTEVE EM “STAR TREK” DE VERDADE,
COMO O SULU!
(Inclusive, John Cho estava lindo em
“Star Trek” e em “The Rise and Fall of Sanctuary Moon”)
Murderbot
está distraído em um episódio excelente (?) de “The Rise and Fall of Sanctuary Moon” quando tarda a perceber uma
ameaça à equipe que, felizmente, não custa a vida da Dra. Bharadwaj, e eu gosto
de como a série inclui a ação sem perder de vista a comédia, a ficção
científica – possivelmente o drama? Bharadwaj termina ferida e desacordada, o
próprio Murderbot tem uma parte do corpo faltando após o ataque, e a Dra. Arada
está em choque, então o Murderbot faz o que, segundo ele, nenhuma outra UniSeg
teria pensado em fazer, porque nenhuma outra é tão estúpida… ele permite que a Dra. Arada veja o seu
rosto, e ele tem um rosto com aparência humana sob a armadura. Inclusive,
um rosto com aparência humana bonito.
Gosto das
surpresas que todos vão experimentando aos poucos… gosto de como ninguém
esperava que o Murderbot fosse ter um rosto humano sob a armadura, que ele
mostra para tentar criar uma conexão com a Dra. Arada e tirá-la da zona de
perigo (!), e também gosto de como o Murderbot se surpreende com aqueles
humanos que deixam um equipamento valiosíssimo para trás porque “nenhum
equipamento vale mais do que a vida deles” ou qualquer coisa assim – coisa que
os humanos que ele conhecera antes jamais diriam. Mas, agora, o Dr. Gurathin
está intrigado com a UniSeg
contratada e incerto de que podem confiar nela: ele foi legal com a Arada e
tudo o mais, mas ele fez algo que está fora dos seus parâmetros como UniSeg…
Não é perigoso?
De certa
maneira, parte da equipe desconfia do Murderbot como ele desconfia deles, e
essa é uma dinâmica a ser explorada e possivelmente desconstruída ao longo da
temporada. O episódio de estreia dá passos significativos nesse sentido – amo a
cena em que a Dra. Mensah, como líder da expedição, chama o Murderbot para
verificar algo e, como o reparo da sua armadura ainda não está completo, ela
diz a ele que ele pode pegar um dos uniformes da equipe… naquele momento, o
Murderbot chega à sala com o seu rosto humano e vestido como um: é como se,
visualmente, a série quisesse nos mostrar que ele é um deles, embora o próprio
Murderbot ainda esteja incerto e inseguro com todas as novidades que ele tem
experimentado…
A interação
é boa, o pedido de discurso que ele interpreta como ordem e decide atender para
que não percebam todo o lance do módulo regulador desabilitado também, e quando
ele está voltando apressado para dentro, Mensah diz que ele pode ficar ali com
eles na área comum, se ele quiser… novamente, algo que o Murderbot jamais
imaginou esperar de um humano. Diferente dos humanos que conhecera antes, esses
humanos são “de verdade”: eles têm medos, angústias, eles se protegem e se importam
uns com os outros, eles têm ataques de pânico por causa de culpa… no fim do
episódio, Mensah vai conversar sozinha com a UniSeg porque quer ver como ele
está, e é uma cena tão cheia de nuances. Em um episódio, eles já entregaram
arte!
Curioso pelo
futuro da série!
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