[Season Finale] Madre Sólo Hay Dos 2x08 – Cuando te toca, aunque te quites

Eu fico por aqui.

Se eu tivesse que definir a segunda temporada de “Madre Sólo Hay Dos” em uma palavra, essa palavra seria “EQUIVOCADA”. Não gostei da temporada, e acho que ela tomou decisões bastante errôneas em vários momentos, além de ter se perdido do seu foco inicial e daquilo que a tornava forte. Além de as bebês terem ficado em segundo plano (a Valentina praticamente esquecida mesmo), as tramas foram jogadas de qualquer maneira e apressadamente, ao invés de contarem com um desenvolvimento decente. O resultado é caótico e o suficiente para que eu não tenha a menor vontade de voltar para a terceira temporada – e ainda tivemos alguns detalhes que eu achei que seriam resolvidos, mas que serão desnecessariamente prolongados para a terceira temporada… eles tinham vários outros melhores caminhos possíveis, mas fazer o quê?

Sinceramente, como temporada, eu acho que a história de Pablo é a única que funciona, e isso não quer dizer que ele esteja certo o tempo todo, de modo algum: isso quer dizer, apenas, que a história de Pablo foi a única a que se dedicaram a desenvolver, do fato de ele ainda estar confuso em relação aos seus sentimentos com Mariana, tentando começar um romance com Cynthia, e tentando garantir tempo com sua filha… acho que não havia a necessidade de ele cair no papo do advogado de Juan Carlos, que o coloca em uma briga judicial com Mariana, mas eu também não acho que ele estava errado em relação ao Ferrán, que quer se “transformar” no pai de Regina, que desautoriza Pablo e desdenha dele, que age com infantilidade e birra para provocá-lo… e sai completamente impune. Da forma como Mariana está agindo, não é de se estranhar que Pablo queira garantir uns direitos.

Infelizmente, isso quer dizer que ele descuida do seu romance com Cynthia que, por ora, não tem como ir para frente – e eu fiquei triste por Cynthia, porque não acho que ela merece sofrer. Mariana, por sua vez, está se saindo bastante insuportável. O seu romance com Ferrán não teve desenvolvimento nenhum, mas o roteiro quer que a gente acredite que, sei lá, eles estão namorando a meses, pela maneira como Mariana o trata e como fala dele: eles mal se conhecem, há pouco tempo ela não queria nem apresentá-lo para Regina e, agora, quer substituir o Pablo por ele. Me incomodou profundamente que o roteiro tenha querido pintar a Mariana como a dona da razão e o Pablo como o errado que “estava sendo teimoso”, enquanto favorecia o Ferrán. Achei que Ferrán fosse ser uma “participação”, que estaria fora até o fim da temporada, mas parece que não.

O personagem é um babaca imaturo e condescendente, e Mariana o idolatra!

Enquanto Pablo lutava pelo direito de ver a Regina com datas comemorativas definidas, Juan Carlos retorna para casa para que Ana não possa acusá-lo de “abandono de lar”, e a história toma uns rumos terríveis nas cenas com os advogados: por parte de todo mundo, e eu não acho que houvesse uma pessoa que estivesse certa, no fim das contas. As únicas cenas interessantes dessa história foram a de Ana e Juan Carlos brigando e dividindo a casa e, depois, aquela conversa emocionante que eles tiveram com Rodrigo e Ceci depois de os filhos terem ouvido uma conversa deles, na qual eles garantem que eles sempre serão o mais importante que eles têm… é uma pena que os quatro adultos principais de “Madre Sólo Hay Dos” estejam agindo como quatro crianças birrentas, prontas para apontarem dedos para a culpa alheia sem olhar para as próprias.

Por fim, a pior escolha do roteiro a meu ver: Mariana e Ana resolverem assumir um namoro para ganharem na justiça contra Pablo e Juan Carlos. Eu acho que “Madre Sólo Hay Dos” teria GANHADO MUITO se tivesse apostado em um romance REAL entre Mariana e Ana, dando sequência ao conturbado final da primeira temporada, mas a segunda temporada trouxe Ana se afastando de Mariana por causa disso, sendo completamente contra a ideia de se apaixonar por outra mulher, e a Mariana dizendo que “estava confuso em relação aos seus sentimentos”. Eles invalidaram o beijo que as duas tiveram na primeira temporada, ignoraram qualquer chance de romance, e terminam a temporada apelando para um beijo das duas (um beijão, de fato) para segurar os fãs para uma terceira temporada… mas o fato de o beijo ser armado e o romance fingido?

Eu passo.

Acho bastante irônico que isso tenha sido trazido à tona como foi: a advogada de Ana comenta com ela sobre como Pablo e Juan Carlos podem ser acusados de intolerância e homofobia se ela e Mariana estiverem juntas, mas diz que, se não estão, “ela não gosta de usar a bandeira LGBTQIA+ em vão”, e a Ana vai lá e faz o quê? Convence a Mariana a fingir um romance com ela para enganar as autoridades… sendo parte da comunidade LGBTQIA+, eu achei de uma falta de respeito tremenda, e eles acabam justamente “usando a bandeira” para atrair público a uma história que eles não estão dispostos a contar com seriedade. Além disso, a atitude de Ana e Mariana é desrespeitosa, também, com todo mundo ao redor delas: quer dizer, eu DETESTO o Ferrán, detesto mesmo, mas a Mariana não podia ter terminado com ele antes de beijar a Ana na frente de todos?

Achei de muito mau gosto e, para mim, “Madre Sólo Hay Dos” fica por aqui. Infelizmente.

Se queriam levantar a bandeira LGBTQIA+, essa segunda temporada poderia ter desenvolvido um romance bem legal e convincente entre Mariana e Ana, mas não foi o caso.

 

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