Tengo Que Morir Todas las Noches 1x04 – Buga
Batida policial.
Um episódio
tenso e mais uma virada interessante para “Tengo
Que Morir Todas las Noches”. Com “Buga”,
o quarto episódio, chegamos oficialmente à metade da série, e percebemos
movimentos de transformação narrativa como no personagem de Memo ou na
materialização da caçada policial em busca de fechar o El Nueve, nem que eles
tenham que plantar irregularidades para isso. A série continua abordando temas
como o preconceito de uma sociedade conservadora e intolerante através de
diferentes pontos de vista: através de Sara, a mãe de Alonso, que culpa o El
Nueve pela morte do filho; através de Memo, que convivia com um agente do
preconceito institucionalizado e que está buscando onde ser ele mesmo; e
através de Aída e suas cláusulas de contrato.
No episódio
anterior, vimos o El Nueve em luto depois da morte de Genaro, a primeira pessoa
contratada para o bar. Agora, nesse episódio, assistimos à morte de Alonso em
uma cena deprimente que é construída do momento em que, muito mal, ele diz à
mãe que “não quer morrer”, mas ele não amanhece no dia seguinte… o texto
demonstra sua força quando Alonso confronta a mãe com o fato de que talvez ela queira que ele morra, porque sente
vergonha dele, e eu não sei se Sara consegue negar isso por completo. De todo
modo, com a morte do filho, a guerra que já estava declarada contra o El Nueve
se intensifica. Destaco, ainda, o momento em que o outrora namorado de Alonso
aparece no funeral, porque ainda que tentem invisibilizá-lo, ele está ali.
Aída, por
sua vez, vai a uma reunião de negócios que pode mudar tudo… ela e Glória têm se
afastado gradativamente desde algumas discordâncias recentes, e Aída acredita
que unir-se a Raúl pode significar um passo importante para a sua carreira, mas
ela é “lembrada” da realidade da sociedade em que vive no momento em que ela se
senta para conversar e descobre uma série de cláusulas que seriam incluídas em
seu contrato: cláusulas que proíbem qualquer demonstração pública de amor e
afeto, cláusulas de confidencialidade e a chance de relacionamentos falsos que
seriam orquestrados pela gravadora quando necessários… não é oque Aída quer: ela está disposta a voltar para o armário?
A proposta, ainda dita com aquela naturalidade, é de uma violência sem tamanho!
Memo, por
sua vez, foi expulso de casa depois de uma briga com o irmão no fim do episódio
anterior – uma briga que deixa algumas coisas bastante claras, ao menos. Sem
saber para onde ir e depois de tomar uma chuva pesada no meio do caminho,
Guillermo termina na casa de Arti, que é alguém que jamais lhe negaria abrigo.
E essa mudança de Memo para a casa de Arti promete começar uma nova vida para ele, na sua forma de se vestir, de se maquiar,
de se comportar… e talvez ele tenha que perder parte de sua ingenuidade: Blas
lhe adverte que é melhor ele não se apaixonar por ninguém, e muito menos por
ele. Mas não sei se Memo entende esse recado, ou se ele está disposto a levá-lo
a sério… há um jogo de ciúmes quando ele
convida o amigo da faculdade para o El Nueve, não?
De todo
modo, talvez Memo esteja se aventurando.
A chegada de
Memo não apenas à vida de Arti, mas à sua casa, pode trazer mudanças
inesperadas… afinal de contas, ambos amam o El Nueve e querem que ele continue
funcionando, mas existe uma guerra declarada não apenas ao bar, mas a toda a
comunidade LGBTQIA+ da época. Memo tem algumas ideias arriscadas, mas que acabam sendo levadas a sério… ideias sobre
ampliar os horizontes e o público do El Nueve, tendo um dia por semana no qual
o foco será o público hétero, por exemplo, com direito a uma banda de rock e
tudo o mais. Particularmente, eu entendo a ideia de “integração” e de esperar
que isso mostre que não há nada de errado com o El Nueve e que é apenas um
lugar onde todos podem viver e ser eles mesmos…
Ainda assim,
me parece desnecessariamente arriscado. Perigoso.
Quer dizer,
se pensamos no Rogelio batendo sem razão alguma naquele casal na rua do início
do episódio, por exemplo, se torna ainda mais angustiante vê-lo se infiltrando no El Nueve no fim do episódio… e
ele está ali para plantar drogas e conseguir, enfim, o fechamento do bar. Em
uma sequência desesperadora, a polícia invade o El Nueve, com demonstrações
claras de violência gratuita, e quem não consegue escapar sai dali algemado,
sendo fotografado pela imprensa (inclusive a Aída e a Glória), enquanto os
policiais cantam vitória por terem conseguido fechar o lugar que querem fechar
há tanto tempo. Por algum motivo, Rogelio decide resgatar Memo, o retirando do
meio da confusão enquanto diz que “o lugar está cheio de drogas”.
E agora? O
que será do El Nueve?
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