Chosen Home – Episódio 7
“Estou tão feliz que dá medo”
HATANO E
SAKUTA DÃO UM PASSO IMPORTANTE. A beleza, o cuidado e a sensibilidade de “Chosen Home” são encantadores a cada
episódio, e é por isso que eu já disse com firmeza que essa é minha série BL
favorita do ano. Nesse sétimo episódio, Hatano e Sakuta estão prontos para
assumir um relacionamento e para ir atrás de reconhecimento legal de sua união,
depois de terem ouvido sobre isso com Koito Yutaro, e eu sinto que o avanço dos
dois vão além desse “casamento”, dentro do que é possível no momento, porque
conta também com a presença da mãe de Hatano, que Sakuta está ansioso para
conhecer, e com a decisão de andar de mãos dadas na rua, por exemplo, que é um
gesto pequeno e extremamente significativo para pessoas LGBTQIA+.
Ainda que o
casamento entre pessoas do mesmo sexo não seja legalizado no Japão, Sakuta e
Hatano podem ir até a prefeitura para reconhecerem a sua união de uma forma que
garanta os mesmos direitos de qualquer outro casal autorizado a se casar… e eles querem fazê-lo, até para que possam comprar uma casa juntos, como estão
planejando fazer. Sakuta também quer conhecer
a família de Hatano, e ele dá a sorte de a mãe de Hatano aparecer de
surpresa na cidade e ser um verdadeiro encanto: ela prepara comida para Hatano
e sua família (marido e filha?), e torce por eles como torce pelos casais de
mangás BL que ela lê avidamente e é uma grande fã. O motivo de ela estar na
cidade, inclusive, é para comparecer a uma sessão de autógrafos com sua autora
favorita…
E para contar que está doente.
A mãe de
Hatano vai com Hotaru ao evento yaoi a que quer comparecer e nos entrega cenas
muito bonitas… a Hotaru, ela conta sobre ter começado a ler livros com romances
gays, “mais sérios”, em suas palavras, e, depois, mangás BLs desde que Hatano
lhe contara que era gay, porque ela queria entender
melhor… e, agora, ela é uma fã das obras! É surpreendentemente emocionante
a sua conversa com a autora do seu mangá atualmente favorito, na qual ela fala
de toda a sua preocupação como mãe, porque o mundo é cruel com pessoas como o
seu filho, e ela temia que ele não pudesse ser feliz, e por isso se sente grata
a pessoas como ela, que a ajudaram a ver que, sim, ele podia ser feliz… como
ele está sendo feliz agora, ao lado de Sakuta.
Sakuta e
Hatano visitam Koito para saber exatamente todos os documentos que eles
precisam levar à prefeitura, e eu já comentei isso anteriormente: reencontrar
Koito é muito mais importante para Hatano do que parece. Existe o óbvio, que é
o fato de Hatano precisar fechar uma história do passado, deixar de se culpar
pelo que fizera e permitir que a ferida cicatrize, mas é mais do que isso: a
amizade retomada de Hatano com Koito permite uma nova visão de mundo, porque ele precisa conhecer outras pessoas com
vivências LGBTQIA+ parecidas com a sua, e ele encontrou uma comunidade… tanto ele quanto o Sakuta.
Tanto que é apenas graças a Koito que eles estão prestes a dar esse passo
importante indo até a prefeitura para legalizar a união.
Quando
Sakuta e Hatano visitam Koito, eles conhecem também Ryogo, o seu companheiro, e
se deparam com uma briga típica de casal… Koito e Ryogo explicam o documento a
que eles têm direito, que funciona como uma espécie de contrato, e quais são as
suas vantagens: o documento reconhece legalmente a união dos dois homens e
garante direitos como o de deixar os bens um para o outro caso algo aconteça –
seria dispensável no caso de um casamento, mas como eles não podem se casar…
eventualmente, no entanto, uma cláusula do “contrato” faz com que Ryogo e Koito
comecem a discutir por causa de ovos
cozidos, e a briga se torna mais séria do que qualquer um poderia imaginar,
com Ryogo indo embora e um show no meio da rua…
Felizmente,
isso não faz com que Hatano e Sakuta mudem de ideia… o que não quer dizer que o
Hatano não esteja todo nervosinho, o que é a coisa mais fofa do mundo! Afinal
de contas, isso é o mais próximo de um casamento que eles conseguem chegar
nesse momento, e ele quer ter certeza de que Sakuta está consciente disso e
está de acordo com a ideia. De seu jeito adorável de sempre, Hatano insiste em
perguntar se Sakuta “tem certeza disso”, o que se torna irritantemente fofo, e o
Sakuta é extremamente prático, quase seco, mas de uma maneira que permite que o
contraste seja uma vitória da sequência… Sakuta está com uma energia de “Quantas vezes eu vou ter que dizer que eu
quero assinar esses documentos com você?”.
E eu não
poderia estar mais feliz pelos dois.
Gosto de como “Chosen Home” traz todo
esse assunto à tona como uma espécie de informação também. FELIZMENTE, no
Brasil, o casamento entre pessoas do mesmo sexo é legalizado, mas acho muito
bom que uma série de alcance mostre para pessoas no Japão que podiam estar, por
ventura, “perdidos” como o Sakuta e o Yoshida no início da série, que existe
alternativa… o certificado e o cartão funcionam quase como um casamento,
garantindo direitos básicos que outros casais têm, e cada vez mais lugares
aceitam tal cartão. A alegria de Sakuta e Hatano recebendo o certificado e o
cartão e ficando nervosinhos para tirar fotos que registram esse momento fez
com que meu coração sorrisse.
TÃO LINDO!
Eles
retornam da prefeitura, praticamente casados, e seguram um a mão do outro no
caminho de volta para casa… e eu acho isso lindíssimo, e um toque especial de “Chosen Home”, porque o ato de segurar a
mão da pessoa que você ama na rua não é algo em que casais héteros pensem, não
é algo com que precisem se preocupar…
casais LGBTQIA+, que vivem em uma sociedade heteronormativa, o reconhecem como
uma demonstração pública de afeto, bem como um ato de resistência. É por isso
que é tão bom vê-los no mundinho deles naquele momento, plenamente felizes, e
me dói um pouco o coração o Hatano soltar a mão de Sakuta tão depressa no
momento em que vê o Yoshida, mas aqui é muito mais pelo fato de o Yoshida ser ex-namorado de Sakuta.
Inclusive,
ele está ali querendo “começar de novo”.
Hatano deixa
Sakuta conversar sozinho com Yoshida, enquanto entra para conversar com a mãe e
com Hotaru (fofíssima a cena do violão, inclusive!), e Sakuta diz a Yoshida que
ele acabou de retornar da prefeitura com Hatano, aonde eles foram para
legalizar a união/parceria deles – eles vão comprar uma casa juntos. Gosto de
como “Chosen Home” não coloca o
Yoshida como vilão e empecilho em nenhum momento… e eu também quero muito vê-lo
feliz, ainda mais agora que ele finalmente
tem perspectiva de futuro em um relacionamento. Mais tarde, enquanto procuram
juntos por uma casa, Sakuta abraça o Hatano e diz um “Eu te amo, Hatano”, ao qual Hatano responde como no mangá amado
por sua mãe: “Até que enfim falou”.
E é tão
lindo!
Que série
preciosa!!!
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