Deadpool 2 (2018)



“From the studio that killed Wolverine”
Tem uma coisa que eu AMO em “Deadpool” mais do que qualquer coisa, e é essa capacidade de BRINCAR com a meta-linguagem tão livremente, e colocar cenas em que o Deadpool anda pela casa dos X-Men, reclamando que “achou que o estúdio os daria mais credibilidade dessa vez”, provando o Cérebro e dizendo que “tem cheiro do Patrick Stewart”, ou autografando uma caixa de cereal como “Ryan Reynolds”. Ah, sem contar aquelas cenas pós-créditos GENIAIS, mas eu vou falar sobre isso mais tarde… essa capacidade que o personagem tem de brincar consigo mesmo e referenciar uma série de outras coisas, que vai da Beyoncé até o Chapéu Seletor de “Harry Potter”, é fantástica. Deadpool não se leva a sério, e isso deixa tudo muito mais divertido, além daquela ação desenfreada, mortes sangrentas e a bizarrice surreal de tudo!
<3
O filme já começa muito bem, falando sobre o Wolverine, e Ryan Reynolds encarnou o Deadpool, desde o primeiro filme, de forma tão PERFEITA! A mensagem das primeiras cenas é “Fuck Wolverine”. Basicamente. Além de uma das frases de divulgação desse filme serem “From the studio that killed Wolverine”, Deadpool começa o “colocando pra dançar”, e então diz reclama que o Wolverine “seguiu a sua onda”, e também fez um filme com a classificação +16 anos. Depois, diz que Wolverine levou isso além e MORREU no seu filme, então ele diz: “Eu também morro nesse aqui”. E bem, não é a cara do Deadpool dar um spoiler desse ali no começo do filme? Então ele se explode, pedaços de seu corpo voando para todos os lados, uma turnê pelo mundo (que foi uma cena divertidíssima), e começamos o filme pra valer, a motivação que inicia tudo.
Wade e Vanessa estão pensando em começar uma família. Essa é uma visão bacana do Deadpool, chegando em casa atrasado demais para a comemoração do seu aniversário de namoro (ADORO as desculpas usadas, especialmente aquela do luta com o ladrão, até descobrir que “o nome da mãe dele também era Martha!), e a longa discussão a respeito dos nomes que poderiam dar a seus filhos é divertida. Então, como para Deadpool nada fica sem ação por muito tempo, eles são atacados, e Wade pede que Vanessa se abaixe e se esconda, e temos uma sequência e tanto, mas ela acaba sendo baleada e, infelizmente, morre nos braços do homem que ama, que agora está arrasado, há 3 dias bebendo seu parar no bar, fazendo xixi sentado no banco e comentando a respeito de “Frozen” e mais um monte de outras coisas… levaram o amor de sua vida.
Por isso ele tentou se matar.
Como vimos no começo do filme…
Mas ele não consegue claro. Importante mencionar a BRILHANTE sequência de créditos iniciais, que era algo trabalhoso para eles… afinal de contas, eles fizeram um trabalho praticamente inigualável no primeiro filme, e eles não podiam diminuir agora. Assim, com uma sequência de cenas zoadas e provocantes do Deadpool (minha favorita é a “recriação” da cena de “Flashdance”), e uma música bem dramática, vemos os créditos iniciais alterados, e em vez de termos os nomes dos responsáveis pelo filme, por exemplo, temos coisas como “What the fuck?”, “I don’t understand” e outras coisas desse estilo… realmente MARAVILHOSO. E depois da morte de Vanessa e de tentar se matar, Wade é resgatado pelo Colosso e levado à mansão dos X-Men, onde anda com a cadeira do Professor X, usa o seu “Cérebro”, e se torna um “estagiário”.
Ou algo assim.
Deadpool com a camiseta dos X-Men? \o/
