Person of Interest 3x10 – The Devil’s Share


Aftershocks.
Sim, existe vida pós-Carter em Person of Interest, mas eu estou a cada semana mais apaixonado pelo roteiro por eles terem conseguido fazer isso da maneira como foi feita – o episódio que abusou de uma ótima e intensa trilha sonora conseguiu transmitir emoção além de deixar muito claro quais são as reações aos acontecimentos chocantes que finalizaram o episódio passado. Ainda estamos em choque, ainda não queremos acreditar naquela história, e os personagens trazem isso muito bem.
Tanto Shaw quanto Reese estão fora, muito menos sensatos que Finch, por exemplo. Não esperaríamos algo como sensatez de Shaw, evidentemente, no entanto foi desesperador ver Reese ao longo de todo o episódio, em sua ânsia por encontrar e destruir Quinn de uma vez por todas. Completamente compreensível, nosso sentimento é muito controverso porque queremos Reese bem sucedido, mas também o queremos em segurança – e é angustiante vê-lo correndo todo tipo de perigo em cenas totalmente psicóticas e fora de controle, em uma busca cega por vingança.
É claro que o tipo de acontecimento que se seguisse aquele deveria ser como esses. Tratamos de tudo o que se originou daquela terrível morte, e isso incluiu Root trabalhando ao lado de Finch (ótimas cenas, por sinal!), Fusco sendo fantástico conseguindo prender um policial depois de uma forte cena de luta, e Elias fazendo uma curta mas importantíssima participação no episódio, que valeu muito a pena. Não se os rumos que a série toma agora, de verdade, mas eu estou contente pela maneira como essa história toda foi resolvida e como a memória de Carter foi honrada.
Porque foi honrada. Acho que ao estilo policial e seco de Person of Interest, a personagem foi devidamente homenageada, e conseguimos senti-la durante todas as cenas. A raiva incontida de Reese que o deixou tão acabado, ou então o belíssimo discurso de Fusco, de como ela o tinha mudado e o transformado em uma pessoa melhor. “Carter saved my life. She saved me from myself. Because she believed me”. Mas ainda melhor do que tudo isso, acho que foi ver Elias terminando um episódio de maneira tão surpreendente – e se ele está disposto a admitir que gostava de verdade de Carter e está triste por sua morte, bem… o que mais esperar?
Inteligente também foi a construção dos flashbacks. Foram momentos cruciais na vida de vários personagens que nos fizeram amá-los ainda mais. Com cenas muito escuros e enigmáticas, temos uma sensação extremamente desconfortável por nunca vermos com quem aqueles personagens conversam, com aquela câmera estática que nos arrepia. Foi Finch lidando com a dor do luto em 2010, Fusco explicando o título do episódio em 2005, Reese sendo Reese em 2007, em uma das fases de sua vida que mais nos interessa conhecer, e Shaw sendo uma médica em 2005. Todas ótimas e importantíssimas cenas.
Foi um episódio soturno, sem esperanças. Eu senti o pesar de cada personagem do começo ao fim, não vimos cor, não vimos o sol. Pelo menos ganhamos uma bonita homenagem a essa personagem que deixa a série, além de uma resolução (pelo menos temporária) para todo o arco da HR – e por mais que eu vá sentir falta dela, eu devo admitir: Person of Interest continua sendo ótima sem Carter, com esses novos personagens tão bons. Root prometendo algo grande para o futuro, no qual terá que trabalhar com Finch… mas não negarei que me emocionei com aquela música inicial e aquele conjunto de cenas silenciosas que nos partiram o coração. Ótima construção, um ótimo episódio!

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