11.22.63 1x03 – Other Voices, Other Rooms


“Let’s go save JFK, partner”
Pareceu-me um episódio bem diferente dos dois primeiros – na verdade, ele voltou um pouco ao estilo do primeiro, porque estamos de volta à toda a trama principal que nos levará até Novembro de 1963, o momento no qual o presidente John F. Kennedy será assassinado, mas me pareceu mais calmo e contido que os demais. claro que em determinado momento do episódio nós estávamos sofrendo de uma terrível tensão, mas ele me pareceu um episódio que estava ali para definir algumas coisas, traçar algumas linhas iniciais e colocar novamente a série no caminho da descoberta do assassino e das ações de Jake Amberson para impedir que Kennedy seja morto. Assim, ele acabou tendo que levar Bill consigo, depois de toda a história do segundo episódio que foi a maneira como eles incorporaram à trama um parceiro para Jake no passado. Depois de salvar a vida de Harry Dunning (supostamente, não sabemos ainda como a linha temporal pretende revidar!), Jake foi confrontado com um Bill que tinha um jornal de 1963 sobre a morte de John F. Kennedy e exigiu explicações sobre isso. De repente a explicação anterior de “I’m from the future” parece ter começado a fazer sentido.
“You come from the future when?”
“2016”
Assim, o episódio começa no dia 01 de Novembro de 1960, logo depois do confronto de Jake contra Frank Dunning. E Jake e Bill formam uma improvável dupla cuja dinâmica começa a funcionar muito bem bastante depressa. Afinal, depois da morte da irmã, Bill não era nada mais do que um grande sofredor que precisava de um propósito na vida: e o viajante do tempo o proporcionou isso. Assim, quando Bill levou Jake até seu destino, ele acabou continuando por ali. Eu gostei dessa proposta de não deixar Jake sozinho no passado apenas com as memórias das conversas anteriores com Al (ai, como me dá ansiedade pensar que pra ele são só dois minutos e ele está lá na lanchonete esperando o Jake voltar, talvez com tudo mudado!). Para se estabelecerem, ambos precisam de empregos, e assim Jake acaba como professor em uma cidadezinha pequena chamada Jodie, morando não muito longe dali em um lugar próximo à casa onde Oswald vai morar assim que retornar para o país, antes de supostamente matar o Presidente Kennedy. Assim, eles nunca perdem de vista a missão de salvar JFK.
Mas, ao mesmo tempo, eles arrumam uma vida…
Depressa, estamos em 1962! Lembrando-me das conversas de Al, sobre como ele sempre se sentirá alheio àquilo tudo e distante das pessoas, eu questiono se essa é a verdade, porque acredito em uma amizade entre ele e Bill, e ele realmente arrumou uma vida para ele no passado, se envolveu. Embora ainda tenha uma missão muito bem definida e apenas possível porque ele tem mais informação do que as pessoas do passado. Mas nós reencontramos Sadie Dunhill, por exemplo, a moça do livro e da bolsa no Piloto, e sabíamos que aquilo não podia ter sido mero acaso. Assim, ele já tem com quem se envolver no passado, embora me pareça uma coisa até meio idiota a se fazer… afinal ele já a magoou profundamente ao deixá-la sozinha na festa da escola (embora eles tenha, antes, tido excelentes cenas juntos, como aquele momento em que eles dançam, que eu adorei!), e mesmo que ela o tenha perdoado e o beijado, nós sabemos que nada disso vai ser tão simples, até porque a linha temporal pode usar Sadie como uma maneira de revidar contra ele por ficar tentando mudar o passado.
Sabemos que a linha temporal é a vilã aqui!
Achei fascinante a maneira rica como eles conseguem caracterizar cada momento histórico ou cada localidade – e já é a terceira vez que eles fazem isso. Com uma primeira apresentação de 1960 no primeiro episódio, a cidadezinha do interior com Harry no segundo, e agora 1960/1962 no terceiro, sob uma nova faceta. Observamos diferente porque dessa vez Jake está mais inserido no universo do que nunca, e Miss Mimi traz uma discussão pertinente e revoltante, sobre o imenso preconceito contra os negros, tão forte durante tanto tempo nos Estados Unidos. E é um verdadeiro absurdo. Mas Stephen King e JJ Abrams criam a atmosfera de forma crível e palpável, com as pessoas achando um horror que Jake se ofereça para servir um cafezinho para Mimi, por exemplo, que era uma questão de pura educação! É tão bom que ele aja dessa maneira diferente naquele lugar, que ele esteja disposto a empreender lutas como aquela no posto de gasolina que se recusava a vender para ela porque ela era negra. Mas ele se impõe… o que me doeu foi ver a felicidade contida no rosto dela por ser tratada com respeito, mas também a estrenheza por saber que aquilo não era o usual.
Mas é claro que o episódio não poderia acabar sem um momento angustiante da mais pura tensão, quando Oswald retorna para os Estados Unidos e então Jake e Bill invadem a casa dele para implantar as escutas na esperança de conseguirem informações. Afinal, enquanto eles estão lá, Bill aparece com Marina, para um momento íntimo (engraçado foi o Bill escondido no armário, não querendo sair para ver a cena – afinal, não tinha internet para ver pornô facilmente naquela época!), e mesmo que parecesse que eles sairiam sem maiores problemas, as aranhas fazem com que Bill grite terrivelmente. “We’re closing to Oswald. It’s the past pushing back”. Mas eu estou com medo da linha temporal, porque ela fez coisas muito mais assustadoras na primeira temporada. Ela não vai aceitar as mudanças que Jake tenta fazer de maneira natural. Fitas e gravações brutalmente destruídas, todo o trabalho desperdiçado, mas então nós tivemos um final revelador e angustiante: aqueles gritos sobre como o General Walker era um fascista, como Hitler teria orgulho dele, como foi a mesma coisa em Munique e em Berlim…
…as ameaças de morte.
MAIS!

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