Supernatural 1x13 – Route 666

A história de Dean.

Exibido originalmente em 31 de janeiro de 2006, “Route 666” é o décimo terceiro episódio da primeira temporada de “Supernatural” e traz um “caso da semana” extremamente interessante, com uma caminhonete preta “fantasma” que está caçando pessoas de uma cidadezinha, ao mesmo tempo em que explora um aspecto do passado de Dean Winchester que Sam nunca conhecera: quando ele se apaixonou por alguém a ponto de contar a ela o seu segredo sobre “os negócios da família”. O episódio explora a relação entre os irmãos, menciona a questão de “deixar tudo de lado para viver uma vida normal” como uma possibilidade que não é inexistente, ainda que seja um diálogo breve, e ainda coloca os Winchesters para lidarem com um filho da p*ta vivo e morto.

Dean é quem dita o próximo destino dele e de Sam… uma ligação de Cassie sobre um caso que pode ter a ver com eles faz com que ele decida ir até ela imediatamente: em primeiro lugar porque ele a ainda a ama, mas também porque ele sabe que ela não ligaria para ele se não fosse sério. No caminho até Cape Girardeau, Missouri, Sam tem a chance de conhecer um pouco mais do irmão, embora Dean inicialmente omita a extensão do seu relacionamento com Cassie – ela não foi um caso por quem ele violou a Regra Nº 1 dos Winchesters ao contar o segredo… ela era alguém que ele amava de verdade e que o abandonou. Ao que tudo indica, a briga aconteceu justamente porque ela não acreditou no que ele estava contando… é por isso que ele sabe que ela não ligaria se não fosse sério.

O pai de Cassie, Martin, morreu recentemente em um “acidente” estranho: ele foi empurrado para fora da pista, mas só existe rastro de um carro na estrada, o dele mesmo, e todos parecem estar assumindo que “ele perdeu o controle da direção”. Cassie sabe que as coisas não são tão simples assim, mas vai ficando cada vez mais difícil de ignorar que alguma coisa está acontecendo quando outras pessoas também morrem em circunstâncias estranhas – e o relato da aparição de uma caminhonete parece ser a dica de que Sam e Dean precisavam para começar a desvendar o mistério por trás desses assassinatos… a morte de Todd acaba sendo a cereja do bolo, porque acontece fora da estrada, ele não está dentro de um carro e os efeitos em seu corpo são catastróficos.

Gosto de como “Route 666” equilibra as coisas e, dessa vez, dá o protagonismo a Dean. Quando Sam fica responsável por uma parte da investigação e Dean por outra, ele vai conversar com Cassie sozinho e, ao fazê-lo, eles acabam tendo que conversar sobre além do caso: eles precisam falar sobre eles mesmos. A cena é interessante porque eles precisam reconhecer o que ainda sentem um pelo outro, e eles finalmente se entendem mais do que quando terminaram – Dean fala sobre como o feriu o término e o fato de ela duvidar dele, e ela fala sobre como achou que a “história mirabolante” que ele estava contando era uma invenção como desculpa para terminar com ela e ir embora, mas que ele não tinha coragem de simplesmente dizer isso e partir.

Então, eles fazem as pazes.

Não quer necessariamente dizer um futuro, mas um término em bons termos é bem-vindo.

A investigação leva até o nome de Cyrus Dorian, e a mãe de Cassie acaba sendo a testemunha de que os Winchesters precisavam para que tudo enfim fizesse sentido e as peças fossem colocadas no lugar certo. Ela tivera um caso com Dorian e com Martin, em uma época em que o racismo era ainda mais acentuado do que agora, e Dorian nunca aceitou quando descobrira, então ele foi o responsável por caçar e matar, em uma caminhonete, várias pessoas, até que ele mesmo se tornasse a caça. Cyrus Dorian não era apenas um homem traído e enciumado: ele era uma pessoa má e racista que tentara impedir o casamento da mãe de Cassie com Martin colocando fogo na igreja em que a cerimônia aconteceria no dia em que o casamento estava previsto

Todas as crianças do coral ensaiando dentro da igreja morreram queimadas nesse dia.

Depois, Cyrus chegou até Martin e bateu nele até que Martin conseguisse virar o jogo, e então Cyrus Dorian foi morto e seu corpo foi ocultado por Martin com a ajuda de alguns amigos: eles colocaram o corpo do agressor dentro da caminhonete que ele dirigia e a jogaram em um pântano, e quando a história foi descoberta, Todd escolheu não fazer nada a respeito… agora, a destruição recente da casa da Família Dorian despertou o fantasma vingativo e sua “caminhonete fantasma”, e ele está caçando Martin e todas as pessoas que, de alguma maneira, ajudaram na sua morte ou na cobertura desta. Foi assim que o espírito de Dorian buscou primeiro Martin, depois os amigos que foram seus cúmplices e, por fim, Todd que encobertou tudo.

E, agora, Sam e Dean têm um espírito do qual se livrar… os dois retiram do fundo do pântano a caminhonete com o corpo de Cyrus Dorian, mas eles deviam já saber que apenas queimar o seu corpo não resolveria o problema. Eles tentam, ainda assim, mas a caminhonete preta continua aparecendo para eles porque parte do espírito de Dorian ficou preso nela… Sam precisa encontrar outra saída, então, enquanto Dean dirige o Impala 1967 para manter a caminhonete e o espírito “ocupados”. É uma sequência eletrizante com um delicioso sentido de urgência, enquanto Sam olha papéis, faz ligações e testa uma teoria que felizmente acaba funcionando, e que consiste em atrair o espírito e a caminhonete para o solo sagrado da igreja que foi queimada por Dorian…

Acho divertido como tudo é uma teoria testada por Sam e como o Dean reage ao “talvez” do irmão, e é interessante pensar nisso sendo alguém que já assistiu “Supernatural” na íntegra na época de exibição, porque eu não acho que o Sam ou o Dean de temporadas futuras colocariam a vida do outro em risco dessa maneira, mesmo para fins de piada do roteiro… mas não é uma reclamação, eu amo essa solução e eu amo a interação por telefone! Então, Sam e Dean pegam a estrada novamente, e Dean se despede de Cassie de uma maneira menos definitiva, mas ela decide ser realista sobre as chances de eles ficarem juntos. Então, fica a pergunta que já conhecemos e que faz parte de “Supernatural”: é possível viver como caçador e levar uma vida “normal”?

A resposta é não.

 

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