The High School Heroes – Chapter 4

Pink’s determination. Goodbye, for now.

“THE HIGH SCHOOL HEROES” É UM DOS MELHORES TOKUSATSUS JÁ FEITOS E EU POSSO PROVAR. Na verdade, eu tenho a impressão de que até o fim da temporada eu vou tirar esse “um dos” da frase, porque eu estou absolutamente fascinado por “The High School Heroes”, e esse quarto episódio era um episódio decisivo – no fim do episódio passado, Ichika Sakurai se transformou em Momohero, a Heroína Rosa, pela primeira vez, e estávamos ansiosos para ver como a série trataria o tema durante esse episódio, e “The High School Heroes” foi cuidadoso e esbanjou sensibilidade, apresentando uma heroína transexual e colocando-a em destaque. Eu estou tão feliz por essa série que eu nem sei direito por onde começar o meu texto, mas Ichika não poderia ter ganhado um episódio mais emocionante para fazer sua estreia oficial como um dos heróis.

E ainda temos muitas facetas de sua história a explorar nos próximos episódios!

Quando a série foi anunciada e vimos que teríamos um homem sendo o herói rosa pela primeira vez (embora “The High School Heroes” não seja oficialmente um Sentai), isso me empolgou demais. Desde o início da série, queremos saber mais de Ichika, o último herói do núcleo principal a ser oficialmente apresentado, e agora nos damos conta de que estávamos equivocados esse tempo todo: Ichika não é o “primeiro homem” a ser um herói rosa, porque ela é uma mulher trans – e essa é uma representatividade importante para o gênero de tokusatsus! Para qualquer obra, na verdade. E gosto de como “The High School Heroes”, com seus 48 minutos por episódio, é um dorama além de ser um tokusatsu e, por isso, tem tempo de desenvolver suas tramas e seus personagens, e, ao que tudo indica, tratará a transexualidade com responsabilidade.

A primeira cena já é uma cena fortíssima pela fala de Ichika enquanto Hana está no hospital. A ouvimos contar sobre quando ela foi para a escola pela primeira vez, ainda pequena, e os pais a levaram para escolher uma mochila, e mesmo que ela tenha gostado mais da mochila rosa, o pai pegou uma mochila preta, que “era mais masculina”, e colocou nela, e ali ela percebeu que “tinha um papel imposto sobre ela que ela precisava desempenhar”. Aquilo foi de partir o coração. Então, ela fala sobre como se sentiu quando se transformou em Momohero, como se sentiu livre e sobre como se sentiu livre assim pela última vez quando se assumiu para ela, no oitavo ano – quando contou para ela que, embora tenha nascido menino, sempre pensou nela mesma como menina. Agora, no entanto, ela não pretende se transformar mais em Momohero por ela, porque não quer tomar seu lugar.

Quando um novo Majin começa a atacar a escola (e vários alunos são atingidos), Taisei se pergunta se os quatro heróis que se uniram até agora serão fortes o suficiente para vencer esse demônio – ele sabe que precisa encontrar o quinto herói, alguém que possa se transformar em Momohero e, naquele momento, Ichika quase conta para todos, mas Taisei continua falando e fala que “precisa encontrar uma menina que possa assumir o lugar de Hana enquanto ela está no hospital”. Inclusive, ele pede que Ichika o ajude a encontrar uma possível candidata a Momohero. Quando vi a preview desse episódio no fim do anterior, eu me perguntei se Taisei seria transfóbico nesse episódio e se eu precisaria passar a detestá-lo (o que seria uma pena, porque eu adoro o Taisei), mas assistindo ao quarto episódio eu acho que Taisei cometeu erros, sim, mas muito mais por descuido, inocência e desatenção…

E ele aprende muito até o fim do episódio!

Taisei fala, por exemplo, sobre o que mais importa na Momohero: a sensibilidade. Nesse momento, Naoya chega a comentar que “Ichika preenche esse requisito”, e Ryuhei e Yusuke parecem concordar com ele, mas Taisei, que já colocou em sua cabeça que “Momohero precisa ser uma garota”, diz que não pode ser um homem… ele chega a dizer que “gostaria que Ichika fosse uma garota”, porque realmente atende aos requisitos, mas ele acha que, se em “Gorenger” a Momorenger era uma mulher cis, eles precisam manter isso. Ichika, que estava ouvindo a conversa, acaba saindo bastante magoado, e Taisei não chega a se dar conta do que disse de errado e quer ir atrás de Ichika, mas Yusuke pede que ele fique. Taisei precisa quebrar alguns paradigmas, precisa abrir a sua mente para o fato de que as coisas podem mudar e está tudo bem.

