Além do Tempo – O ódio entre a Condessa Vitória Castellini e Emília Diffiori
“Era você quem deveria estar morta, não ele”
A Condessa
Castellini retornou de São Paulo para Campobello, supostamente para vender a
sua propriedade na cidade, mas ela tem outros motivos para estar ali… é ali que
seu filho está enterrado, e ela tem uma briga de anos ainda não resolvida com
Emília Diffiori, a mulher com quem o filho escolheu compartilhar a vida, contra
a sua vontade. Quando Zilda, a governanta de confiança da Condessa, vê Emília
na cidade, ela corre para contar à patroa que “a mulher que desgraçou a vida do
seu filho mora em Campobello”, mas não é nenhuma novidade para Vitória
Castellini – e, naquele momento, ela resolve tornar Zilda sua confidente,
porque ela precisa de quem possa ajudar na missão que ela tem na cidade… e essa
“missão” começa por atormentar a vida de
Emília.
Vitória
Castellini busca Emília para o primeiro confronto direto que vemos entre as
personagens em “Além do Tempo”, e é
preciso dizer: VITÓRIA É UMA MULHER ASQUEROSA. Ela diz todas as atrocidades que
estão em sua mente, que acabam não sendo nenhuma surpresa para o espectador, e
Emília retruca com a verdade que ela nunca diz admitir: que Vitória é a responsável pela morte de Bernardo… se não fosse por
ela, ele ainda estaria vivo. Achando que o filho estivesse fora, Vitória
enviou uma carta nada convincente a Emília como se quisesse acertar as coisas
com ela, a convidando para vê-la imediatamente, e ela tinha tudo preparado para
matá-la na carruagem que a buscaria… mas Vitória não esperava que Emília
estivesse doente e Bernardo fosse em seu lugar.
O “acidente” havia sido preparado para ela.
Mas Vitória
Castellini é uma mulher perversa, uma mulher fria… mesmo com Emília falando
sobre como o destino lhe pregou a mais terrível das peças fazendo com que o
filho dela morresse em seu lugar, Vitória fala sobre como não se arrepende de
nada, como não sente remorso. E, antes de ir embora, ela ordena que Emília
Diffiori saia de Campobello, porque não quer que ela “pise no mesmo chão que
ela pisa”. É uma cena forte, um embate direto que não termina nesse momento… na
verdade, um embate que não termina nessa
vida. É claro que Emília não pensa em obedecer a Condessa, ela não pretende
sair daquela terá que sempre foi seu lar, mas a presença de Vitória faz com que
ela fique mais angustiada e pressione ainda mais Lívia para fazer seus votos…
Lívia é neta
da Condessa, mas, no que depender de Emília, essa é uma informação que nunca
virá à tona. É por isso que ela mantém a filha “escondida” em um convento
contra a sua vontade, e quando ela fala sobre fazer os votos, Lívia diz que não
pretende fazer isso, porque não se sente pronta – ela nem sabe se um dia estará
pronta, porque não quer passar a sua vida inteira trancada ali. Ela até cedeu à
vontade da mãe de ir para o convento por causa de seu estado de saúde, mas os
votos ela não vai fazer… a irmã responsável por Lívia diz a Emília, então, que
a sua recusa tão veemente pode ter alguma relação com um rapaz que esteve ali
no dia anterior tentando conversar com ele… o Conde Felipe, no entanto, só
estava ali para devolver-lhe o seu livro de orações, derrubado no acidente do
qual ele a salvou!
Toda a
situação, no entanto, só tende a se agravar… quando uma revolução surge na
cozinha da Condessa Vitória longe de seu conhecimento, e Raul perde o seu
emprego de maneira injusta, Emília oferece a ele um emprego na taberna, para
que ele nunca precise voltar para aquele lugar, e ela manda um recado em seu
nome para a Condessa… o problema é que a Condessa é uma mulher rica e poderosa
– e mexer com gente desse tamanho é perigoso. Não demora muito para que Emília
Diffiori seja surpreendida por uma ordem
de despejo e um prazo de 48 horas para deixar a casa que considera sua… e
ela vai pessoalmente até a casa da Condessa, durante um jantar chique que está
sendo dado para celebrar a sua chegada, para conversar com ela sobre isso tudo.
Zilda tenta
impedir a entrada de Emília, o Conde Felipe também chega para tentar entender o
que está acontecendo, mas Vitória assume a situação e a leva até o seu gabinete
para uma conversa particular, dizendo
que “é melhor obedecê-la”. Emília diz, veementemente, que não vai deixar a casa
que é sua há mais de 20 anos e não vai sair de perto do túmulo de seu marido, e
a sua determinação em dizer que ficará em Campobello até o seu último dia de
vida parece ser quase uma provocação, um desafio… Vitória seria capaz de
matá-la? Vitória a despreza com todas as suas forças: “Não há a menor possibilidade de pisar na mesma terra ou respirar o
mesmo ar que eu respiro”. A guerra está declarada, mas de uma coisa Emília
tem certeza: dali ela não sai.
E sua visita
pode ter despertado a curiosidade de Felipe.
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