Sítio do Picapau Amarelo (2012) 1x12 – A História do Gato
“— Era uma
vez um gato — começou o Visconde. — Mas um gato à toa de roça, um gato que não
valia coisa nenhuma, além de que nascido com muito maus instintos. Se fosse um
gato sério e decente, eu teria muito gosto em o declarar aqui, mas não era. Era
o que se chama – um gato ladrão. E porque era um gato ladrão, ninguém queria
saber dele. Na casa onde nasceu logo descobriram a sua má índole e o tocaram
para a rua com uma boa sova. O gato saiu correndo e foi morar numa casa bem
longe da primeira, dizendo que o seu dono tinha morrido e que ele era o melhor
caçador de ratos do mundo. Todos acreditaram nas palavras do mentiroso e o
deixaram ficar. Mas tão ordinário era esse gato, que em vez de corrigir-se e
viver vida nova, continuou com maroteiras”
(Trecho de “Reinações de Narizinho”)
Exibido
originalmente em 24 de março de 2012, “A
História do Gato” é o décimo segundo episódio da animação do “Sítio do Picapau Amarelo”, e uma
delícia para todos que leram “Reinações
de Narizinho” na infância. Enquanto a maioria dos episódios dessa primeira
temporada são inspirados pelo livro,
mas não adaptações diretas desse, “A
História do Gato” é uma adaptação bastante próxima de um dos segmentos de “Reinações de Narizinho”, quando um gato
traiçoeiro que se diz “O Gato Felix” aparece no Sítio de Dona Benta, engana
todo mundo e faz com que duvidem do Visconde!
Numa noite
como qualquer outra no Sítio do Picapau Amarelo, as crianças, Dona Benta e Tia
Nastácia estão reunidos na varanda para a contagem de histórias antes de
dormir, e a história do Visconde é considerada “chata demais” e interrompida
antes que ele possa seguir, e então todos dão ouvidos a um gato malandro que
aparece de surpresa, contando sobre um lugar distante no qual nasceu e as
aventuras que viveu – coisas nas quais todo mundo, menos o Visconde de
Sabugosa, parece acreditar… coisas mirabolantes que não fazem sentido e são
claramente mentira.
Embora o
Visconde tente avisar aos demais sobre as suas preocupações, no entanto, todo
mundo age como se ele estivesse com ciúmes do gato e quisesse que ele fosse
embora ou qualquer coisa assim, então o gato recebe a permissão para passar umas noites no Sítio – e, já na manhã seguinte, o galinheiro amanhece atacado e
os ovos das galinhas devorados! Naturalmente, Visconde sabe quem é o culpado… ele só precisa encontrar uma prova de que
foi o gato quem atacou o galinheiro. Diferente de como acontece no livro,
no entanto, um pelo do gato não é o suficiente…
Particularmente,
essa não é uma história de “Reinações de
Narizinho” da qual eu goste tanto. Paradoxalmente, no entanto, eu adoro a
resolução dela. A confiança e a ironia do Visconde contando a sua história e desmascarando o Gato impostor lentamente
é muito prazerosa! Aqui, como ele não tem essa chance, as coisas se resolvem em
uma ação dentro do galinheiro: afinal de contas, o gato malvado e debochado
pretende comer os pintinhos naquela noite,
e o Visconde, sem conseguir a ajuda de ninguém, pretende defender os pintinhos
do sítio ele mesmo!
E o faz!
Sempre fico
meio chateado por duvidarem do Visconde, porque não acho que ele merece essa
desconfiança toda – afinal de contas, ele nunca desapontou! Ainda assim, fiquei
emocionado de ver a Dona Benta e os demais entendendo que a nova história do gato não faz sentido, e
então tudo se esclarece, o gato é mandado embora e o Visconde volta à sua
posição de “sábio do Sítio”. Inclusive, sendo provocado durante a contação de histórias, com coisas como “Subi
numa árvore e toquei a lua” ou “Cavei um buraco na terra e saí na China”, só
porque as crianças querem ver ele surtar dizendo que “isso é mentira”.
Muito bom o
episódio!
Para mais
postagens sobre a animação do “Sítio do
Picapau Amarelo”, clique
aqui.
Para outras versões, visite o “Sítio do
Picapau Amarelo” em Cantinho
de Luz
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