Em sua primeira missão, que é basicamente um desastre, o Deadpool precisa impedir um garoto chamado Russell de destruir um “orfanato para mutantes”, e o garoto, em vários sentidos, se assemelha muito ao Deadpool… e o Wade estava tentando fazer o seu melhor, mas ele se revolta quando descobre/percebe o quanto Russel tinha sido torturado e abusado quando estava no orfanato, e meio que compreende a sua dor… assim, ele deixa de ser um “Estagiário dos X-Men” e volta a agir à sua própria maneira, o que, naquele momento, não parece ser lá a melhor das ideias. Afinal de contas, não apenas Russel acaba sendo levado para a “Geladeira”, com uma coleira que inibe os seus poderes (de lançar rajadas de fogo de seus pulsos, por isso o nome Firefist), mas também o próprio Deadpool… por isso, teremos uma sequência de Deadpool na cadeia!
As coisas acontecem rápido nesse filme, e isso é bem interessante. Russel tenta se aproximar dele, tenta fazer dele seu amigo, diz ainda que vai “protegê-lo” porque ele está doente, mas o Deadpool não parece assim tão interessado em sua ajuda. Para completar, ainda aparece o Exterminador do Futuro Cable, que veio do futuro e está ali para matar Russel quando ele ainda é criança, porque futuramente ele será um “grande vilão” responsável pela morte de muita gente, inclusive da mulher e filha de Cable, o Nathan Summers. Destaque aqui para as piadas em relação ao “Braço Soldado Invernal” de Cable, e o momento em que “Deadpool atinge o fundo do poço”. Além de ser um “filme para família”, como Wade nos avisa, que sempre começa com um homicídio terrível (“O Rei Leão”, “Bambi”), também sempre tem o momento em que o herói atinge o fundo do poço.
O comentário sobre o “Centopeia Humana”? Não podia ser mais certo!
Perto da morte, Wade tem uma visão de Vanessa que faz ele mudar de atitude. Agora, ela o instrui a ajudar Russel Collins – como não pôde ajudá-la, por isso, ganhamos uma das sequências mais divertidas, bizarras e doentias do filme: A X-FORCE. Para ajudar Collins, Wade começa a recrutar uma galera, e a cena é MARAVILHOSA, com destaque para a Dominó, que clama que “seu superpoder é a sorte”, e o Vanisher, QUE FOI UMA DAS MELHORES PIADAS DO FILME! Destaque para todos pulando de paraquedas (a mochilinha do Vanisher, AMEI!), e as mortes BIZARRAS que se seguiram, com toda a equipe morrendo um a um… menos a Dominó, porque, ao que parece, o seu superpoder é REALMENTE BOM. E corta essa coisa aí de que “não é cinematográfica”, que o Deadpool ironicamente comenta, PORQUE A SEQUÊNCIA FICOU MUITO FODA.
Posso usar “foda” num texto sobre o Deadpool, né?
Gostei DEMAIS (de tudo) de como o filme foi organizado, e de como ele pode ser surpreendente. Embora Deadpool estivesse, nesse momento, tentando ajudar Collins, o garoto acaba se afastando ainda mais dele e buscando a ajuda do Fanático, que topa ajudá-lo a matar o diretor abusivo do orfanato – enquanto isso, entendemos oficialmente que Cable não era, e nunca foi, o “vilão” do filme. Ele não estava só em busca de “vingança”, mas da vida de sua família. Assim, ele acaba se unindo a Deadpool e os demais quando ele entra naquela coisa de “meu coração está no lugar certo” e resolve ajudar Russel: talvez, se eles puderem impedir que ele cometa seu primeiro assassinato, ele não venha a se tornar o monstro que se tornou no futuro de que Nathan vem. E é, na verdade, um bom plano, embora Deadpool só receba um total de 30 segundos para tentar impedir o garoto.
As cenas são ÓTIMAS. Ele conversa com Russel, o abraça, mas não é o suficiente. O discurso e tudo o mais não chegam a mudar o garoto. Nada o muda. Então só há uma coisa que o Deadpool possa fazer, e é morrer por ele. Assim, ele coloca a coleira que inibe seus poderes, e toma um tiro em seu lugar quando Cable tenta matar Russel, e cai morto… quer dizer, ele demora um tempinho para morrer, no melhor estilo Deadpool de ser. E ainda tem o comentário de “Espero que a Academia esteja assistindo!”, brilhantemente legendada como “Dessa vez eu ganho meu Oscar!” Deadpool quase morre e volta para “últimas palavras” algumas vezes, e é uma cena incrivelmente ENGRAÇADA, ao mesmo tempo em que também é emotiva, e eficiente, porque ela realmente comove Russel e o faz mudar de verdade, tanto que o ursinho de Nathan, que trouxe do futuro, agora está limpo.
