Cinderella (2021)

“Love will save the day!”

Ainda bem que eu não me deixo levar pelas críticas da internet, porque eu vou dizer já de começo: EU AMEI ESSE FILME. O novo “Cinderella” é um filme leve e descontraído, com uma trilha sonora incrível, e eu adoro um romance musical. Acho que a maior parte das críticas vem chamando o filme de “mais do mesmo”, mas daí eu acho que o problema é mais de quem diz isso do que do filme, por esperar que um filme contando pela milésima vez a história da Cinderela seja revolucionário e um “marco para o cinema” ou qualquer coisa assim. O mais novo filme da Prime Video, estrelado por Camila Cabello, tem algumas ideias bem bacanas, embora, de fato, não fuja muito do que já conhecemos – “Cinderella” não vai fazer o que “Matrix” fez pela ficção científica em 1999, por exemplo, reinventando o gênero, mas é um belo filme clichê que vai te divertir se você gosta de romances e musicais.

Galerinha quer pagar de “cult”, sabe? Quer olhar para o filme e dizer que “ele não traz nada de novo”, quando nem sempre essa é a ideia do filme – às vezes ele só quer colocar um sorriso no seu rosto e te distrair dos problemas do dia-a-dia. Cinderela é, provavelmente, a mais clássica das princesas de contos de fadas e, por isso, ela ganhou adaptações incontáveis ao longo de anos, seja em filmes como o live-action “Cinderella”, de 2015, em novelas como “Floribella” ou filmes que tentam trazer alguma novidade para o conto clássico, como uma ambientação mais moderna, como é o caso de “A Nova Cinderela”, filme de 2004 estrelado por Hilary Duff e Chad Michael Murray. É muito difícil uma versão de Cinderela fracassar, porque a verdade é que a nossa parte romântica está sempre pronta para receber mais um romance clichê e um “felizes para sempre”.

“Cinderella”, de 2021, é uma ideia cativante desde o início para mim. Me chamou a atenção o fato de ser um musical – mas não a versão de Rodgers e Hammerstein, que estreou na Broadway em 2013 (que eu confesso que não é minha versão favorita da história), ou mesmo a vindoura história de Cinderela contada por Andrew Lloyd Webber (que me deixa bem curioso), mas sim um jukebox musical… outra informação que me pegou desprevenido enquanto assistia ao filme. Eu estava vendo pela internet que a trilha sonora do filme estava sendo amplamente elogiada, e eu confesso, com certa vergonha, que eu só fui perceber que se tratava de músicas conhecidas em “Somebody to Love” – inclusive, uma música que eu adoro. A experiência foi um máximo! Leve, divertida, com uma trilha sonora impecável… eu tenho um carinho especial por musicais jukebox.

Os números musicais estão ótimos!

Camila Cabello lidera esse elenco dando vida a uma Cinderela despojada, sonhadora e decidida, e a personagem é marcada pela música “Million to One”, uma música linda composta pela própria Camila Cabello para o filme e que já está em minhas playlists (me fez pensar em "Siempre Brillarás", do filme da Tini). Ao seu lado, temos Nicholas Galitzine interpretando o Príncipe Robert, um príncipe que não está interessado em se casar, porque ele quer viver a vida e tudo o mais. Gosto de como o filme tem uma pegada propositalmente anacrônica, porque se passa em um reino medieval, os personagens se vestem como figuras de época, mas os comportamentos, modo de falar e, por fim, as músicas, são todas pertencentes ao mundo no qual vivemos atualmente. É uma escolha criativa que eu adoro – as composições de “Spring Awakening” são todas muito mais modernas do que a época na qual a história se passa, por exemplo.

