Notas de Outono (Notes of Autumn, 2023)
“Matteo has told me you’ve been spending a lot of time
together. It sounds
like you’re inspiring his cooking”
“Well, uh, he inspires my writing. So… we’re
even”
L’AUTUNNO, de
Antonio Vivaldi.
Com roteiro
de Rick Garman, direção de Troy Scott e protagonizado por Luke Macfarlane,
Ashley Williams, Peter Porte e Marcus Rosner, “Notes of Autumn” é uma comédia romântica feita diretamente para a
televisão e lançada em 2023, que acompanha dois melhores amigos que resolvem
fazer um “intercâmbio de casas” quando as coisas parecem estar estagnadas para
ambos, e quando um se insere na cidade, na casa e na vida do outro, muitas
portas se abrem… temos um escritor reconhecido tentando escrever seu próximo
livro e sendo desafiado a tentar algo novo; uma planejadora de eventos
apaixonada por música que se envolve em um concerto de outono; um empresário
cheio de ideias para negócios; e um chef de cozinha em busca do cardápio
perfeito.
O filme é
DELICIOSO. É uma típica comédia romântica daquelas que colocam um sorriso no
nosso rosto e aquecem o coração. De um lado, temos Ellie, uma mulher distraída, mas distraída porque ela não
é apaixonada pelo que ela faz, e ela
acaba perdendo o emprego que tinha como planejadora de eventos em um hotel. De
outro, temos Leo, que já escreveu 15 livros de uma mesma série, mas não parece
estar conseguindo inspiração para escrever o próximo. Leo é do tipo que não
gosta de sair muito de casa e pouco viaja, portanto é Ellie quem sugere algo
inusitado já que ela precisa de novos ares para decidir o que vai fazer da vida
e ele precisa de inspiração para sua escrita: e se eles trocassem de casa por algumas semanas?
Embora
melhores amigos de muito tempo, os dois atualmente vivem em países diferentes, mas Leo aceita o
desafio, e é assim que a história de “Notes
of Autumn” começa. Ellie vai para a casa de Leo, e é colocada por ele para
ajudar Sam com um concerto que interpretará “L’Autunno”,
de Vivaldi, já que ela tem formação em música pela Julliard e tudo o mais. Leo,
por sua vez, vai para a casa de Ellie, e descobre que a amiga emprestara a
cozinha para Matt, o chef que está tentando decidir que cardápio ele vai
apresentar para possíveis investidores do seu futuro restaurante. Assim, Ellie
é confrontada com uma antiga paixão pela música que ela deixou para trás, mas é
o que gosta de fazer; e Leo é retirado de sua zona de conforto com a presença
de Matt.
Gosto de
como os romances são consequências,
mas todos os personagens são muito interessantes de se acompanhar e cada um tem
seu próprio objetivo. Ellie é exatamente a ajuda de que Sam precisava com o seu
quarteto de cordas para interpretar Vivaldi em um evento que acontecerá em
breve, porque ela é a pessoa mais capacitada em música para ajudar os demais, e
o faz, no momento em que os ensina a se distrair da pressão de Vivaldi ou a se
conectar com a música e o que ela representa e, ao fazer isso tudo, ela também
se lembra de como isso é o que ela ama,
porque ela se torna outra pessoa sentada no piano, absorta na música… mas ela
se recusa a tocar na frente de outras pessoas, por causa de algo que um
condutor lhe disse uma vez.
Enquanto
isso, Leo é retirado de sua rigidez na companhia de Matt, porque o chef lhe
apresenta a novas comidas e a novas experiências… amo completamente todas as
cenas de Leo e de Matt, e de como eles fizeram com que eu me sentisse. Amo, por
exemplo, a cena em que Matt leva Leo à feira e faz um comentário sobre algo em
que ele “o lembra de seu ex-marido”, e esse é um momento de revelação importante
no qual Leo tem a confirmação não apenas de que Matt é gay, mas também solteiro. Amo ainda mais quando Matt diz
a Leo que sua mãe é sua fã e o quer conhecer, e os dois falam sobre como um inspira o outro, na escrita e na
cozinha, e os olhares dos dois dizem mais do que tudo. A comédia romântica que me deixa sorrindo feito bobo.
Todas as
interações de Matt e Leo são, naturalmente, a minha parte favorita do filme… e
gosto muito de como todas as mudanças na vida de Leo fazem com que ele
finalmente comece a escrever o que ele
realmente está com vontade de escrever. Ele já foi muito apaixonado pela
série que escreve, mas ele está há tanto tempo nessa mesma história que é
natural que esteja estagnado… e então Matt o incentiva a escrever a história
que ele tem na cabeça, de dois arquitetos que competem para desenhar um prédio
e acabam se apaixonando. Leo se senta e escreve os três primeiros capítulos com
uma paixão e uma alegria que ele não experimentava há muito tempo, e o livro é
rejeitado por sua editora porque não é o que os leitores estão esperando…
Em algum
momento, as coisas parecem dar errado. Ellie é pressionada a se apresentar
junto com o quarteto de cordas, mas se recusa a fazê-lo porque “não se
apresenta na frente de pessoas”, e decide voltar embora. Leo também decide
retornar para a segurança de casa e dos livros que ele conhece e o público ama,
e a sua despedida com Matt é profundamente dolorosa, porque ele vai até o
restaurante para dizer que “mesmo que seja o que se quer fazer, não quer dizer
que vai dar certo”, e Matt pede que ele não
jogue isso fora… ele pode estar falando sobre o livro que Leo começou ou
sobre o que eles começaram a construir nessas semanas de convivência – e, na
verdade, ele está falando de ambos. É triste ver Ellie e Leo voltarem para as
suas respectivas casas…
Quer dizer,
depois de tudo!
Mas gosto da
importância que um desempenha na vida do outro, como melhores amigos, quando
retornam para as suas casas. Leo é confrontado com a maneira como Ellie se
realizou sentada novamente em um piano, e ele sabe que é isso o que ela quer fazer da vida e é nisso que ela é
boa, ainda que ela esteja apavorada, portanto ele tenta convencê-la a voltar;
Ellie, por sua vez, descobre no lixo os três capítulos escritos para o novo
livro de Leo e garante que aquele é o
melhor que ele já escreveu, e mostra para Matt para que ele também leia e
entenda que Leo está apaixonado.
Então, Matt e Ellie partem para o Canadá a tempo da apresentação de “L’Autunno”, e agora Leo e Sam só
precisam convencer Ellie de que o seu lugar é no palco, junto ao quarteto de
cordas.
Confesso que
parte de mim ficou angustiado com o
filme muito perto do fim e ainda com coisas a resolver e eu precisava de um
beijo de Matt e Leo, mas felizmente sou, como espectador, agraciado com tudo de
que precisava. Todos encontram seu “final feliz”, que não depende
exclusivamente do romance – mas o romance faz
parte. Sam consegue um evento de sucesso e uma ideia para o seu próximo
negócio; Ellie se reconecta com a música e recebe uma proposta de emprego que
tem tudo a ver com o que ela ama; Leo consegue a garantia de que poderá
publicar o livro que ele de fato quer escrever, quando terminar o próximo da
série; e Matt encontra o “cardápio perfeito” e um lugar onde ele pode abrir o
seu restaurante. Final bonito, gostoso, aconchegante…
Um filme que
faz bem ao coração!
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