The People v. O.J. Simpson: American Crime Story 1x05 – The Race Card


“Our job is to tell this story better than the other side tells theirs”
Assistir a American Crime Story se torna mais revoltante a cada episódio – eu não acredito em OJ Simpson, e sinceramente não vejo como alguém pode defendê-lo – sua defesa faz um trabalho baixo na tentativa mais de atacar a promotoria do que qualquer coisa, como se soubessem que o caso que “defendem” não é realmente inocente. O caso é revoltante e vemos isso se desenvolvendo a cada episódio, com o ápice do momento sendo aquela manipulação descarada da mudança na decoração da casa de OJ para que o júri pudesse visitá-la. Como algo daquele nível pôde acontecer, PÔDE SER PERMITIDO? De todo modo, a série é inteligentíssima na apresentação de seus fatos, e nos faz pensar sobre esses temas, inclusive sobre como muito mais do que um crime está envolvido em um julgamento, e como se torna difícil de lidar com isso a partir do momento em que as coisas saem do controle e fatores externos (como o racismo nesse caso, que não tem relação direta com o crime) alteram toda a dinâmica do processo.
Completamente revoltante, o julgamento de OJ Simpson continua, e há uma posição clara da defesa sobre o que fazer: contar uma história melhor do que a da promotoria, convencer o júri. Em nenhum momento há uma missão real de defender a verdade ou provar a inocência de OJ. PORQUE ELE NÃO É INOCENTE. E é uma tremenda falta de respeito e uma sequência de jogos baixíssimos que vão construindo o caso e uma defesa nojenta, que se encontra por causa da ingenuidade recorrente da promotoria. “Man, I ain’t trying to be respectful. I’m trying to win”. Christopher Darden (promotoria) e Johnnie Cochran (defesa) são parte importantíssima desse episódio, e enquanto Darden tenta impor algum tipo de respeito e alguma base humana sobre a qual possam trabalhar, Cochran não está nem um pouco interessado em respeito ou em ética. Ele quer vencer. Chamar o Darden da “palavra com n” foi um ABSURDO e revoltante. Infelizmente Darden ainda está se achando dentro da promotoria e faz um discurso muito infeliz sobre o racismo.
E é claro que todos caem em cima dele.
Porque eu entendo o que ele estava dizendo, e de certa maneira concordo com ele, mas não era algo a se dizer, e não daquela maneira – eu mesmo percebi em seu discurso infinitas maneiras como poderia atacá-lo. Então é claro que Cochran o fez. Isso logo depois de Bill Hodgman ter sido tão bom na justificativa da relevância dos 62 casos de violência doméstica de OJ contra Nicole. O julgamento é forte de acompanhar, deveras irritante. Revoltante. Primeiro que Marcia sempre tem o que dizer, e diz com uma seriedade e propriedade calculada, repleta de profissionalismo, apresentando fatos e evidências. Por outro lado, Cochran fala coisas vazias, enrolando as pessoas, subindo seu tom de voz de maneira irritante, o que expressa falta de profissionalismo, apelo ao sensacionalismo, isso sim, e ainda usa jogadas baixas na tentativa de desestabilizar a promotoria. Como não tem o que provar nem como fazê-lo, eles só atacam. Foi uma pena ter Bill Hodgman saindo da equipe por causa do incidente com as informações da defesa não compartilhadas que o fez passar mal e precisar se afastar…
Até porque eu não queria Darden como promotor.
Não se ele continuar agindo como ele estava agindo nesse episódio!
Então chegamos ao ápice do RIDÍCULO. O caso todo é revoltante, como eu já disse, ver a defesa agir como age me enoja, a manipulação e a dissimulação me dão calafrios, gana extrema e uma revolta incomparável ainda mais por saber que é tudo real. Mas foi um absurdo fora do comum aquela redecoração da casa de OJ para que o júri fosse visitá-la, retirando as fotos de mulheres peladas ou de OJ com seus amigos brancos jogando golfe, substituindo-as por fotos de Nicole, de OJ com a sua mãe, decorações africanas. AQUILO ULTRAPASSOU QUALQUER LIMITE! “I don’t want you to seem surprise when you see that we redecorated”. Johnnie é um manipulador descarado, conduzindo um absurdo sem tamanho – e nós ficamos do lado de cá, INCONFORMADOS. Além da casa redecorada de OJ, também tivemos uma “cena do crime” sem nenhum móvel – a casa de Nicole perdeu toda sua identidade, passou a não dizer nada. Sério, como eles tiveram autonomia pra fazer isso, como não tinha ninguém da promotoria por perto para impedir que isso acontecesse?
Descobri que ver American Crime Story acaba com os meus nervos!

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