Deadpool mudou a história sem precisar matar ninguém.
Quer dizer, ninguém além dele mesmo.
Assim, Deadpool morre, e dessa vez é pra valer. Ele reencontra Vanessa, consegue chegar até ela, e nessa versão de “Céu” (?), Wade Wilson não está mais com o corpo todo deteriorado nem nada. E ele acha que é definitivo, mas Vanessa diz que eles ainda precisam dele, a sua FAMÍLIA. Por isso, Nathan usa a última chance que tinha para voltar para a sua família no futuro para voltar uns minutos no passado e proteger o Deadpool dessa vez, colocando a moeda de Vanessa no lugar onde o tiro lhe atingirá. Então revemos a cena, dessa vez passando depressa, como quando se avançava uma fita, e chegamos ao momento do tiro, em que tudo acontece do mesmo jeito, como a redenção de Russel, mas sem que o Deadpool precise morrer para isso… e sobre o diretor do orfanato que, convenhamos, merecia morrer, ele é atropelado pelo taxi de Dopinder.
QUE MOMENTO!
Devo mencionar alguns outros momentos do filme, antes de terminar essa longuíssima review. Devo comentar como foi HILÁRIO ver o pessoal dos novos filmes dos X-Men, como Evan Peters, Tye Sheridan e James McAvoy se escondendo de Deadpool na mansão quando ele está por lá. Também aquela sequência em que o corpo de Deadpool é DIVIDIDO EM DOIS, e ao invés de termos só uma mão crescendo de forma bizarra, como tivemos no primeiro filme (e já foi um máximo!), dessa vez temos toda a parte de baixo do corpo do Deadpool crescendo de volta, e é tão bizarro quanto engraçado. A parte de cima do corpo de Ryan Reynolds, e a parte de baixo de uma criancinha… talvez perturbador e “traumático”, como os personagens comentam, mas brilhantemente divertido, e certamente o tipo de coisa que só podemos ver em “Deadpool”. É aqui que faz sentido!
Destaque também para o Vanisher: BRAD PITT! \o/
E, claro, como não AMAR as brilhantes cenas pós-créditos de “Deadpool 2”? Se no primeiro filme tivemos aquela releitura da cena de “Curtindo a Vida Adoidado”, que foi muito boa, aqui temos muito mais de “quebra da quarta-parede”, e eu AMO ISSO! Primeiro, o mecanismo de viagem no tempo de Cable é arrumado… depois, Wade fica com ele, e image o Deadpool com uma máquina do tempo! Primeiro ele volta e salva a vida de Vanessa. Depois, as DUAS MELHORES CENAS: 1) ele invade “X-Men Origens: Wolverine” e mata, enquanto o Wolverine assiste, a versão ridícula de Deadpool daquele filme, porque era melhor mesmo que nunca tivesse existido… mas eu adorei ele atirando, ele aparecendo todo debochado, atirando mais ainda no “Deadpool”, mesmo depois de caído… e 2) ele mata o ator Ryan Reynolds antes que ele possa fazer “Lanterna Verde”.
Quer dizer… why not?

Para a review do primeiro Deadpool, clique aqui.


Comentários

  1. Deadpool 2 é um dos filmes mais interessante que vi. Adorei a participação de Josh Brolin, é um ator multifacetado, seu papel de Cable é muito divertido e interessante. O vi também em Homens de Coragem, é muito bom. Gostei muito de Homens de Coragem não conhecia a história e realmente gostei. A história é impactante, sempre falei que a realidade supera a ficção, acho que é um dos melhores filmes de drama. Super recomendo. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia, o elenco fez possível a empatia com os seus personagens em cada uma das situações.

    ResponderExcluir

Postar um comentário