Anos Dourados – Major Dornelles se envolve com Glória
“Você é casado, não é?”
Se Celeste e
Vidal Carneiro não fazem gosto do romance de Lurdinha com Marcos Cantanhede por
causa de “sua mãe separada”, que é “faladíssima na cidade”, imagine só até eles
descobrirem que o Major Dornelles está encantadíssimo com ela e traindo a
esposa da alta sociedade com a “mulher transviada”. Glória e Dornelles se
conhecem na saída de um baile (mas veja só que surpresa!), quando Glória é
atropelada por ele… e uma história de amor se inicia. Todo galante, Dornelles
se oferece para acompanhá-la até o hospital e, depois, para levá-la para casa,
e conforme eles vão conversando, alguma coisa começa a acontecer entre eles,
ainda que de maneira muito tímida e muito velada em um primeiro momento… mas é
uma excelente primeira interação!
Dornelles
consegue várias informações de Glória na ficha médica que ele a vê preencher
nessa primeira noite, e quando ele pergunta sobre o que ela faz na boate em que
trabalha, Glória mente que é uma vedete (EU AMO ESSA CENA!), mas ele sabe que
ela está mentindo, e diz que ela deve trabalhar na chapelaria ou no caixa… e
ela confessa que trabalha no caixa. Dornelles insiste para levar Glória em casa
(e eles chegam só depois do amanhecer do dia, com todos os eventos!), e a
escuta falar sobre o filho e sobre o porquê de ter ido ao baile atrás dele com
certa admiração, e acho que é ali que nasce a conexão entre eles: Dornelles
gosta de ouvir Glória falar livremente, sem ser engessada pela alta sociedade; Glória,
por sua vez, gosta de ser ouvida, de receber atenção.
Gosto muito
de uma conversa que esse “encontro” traz para Marcos e Lurdinha. Marcos fala a
Lurdinha que sabe que a mãe ficou
interessada no homem que a atropelou, por causa do jeito que ela fala sobre
ele, e Lurdinha fica surpresa por ele conversar sobre essas coisas com a mãe…
livre, Marcos diz que se ele não for falar sobre o que sente, sobre o que ele
vai falar? Intensificando a conexão entre eles, Marcos fala a respeito do pai e
sobre como Morreu é um bom homem, mas não bom para criar família, e ele quer
que a mãe se case de novo, mesmo que tenha que ser em outro país, como o
Uruguai… tudo parece moderno demais
para Lurdinha e a maneira rígida como ela foi criada. Mas parte dela inveja essa relação: ela não fala sobre nada com a mãe…
Nada.
Sem pudores,
Dornelles está cada vez mais apaixonado por Glória, e ele chega a dizer a ela
que a ama, que precisa dela, que “não tem olhos para outra mulher”, e ainda que
ele tenha tirado a sua aliança em todos os encontros com Glória, desde a primeira noite no hospital,
Glória é uma mulher vivida e esperta, e ela diz a ele que teme se machucar
novamente, então pergunta: “Você é
casado, não é?”. Dornelles fala sobre a hipótese
de ele ser casado, mas eventualmente diz que não é… ele diz que ele e a mulher
está se desquitando porque o seu casamento também
não deu certo, como o dela com Morreu, e essa cena me parece bem curiosa:
eu acho que, em parte, Glória sabe
que ele está mentindo, lá no fundo… mas talvez ela queira acreditar que o que ele está dizendo é verdade.
Então
acredita.
“Então quando eu voltar de Recife, eu posso te ligar?”
“Pode”
É Dornelles
quem ajuda Marcos a descobrir a profissão ideal para ele, com um amigo que faz
testes vocacionais, e é muito bonitinho ver o Marcos todo empolgado ao
descobrir que ele quer ser veterinário
(!), e é claro que esse tipo de atitude faz com que Glória se apaixone cada vez mais… afinal de contas, ela ama imensamente o
seu filho e essa felicidade recente é graças ao Major Dornelles! Eventualmente,
no entanto, Glória descobre a verdade… é a sua amiga, que trabalha com ela na
boate, quem consegue todas as informações para ela: Dornelles é casado. Como eu disse: no fundo, Glória sempre soube.
Agora, no entanto, ela precisa encarar essa verdade e parar de viver no conto
de fadas que se construía, e ela o segue e o vê com a esposa com os próprios
olhos…
A vendo
atrás daquela árvore quando ele chega em casa com Beatriz, Dornelles vai atrás
de Glória para “se explicar”, para dizer que não existe amor no seu casamento
(e de fato não existe), e ele confessa que mentiu, que foi safado, que tirou a
aliança para enganá-la, mas diz, também, que “aceitar não conhecê-la melhor
também seria uma forma de mentir”. Dornelles diz que poderia tê-la poupado de
todo esse sofrimento e ter dito a verdade desde o início, mas ele não teve
coragem porque o seu maior medo é
perdê-la… não consegue mais viver sem ela. Corajosamente, por mais que lhe
doa, Glória diz que o perdoou, mas que também o esqueceu, e então o dispensa.
E, durante 3 meses, eles ficam separados, com Dornelles “tentando” dar
continuidade ao casamento…
Mas não
adianta… três meses depois, Dornelles volta a buscar Glória, para repetir para
ela que NÃO PODE VIVER SEM ELA. Ele diz que fez um esforço sobre-humano, mas é
impossível e, durante todo esse tempo, Glória também não deixou de pensar nele…
ela estava certa de sua decisão, mas isso não quer dizer que o sentimento não
seguisse existindo, e quando ele retorna pedindo por ela e dizendo que sabe que
tem pouco a oferecer, Glória não consegue dispensar o homem que ela aprendeu a
amar – “O pouco que você pode me oferecer
é tudo que eu quero na vida”. Então, eles reatam esse romance proibido, que
ambos sabem ser “errado”, mas que não podem evitar… esse romance que, mais cedo
ou mais tarde, ainda vai cobrar o seu preço. Mas eles não querem pensar nisso
agora.
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