Adorei os “conselhos” da mãe de Taisei durante o jantar, com o Akarenger concordando com tudo. UMA CENA MARAVILHOSA DO EPISÓDIO!

Porque dá para ver que Taisei tem um bom coração e que sua resistência nem tem a ver com Ichika ser trans ou não, porque ele nem sabe disso ainda, mas com o fato de ele querer manter toda a sua jornada de herói parecida com “Gorenger”, que ele tanto admira. E isso também ajuda Ichika a tomar decisões, o que eu achei muito bacana – ela vai até o hospital conversar com Hana e dizer que não vai mais mentir para ninguém, que chegou a hora de ser ela mesma e de assumir isso para todo o mundo. Antes, no entanto, ela tem que se assumir para a sua mãe, e eu estava preparadíssimo para chorar nessa cena quando, durante o jantar, ela tenta conversar com a mãe e contar que é uma garota, mas acaba sendo interrompido pelo pai que chega em casa mais cedo do trabalho – então, toda a cena da mochila volta com tudo para ela.

A conversa com a mãe ficará para outro momento.

MAS EU ADORO O FATO DE A SÉRIE NOS FAZER ESPERAR POR ISSO! Ainda temos mais de Ichika para acompanhar e, dessa vez, ela estará apoiada pelos amigos, e não apenas por Hana. Porque Ichika vai estreitando os seus laços com os demais heróis. Em uma cena bem legal com Taisei, os dois acabam chegando à conclusão de que o Majin da semana é um professor que “está sempre sorrindo”, mas cujo sorriso não é verdadeiro e serve apenas para ele se esconder atrás dele, e Taisei e Ichika formam uma dupla e tanto… quando Taisei fala sobre como eles vão precisar estar os cinco heróis juntos da próxima vez que enfrentarem o Majin para vencê-lo, percebemos que agora depende de Ichika: depende dela dizer quem ela é de verdade e assumir sua posição como a heroína rosa da equipe, como Momohero. E quando os heróis estão perdendo para o Majin, é exatamente o que ela faz.

A cena é ÉPICA e EMOCIONANTE. Enquanto Taisei, Yusuke, Naoya e Ryuhei estão perdendo a nova batalha contra o Majin, Ichika chega correndo e dizendo que quer ser a Rosa, e eu achei quase doloroso ouvi-la perguntando se ela pode ser a rosa e se eles não se importam de ser ela, mas felizmente as coisas fluem bem, com o Taisei finalmente fazendo o que ele podia ter feito há muito tempo – mas ele nem tinha parado para pensar direito na possibilidade de Ichika querer e poder ser a Heroína Rosa da equipe. Quando Ichika enuncia isso com todas as palavras, Taisei diz que foi um idiota e que estava por aí, procurando uma pessoa para ser Momohero, quando a melhor candidata a Momohero estava bem na sua frente. Então, Ichika tem um momento importantíssimo e simbólico, que é quando se transforma em Momohero na frente de todos.

“Eu vou me libertar. Por mim mesmo!”

Agora, a equipe está completa – quer dizer, ainda temos o sexto membro para entrar, mas a equipe principal está aqui, e é um momento incrível, porque ela fica completa com a entrada de Ichika. Pela primeira vez, então, temos uma chamada, os heróis dizendo seus nomes, uma pose típica de Super Sentai… e Ichika é quem “derrota o monstro” conversando com o professor, mostrando a inteligência e o cuidado desse roteiro, porque o professor que “fingia ser quem não é para que não o odiassem” é um paralelo perfeito à transexualidade de Ichika que ela escondia e, por isso, Ichika o entende como ninguém… assim, o roteiro se fecha lindamente, com direito a uma “batalha final” diferente de todas as outras, que só é possível porque agora Ichika está na equipe, como Momohero, trazendo uma sensibilidade que eles não tinham até então.

É um episódio lindo, sensível, importante e necessário.

E aquele final com o Ichika acolhido por todos é EMOCIONANTE. Já amo essa equipe!!!

 

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