O filme é fortemente marcado por essa anacronia, presente em uma série de elementos do filme, que consegue brincar com o que já conhecemos e, ainda assim, contar uma história que pertence apenas a essa Cinderela. Ela é despojada, por exemplo, e chama a atenção do Príncipe Robert quando sobe em uma estátua em frente ao palácio para poder enxergar a família real durante um anúncio do rei, e é o príncipe quem busca Ella primeiro, se fantasiando de plebeu para andar no povoado, e ele conhece Ella vendendo um vestido que ela mesma desenhou e costurou – um vestido que ele acaba comprando, e então a convence a ir ao baile que o Rei vai dar para que o Príncipe Robert possa escolher uma esposa… segundo ele, várias pessoas importantes estarão lá e talvez ela possa vender mais vestidos. Robert não estava muito interessado em casamento, até conhecer Ella…

Agora, ele só quer que ela esteja lá.

Toda a sequência do baile é um máximo. Billy Porter, interpretando o Fabuloso Fado-Madrinho, entrega um bom momento em uma ótima química com Camila Cabello – e toda a mágica parte da transformação acontece ao som de “Shining Star”. Alguns esperavam ver a Cinderela ir ao baile com aquele terninho no melhor estilo “The Prom”, mas ela acaba usando um vestido que ela mesma desenhou e é trazido à realidade pelo Fado-Madrinho. O Príncipe Robert, por sua vez, é recebido no baile ao som de “Whatta Man”, o que eu achei divertidíssimo, e Ed Sheeran é adicionado à trilha sonora para o momento mais romântico do filme até ali: quando Robert e Ella dançam no baile e cantam “Perfect”. Eu sou um grande fã de Ed Sheeran, então eu não acho que a música poderia ter sido melhor escolhida para aquele momento! Um dos momentos mais importantes para Cinderela.

A história do filme segue quase que fielmente a história clássica de Cinderela, com inovações presentes na forma como a história é contada, porque Ella sai jogando o sapatinho de cristal na cabeça de um guarda para impedi-lo de segui-la, por exemplo, ao invés de derrubá-lo. A madrasta, interpretada por Idina Menzel (adorei ouvir Idina Menzel cantando “Material Girl”, por sinal!), é um pouco menos cruel do que a maioria das madrastas da Cinderela, porque ela tem, sim, seus momentos cruéis, mas ela também tinha um sonho que não pôde realizar, e a grande novidade da personagem é o fato de, ao descobrir que Ella é a garota com quem o Príncipe Robert dançou no baile e por quem está encantado, ela tentar convencer Ella a ir atrás do Príncipe e se casar com ele – dessa vez, no entanto, quem não está interessada em se casar é a Ella.

Ela não precisa se casar. Ela precisa de liberdade, de uma oportunidade de emprego, de sua própria loja, realizar seu sonho, ser uma mulher de negócios!

Casar com o príncipe significa deixar seu sonho para trás e viver obedecendo às vontades da realeza, e não é o que ela quer. Assim, a conclusão desse filme é uma virada divertida e bem pensada do tradicional, porque Ella consegue um emprego para ser a responsável pelas roupas de uma rainha (!), e Robert desafia o pai, que eventualmente o manda “ir atrás da dona do sapatinho de cristal”… a irmã mais nova de Robert, Gwen, assume o trono como a nova Rainha (e ela está cheia de ideias revolucionárias), e Robert e Ella ficam juntos e felizes, mas adiam o casamento porque, antes, vão sair viajando pelo mundo, o que eu achei um máximo. Não é tão inovador, de fato, mas é a história de Cinderela com um toque moderno, mesmo que tenha sido mantido em um cenário medieval, e os números musicais certamente tornaram isso ainda mais interessante! O elenco, sempre carismático e talentoso, termina cantando a animada “Let’s Get Loud” e nos deixa com um sorriso no rosto!

Eu adorei o filme!

 

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Comentários

  1. Ainda bem que nós não nos deixamos levar pelas críticas. Eu também amei esse filme e toda essa narrativa mais moderna para esse clássico conto de fadas. Estou pronto para revê-lo a qualquer momento. (S2). Amei o texto.

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  2. Amei o teste, aaa, e amei suas reviews/análises dos episódios de Love Victor, eu ADORO assistir um episódio de uma série e depois ler sobre ele, amei, amei 😍

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    1. Oi, Adriano!!! Que bom que você chegou aqui e que gostou dos textos! Fico muito feliz! Obrigado pelo seu comentário! :)

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