Supernatural 1x12 – Faith

“You said yourself, Dean: you can’t play God”

SAM E DEAN LIDAM COM UM CEIFADOR CONTROLADO POR UMA INTOLERANTE. Exibido originalmente em 17 de janeiro de 2006, “Faith” é o décimo segundo episódio da primeira temporada de “Supernatural”, e já começa com os Irmãos Winchester resolvendo um caso cujo desenvolvimento não acompanhamos… afinal de contas, eles estão o tempo todo caçando monstros e salvando pessoas, é o negócio da família. A introdução aparentemente apressada está ali para nos conduzir à verdadeira trama do episódio, que começa depois de um choque ter desencadeado um infarto em Dean Winchester e, agora, ele estar com seus dias contados, aparentemente… o problema no coração de Dean lhe garante apenas alguns dias ou semanas de vida.

É um drama quase cômico nesse início de “Supernatural” para quem conhece a série e tem uma noção de tudo o que está por vir, mas funciona naquele momento, dentro do que nos foi apresentado até então – antes que a série se expandisse e precisasse ficar cada vez mais “estrombólica”. Dean foge do hospital no qual está internado porque, se não tem esperança de cura, ele não quer passar seus últimos dias em uma cama… ele age como se tivesse aceitado a inevitabilidade do que está por vir, mas Sam está determinado a encontrar uma saída, seja ela qual for… ele não pretende deixar que o irmão morra. Assim, ele acaba descobrindo na internet um possível curandeiro, chamado Roy Le Grange, e eles esbarram em um caso.

Parece desesperado, em parte, da parte de Sam – por outro lado, no entanto, eles realmente já viram tanta coisa que acreditar em algo além do que a ciência pode explicar não é um salto para eles. Mas as coisas são um tanto estranhas… Roy Le Grange celebra cultos em uma barraca e escolhe pessoas olhando em seus corações. É absurdamente estranho, mas sabemos que está prestes a ficar mais estranho ainda. Dean Winchester é um cético, e talvez seja por isso que Roy o escolhe para subir ao palco. Com a mão do curandeiro cego apontada para ele, Dean desmaia, tem uma visão breve e, ao acordar, ele parece bem… uma visita a uma médica confirma: não há nada de errado com o seu coração, nem nenhum sinal de que algum dia houve.

A médica, no entanto, comenta de como é curioso que, no dia anterior, um rapaz de 27 anos aparentemente saudável morreu de problemas cardíacos. No fundo, o Sam também já entendeu o que isso significa, mas negar temporariamente pode lhe dar espaço para não se sentir mal – Dean, por outro lado, resolve seguir o que está sentindo e investigar. Assim, Dean vai falar com o reverendo curandeiro enquanto Sam vai investigar o rapaz que morreu no dia anterior… assim, Sam chega à história de Marshall Hall, um nadador saudável que morreu às 16h17 do dia anterior, no mesmo momento em que Dean foi curado. Então, Sam investiga todas as curas de Roy no último ano e as compara com o obituário, o que lhe confirma o que ele já entendera…

Roy não está “curando” pessoas. Ele está trocando uma vida pela outra.

Como ele tem feito isso é entendido a partir de uma junção das informações: Dean se lembra de ter visto uma “pessoa” quando ele estava no palco, e Sam se lembra da cruz em formato estranho que vira na tenda – ELES ESTÃO LIDANDO COM UM CEIFADOR. Sam pede desculpas, diz que não sabia, e Dean se sente mal por ter “roubado” a vida de outra pessoa, mas não é como se houvesse algo que eles pudessem fazer agora para reverter isso… a única coisa que eles podem fazer é impedir que Roy siga escolhendo quem vive e quem morre. Como lidar com um Ceifador? Enquanto Sam e Dean investigam como romper a conexão entre Roy e o Ceifador, mais uma “cura milagrosa” acontece na tenda e uma corredora saudável morre “misteriosamente”.

Sam encontra o livro que foi usado para “aprisionar” o Ceifador, e também encontra recortes de matérias de jornais que o ajudam a entender como Roy está escolhendo suas vítimas: pessoas que ele julga imorais, como um professor gay – a próxima vítima é o cara que está protestando do lado de fora da tenda, dizendo que “Roy não cura”, e Dean fica incumbido de impedir que Roy continue… Dean precisa lidar com o fato de que a próxima pessoa a ser “curada” é alguém que ele conheceu e que está há meses esperando para “ser escolhida”, e ele sabe que o correto é impedir que Roy siga “trocando vidas”, mas não pode deixar de se sentir culpado pelo fato de ele mesmo ter sido salvo por ele… se Layla tivesse sido escolhido em seu lugar…

Ainda assim, Dean faz o que precisa ser feito, e ele grita que a tenda está pegando fogo para que o “culto” seja interrompido, mas o Ceifador continua atrás do homem que protestava do lado de fora, o que leva Sam e Dean a entenderem que não é o Roy quem está controlando o Ceifador, nunca foi… é Sue Ann, sua esposa. Sue Ann encontrou uma maneira de aprisionar o Ceifador para salvar a vida do marido e, agora, ela está usando ele poder sobre ele porque acredita que foi “escolhida por Deus” para punir os maus e imorais e recompensar os bons. É com esse discurso que ela troca a próxima vítima: ela diz que Dean é mau e merece morrer, enquanto Roy, que realmente acredita que está curando as pessoas, se responsabiliza por salvar Layla.

Toda a sequência final é eletrizante. Sam é quem encontra um altar montado na casa de Roy e Sue Ann com uma foto de Dean com um “X” vermelho feito de sangue, e então Dean vê o Ceifador pela segunda vez em questão de dias… Sam já estava determinado a acabar com isso tudo desde antes, mas o fato de ter a vida do seu irmão correndo perigo faz com que se torne ainda mais importante acabar com isso depressa, e é um prazer ver o Sam quebrando a cruz que enfim quebra a conexão entre Sue Ann e o Ceifador… inclusive, podemos ver uma espécie de sorriso no rosto do Ceifador, por estar finalmente livre, e dessa vez ele faz o que quer: e tira a vida de Sue Ann por o aprisionar. Dessa vez, não foi uma vida “trocada” por outra… foi apenas uma pequena vingança.

Ótimo episódio!

 

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